Aqui jaz Facebook!

Cansei!

Inicio a publicação de hoje sem rodeios ou meias palavras! 

Infelizmente cansei do Facebook e desativei a minha conta. Espero que dessa vez não me arrependa e consiga manter essa decisão libertadora por um tempo considerável, pois da última vez, fiquei afastado por 5 meses e ninguém notou! E isso aconteceu porque eu estava entre "amigos"! 

Até recentemente, quando alguém falava mal do Facebook, eu era o primeiro a destacar os pontos positivos dessa grande rede.

Confesso que já fui um entusiasta  e através do Facebook tive o prazer de reencontrar amigos, parentes e fazer amizades com pessoas interessantes. Essa rede possibilitou-me realizar conversas rápidas, receber notícias de minha terra natal, transmitir recados, divulgar e visualizar fotografias, receber notícias de nascimentos e falecimentos, descobrir lazeres, receber dicas de lugares, ter acesso a vídeos interessantes, humor, músicas, formaturas, aniversários, férias, admirar fotografias, viagens, passeios, desejar bom dia, feliz aniversário, Natal e até Ano Novo à distância!

Porém, o tempo foi passando e fui percebendo que o "mundo azul" do Facebook não é essa maravilha toda que eu julgava e algo começou me incomodar. Eu já comentei em outras publicações que um dos meus defeitos é ser um pouco implicante. Eu sei que muita gente não vai concordar, vai torcer o nariz com esse ponto de vista ou julgar essa escrita uma grande bobagem. Pode ser, você tem todo direito de pensar o que quiser, mas para quem já está acostumado com o oceano de bobagens na telinha do Facebook, essa será apenas mais uma. Então relaxe! 

Seguem alguns pensamentos banais sobre o tema Facebook e espero que essa seja a última vez que escrevo sobre esse assunto.

1 - Vício e tempo

Com a facilidade de acessar o Facebook na palma da mão, "vamos" ficando viciados em consultar nosso perfil em qualquer lugar e inconscientemente, essa utilização vai ficando mais frequente e sem limites. Com o tempo, deixamos de prestar atenção no mundo à nossa volta e ficamos encurvados teclando a tela fria do celular, curtindo, visualizando e compartilhando publicações de perfis chamados de "amigos". A coisa vai evoluindo de tal forma que  até quando "acordamos", ao invés de procurarmos o chinelo para sair da cama, esticamos as mãos de forma mecânica à procura do celular debaixo do travesseiro e novamente  iniciar mais um dia. "Vamos" ao banheiro com o "wifi" ligado, sentamos no vaso sanitário e ficamos deslizando a tela junto com as necessidades e invertendo as prioridades! Se antigamente o tempo gasto no vaso sanitário era de 10 minutos, com o celular na mão esse tempo vai para 30 minutos e nem percebemos. Ainda bem que debaixo do chuveiro ainda não dá para usar senão a conta de energia seria mais absurda do que já é!

Os ponteiros do relógio avançam enquanto o celular vai roubando o nosso tempo. E o "roubo" ocorre o dia inteiro: na hora do café, na mesa do almoço, na fila do mercado, na sala de espera do médico, na cama antes de dormir, no cabeleireiro, no intervalo do trabalho, no banco carona do carro, no passeio, na casa de parentes, no ônibus e em todo lugar. Até reconheço que dependendo da companhia e chatice da pessoa ao seu lado, o celular chega até ser mais interessante (mas não devia!).

Enfrentamos um paradoxo reclamando que nosso tempo é curto, que temos apenas 24 horas e no entanto gastamos horas improdutivas no Facebook ao invés de convertê-las com projetos ou pessoas que realmente são importantes.

O nosso tempo é precioso demais e a vida muito curta para desperdiçarmos com qualquer coisa. Poderíamos utilizar esse tempo em outras atividades como aprender mais, resolver pendências, ler mais livros, assistir mais filmes, andar de bicicleta, exercitar, descansar, ou dedicar mais tempo às pessoas ou aos cachorros que realmente se importam com a nossa vida e existem de verdade; diferente daquele "amigo" virtual fantasma que ficamos "amigos" circunstanciais mas não sentimos nenhuma vontade de conversar quando encontramos em algum lugar de forma casual. Somos "amigos" apenas virtualmente, na telinha. Estranho essa modalidade de amizade isso não? Amigos no campo virtual e desconhecidos no mundo real! 

