19/03/2016

Descansando no sofá do Shopping




Vamos ao tema de hoje. Sábado passado, visitei o gigante Shopping D. Pedro em Campinas-SP, distante 70 km de onde moro, para comemorar o aniversário de 10 anos de minha filha.

Após perambularmos pelas lojas, corredores limpos, praça de brinquedos e nos alimentarmos, resolvi descansar um pouco naqueles sofás projetados para os clientes permaneceram mais tempo no ambiente, ao invés de retornarem às suas casas. 

Fiquei sentado confortavelmente observando a movimentação dos visitantes e muito contente por resistir a tentação de sacar o celular do bolso neste momento de ociosidade!!! 

Vou fugir um pouco do tema para registrar que há dias venho me policiando para conseguir afastar-me um pouco do celular. Já disse em outra ocasião aqui no Blog Banal, que não tenho problemas com essa tecnologia, mas minha constante utilização estava me incomodando. 

Já consegui me libertar do Facebook e meu próximo objetivo será utilizar o celular de forma racional e com moderação. 

Falando de celular, lembrei de um outro caso. Recentemente, eu estava no aeroporto de Campinas-SP, aguardando a minha mala aparecer na esteira, quando ouvi um estrondo seguido de cacos de vidros caindo no piso perto do local onde eu estava... Nesse instante, todo mundo esqueceu da mala e foi ver o que havia acontecido. Chegando lá, havia um rapaz caído no chão, segurando seu celular, sentindo dores e com um pouco de sangue no rosto. Ele estava consciente e explicou que estava caminhando apressadamente com o celular colado na orelha e não percebeu que em sua frente existia uma divisória de vidro a qual ele pensou se tratar de uma porta e "socou" o joelho e a cara com força, porque estava distraído. 

É claro que a "culpa" não é do celular que a propósito é uma ótima solução para a nossa vida banal, se utilizado racionalmente. 

Esse vício de pegar o celular o tempo todo, curvar a cabeça e fixar os olhos na telinha de forma automática e viciosa não é saudável e tem que ser "domado", antes que vire um grande problema. Já vi vários vendedores de lojas distraídos com o aparelho enquanto o cliente andava solto pelo estabelecimento. 

Outro dia eu estava conversando com uma colega de trabalho em minha mesa e tive que falar para ela parar de mexer no celular para focarmos no assunto de tanto que ela olhava para a telinha! 

Voltando ao sofá, confesso que se eu tivesse um livro à mão, ia preferir ler, mas esse vício eu não quero ser curado. Já que não tinha nada para ler, olhar as pessoas até que era um bom negócio. Levantar a cabeça e olhar em volta, pode ser interessante também. É uma forma de explorar o ambiente. 

Perto do meu sofá devia ter uns 20 a 30 lugares para se sentar, sendo alguns para duas pessoas e outros para apenas uma pessoa magra. Essa observação é importante porque reparei que não fazem projetos pensando nos gordos. Gordo também gosta de sentar-se sozinho. Gordo também é gente! 

Presumo que a maioria das pessoas à minha volta era formada por gente acima de 50 anos, mães com filhos pequenos e poucos jovens compenetrados em seus celulares. Jovens não conseguem ficar sentados por muito tempo. 

Logo à minha direita, estavam duas senhoras sentadas e presumo que deveriam ter mais de 80 anos de idade. Provavelmente alguma filha deixou elas de forma segura (hipótese minha, gosto de criar histórias) e foi às compras, porque aparentemente elas eram frágeis para terem chegado sozinhas num grande Shopping (posso estar enganado). Seus olhares eram pequenos, opacos e distantes. Nem pareciam que estavam sentadas perto de tanta gente. À distância, suas mãos eram finas e delicadas. Enquanto apoiava a mão no rosto, parecia que o pensamento ia longe, provavelmente lembrando de sua casa ou cama macia. A outra ao seu lado tinha a carinha assustada. Idosos parecem tristes e desconectadas do mundo externo, ou então não fazem mais questão de mostrar a verdadeira face ao mundo. Talvez o teatro acabe depois de certa idade. Externamente pareciam calmas e desinteressadas pelo ambiente. 

Acho que velhos não possuem mais aquela preocupação em serem vistos. Preferem a invisibilidade. Em compensação, do outro lado da linha da vida, os jovens adoram palco, atenção, ser amigo de mais de mil pessoas na rede social, muitos olhares cobiçosos, babas e confetes. Com a idade ocorre o inverso, pelo menos para a maioria, pois como todo regra existe exceção, conheço alguns com mais de 50 anos que ainda preservam seu lado "pavão", não percebendo que nessa idade, despertam mais a atenção, salvo se tiverem dinheiro, poder ou encanto. 

Bem leitor, o texto está ficando muito grande e tenho que terminar aqui o registro de hoje para não tornar a leitura entediante, se é que já não tenha ficado. 

Obrigado pela visita no Blog e até a próxima banalidade. 





19/03/2016


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