Pensando bem, cada um tem o direito de enfiar o seu tempo onde desejar porque isso não é problema meu! Sou apenas um sujeito banal e implicante que resolveu escrever esse desabafo que não servirá para nada.

2 - Vaidade

Todo mundo possui vaidade. É do ser humano e isso ocorre em diferentes graus. O Facebook é o local ideal para mostrar ao mundo as suas "qualidades", "talentos", seu corpo, sua beleza, suas viagens, suas comidas (estou sendo irônico), com o desejo de que seu "produto" seja reconhecido, admirado ou invejado. Não tenho nada com isso mas acho que isso deveria ser feito de forma moderada. Muita gente sente muito prazer em expor sua vaidadezinha ao mundo. Não vejo problema a pessoa publicar a fotografia de seu filho, da formatura, casamento, cachorro, livro, etc. Acho isso tudo normal. O problema ocorre quando o "desconfiômetro" não percebe o exagero de suas ostentações, faltando mostrar até as partes íntimas! Se existissem legendas "reais" debaixo das fotografias seria algo do tipo: "olha como eu sou feliz", ou "olha como sou bonito" ou "olha como eu vivo bem" ou "olha como sou musculoso" ou "olha como minha namorada é gostosa" ou "olha como as minhas férias são maravilhosas" ou "olha como o meu carro é lindo" ou "olha a minha bunda" ou "olha os meus peitos", "olha a minha tatuagem", "olha a minha comida" e por aí vai. Prefiro nem dar mais exemplos para não ser considerado muito antipático. Um pouquinho até aceito! 

4 - Indiferença e desprezo

Eu sei que muita gente cria um perfil na rede social e não o utiliza com frequência por falta de interesse ou outro motivo que não me interessa. Não é regra, mas acontece. E é fácil identificar quem não utiliza o Facebook, pois tal pessoa não possui o costume de publicar nada em sua linha do tempo por um longo período de tempo, além de não compartilhar nada, não curtir e não responder "obrigado" nem em suas próprias felicitações de aniversário. 
Parece um perfil fantasma mas dá para entender esse comportamento e isso também não me incomoda. Existem também aqueles que se afastaram da rede porque se aborreceram com o baixo nível das publicações ou interesses incompatíveis. Até aqui, tudo bem.

A minha implicância e tenho coragem de confessar, são com aqueles que você sabe que frequentam a rede social com assiduidade porque o número de amizades em seu perfil continua aumentando gradativamente e apesar disso NUNCA publicam nada, NUNCA curtem nada e NUNCA interagem com o grupo. São máquinas de contabilizar "amigos". Outro dia, um amigo ficou indignado com a falta de interatividade e desprezo na rede social e desabafou sua insatisfação através de uma charge, que aliás é a forma preferida pela maioria, porque não precisa ler, nem pensar muito. Na ocasião eu até escrevi à ele que o bicho homem é muito estranho mesmo e que CERTAMENTE todos os seus "amigos" "invisíveis" ou "ausentes" na realidade NÃO ESTAVAM AUSENTES como ele supunha. Certamente a maioria dos seus amigos SILENCIOSOS, visualizam suas publicações, se divertem, criticam, aprovam, reprovam, enquanto se fingem de mortos o ignorando sua linha do tempo.

Disse a ele também, que era impossível que todos os seus "amigos" (ele possui muitos!), fossem tão OCUPADOS que não tivessem sequer um tempinho para apenas dar uma olhadinha no momento de ócio sendo que todos carregam o celular no bolso e estão sempre consultando. 

Por algum motivo estranho ou critério pessoal, esse tipo de perfil espião age como um autêntico "voyeur" virtual sem interagir com ninguém, apenas "contemplando" o mundo da janela sem participar. Não sou psicólogo para entender o comportamento humano, mas que isso é estranho ah! isso é!

Vai ter vocação para FANTASMA lá no cemitério que é o lugar apropriado para esse tipo de gente!

Participar de uma rede social sem interagir não faz sentido. É melhor desativar a conta e cuidar da sua vida. Será que o " barato" é apenas "acumular" o maior número de "almas" fingindo que possuem muitos amigos para mostrar para a sociedade que é uma pessoa sociável?

5 - Curtidas 

Sobre esse tópico, caso possua interesse, existem duas publicações no Blog Banal com o título "Curtir ou não curtir no Facebook - Parte 1 e 2" no mês de Março/2015. Seguem os links:

https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=6151204065463419568#editor/target=post;postID=5903516098366268364;onPublishedMenu=allposts;onClosedMenu=allposts;postNum=8;src=postname

https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=6151204065463419568#editor/target=post;postID=3577631603244669976;onPublishedMenu=allposts;onClosedMenu=allposts;postNum=7;src=postname

6 - Falsa recompensa

O botão "CURTIR" transmite a falsa sensação de recebimento de atenção ou de que está agradando. É uma massagem no ego cada "like" recebido, mesmo que insincero. 
Ultimamente perdi a vontade até de curtir e compartilhar as publicações e confesso também que compartilhei muita coisa legal apenas para mim, porque não recebia retorno se a publicação era interessante.

Percebi também que existe um código social muito safado e silencioso revelador que diz que quanto mais "poder" a pessoa possui, mais "curtidas" a publicação recebe, mesmo que seja a foto de um capim. Interesse é uma boa fonte de "likes".

7 - Interesses divergentes

A falta de interesses comuns é outro ponto de frustração na utilização do Facebook. Até dá para ser "amigo" virtual, mas não dá para compartilhar interesses tão incomuns com um grupo de pessoas tão diferentes. Como conciliar apaixonados por futebol, rock, tricô, fanáticos por religião, pescaria, tatuagem, livros, política, receitas de bolos e auto-ajuda?
É difícil dar liga com "substâncias" tão diferentes e a única forma de manter a "amizade" nesse ambiente é não emitir nenhuma opinião sobre nada! Chato isso não?

8 - Vigilantes da opinião

Sabemos que devemos tomar muito cuidado com o que escrevemos no Facebook porque as nossas opiniões e pensamentos agora possuem um alcance muito grande. Antigamente as nossas opiniões ficavam restritas a um pequeno grupo de pessoas como colegas de trabalho, vizinhos e família e se a gente falasse alguma besteira, ficava uma marca negativa para um grupo pequeno. Com alguma sorte, o assunto seria esquecido ou abafado e o efeito não era tão devastador como nos dias de hoje. Agora escreva algum assunto sensível nas redes sociais para sentir na pele a repercussão e os ataques à sua pessoa, honra e família! Ninguém poupa mais ninguém. As pessoas são mais cruéis no anonimato. Outro dia li que o Facebook deu voz aos ignorantes e concordo. Já li casos de pessoas que perderam seus empregos ou foram massacradas apenas por terem emitido a sua opinião e foram mal interpretadas. 

9 - Privacidade

Nem vou tocar nesse ponto porque todos sabem ou deviam saber que a rede é pública e vigiada e assim sendo, todo cuidado é pouco com as publicações que podem comprometer a sua vida ou imagem.

Bem gente, fico por aqui. Já escrevi demais. Pode até ser uma infantilidade de minha parte escrever essas bobagens dando excesso de importância a uma ferramenta que serve "apenas" para se distrair e comunicar, sendo que o grande público está satisfeito com isso. Eu esperava bem mais. 
Quem sabe futuramente eu reconsidere essa decisão e retorne ao "mundo azul". O tempo dirá! Sentirei falta dos amigos que interagiam comigo e publicavam assuntos interessantes. 

Vida que segue. Obrigado pela leitura!

Até a próxima publicação e desculpem pelos erros de português ou alguma palavra desagradável.

Elaborado por Alex Gil Rodrigues