31/03/2016

Meu santo não bate com aquela pessoa!


Pessoal, hoje vou escrever o texto mais banal de toda história do Diário Banal!

Escutei uma frase que tenho certeza que você já ouviu, pensou ou falou em alguma ocasião de sua vida banal:

- Meu santo não bate com aquela pessoa!

Na minha opinião, essa frase não possui nenhum sentido literal porque desconsidero a hipótese de que exista algum "santo" disponível e invisível na vida dos humanos.

Sei também que existe gente que acredita nessa hipótese mas não é sobre isso que quero escrever. 

Infelizmente essa coisa do "santo não bater" existe e acontece com todo mundo!

Às vezes ocorre de eu nunca ter conversado com determinada pessoa, mas alguma coisa me sinaliza algo errado. 

O ambiente profissional é rico nesse tipo de situação, porém essa barreira pessoal jamais pode interferir nas relações. 

Existem alguns comportamentos que me desagradam muito e tornarei público aqui no Diário Banal. Se o cidadão possui o tom de voz muito alto, logo acende uma luz amarela em minha mente. Se a pessoa que eu mal conheço me lança um olhar desafiador também fico alerta. Pessoas que ficam muito quietas perto de mim e falantes com os outros também me deixam desconfiados. 

Bem, esses comportamentos são facilmente identificáveis, porém existem aqueles que você sabe que existe e "sente" que há algo que não te agrada na pessoa. 

Infelizmente conheço um cidadão com um perfil nada simpático, que mal enxerga as pessoas, quase não fala com ninguém e anda "quicando" cheio de marra pelos corredores. Esse comportamento me incomoda muito e finjo que não vejo, mas vejo! Parece uma coruja observadora e para meu azar, sou obrigado a escovar os dentes, no mesmo horário que a tal pessoa. Ele nunca me fez nada e eu também nunca o fiz nada, mas não nos topamos e nos desprezamos mutuamente, ficando em silêncio e com cara de bunda até fecharmos o nosso armário e repetir a cena no dia seguinte! A única explicação que eu tenho para isso é que o "nosso santo não bate"!!! Não tenho outra coisa para dizer! Incrível!

Eu sei que teoricamente é preciso identificar o que exatamente a gente não gosta na outra pessoa para analisarmos se a desconfiança é real ou estamos fazendo associações negativas, que não necessariamente têm a ver com a pessoa em si. Por outro lado, acho também que não devemos nos sentir culpados por possuir esse instinto de sobrevivência quando o alarme de perigo é ativado em nosso cérebro porque esse sinal pode ser verdadeiro. No meu caso eu costumo "ouvir" a minha intuição e tenho acertado em seguir meu indicador interno de empatia. Raramente me surpreendo agindo dessa forma.


Assim termino meu "mais terrível" assunto banal de Março de 2016. 


30/03/2016

Fotografia: Praça Matriz de Barra Mansa - RJ


Caro leitor, capturei várias fotografias antigas de Barra Mansa-RJ na internet e eventualmente publicarei algumas aqui no Blog Banal com comentários descompromissados. Espero que essas publicações não sejam tão aborrecidas mas se for, peço minhas desculpas. Aqui me distraio enquanto vivo. 

Para iniciar esse tema, segue uma foto que sei apenas o ano em que foi realizada, mais nada. Sugiro você se aproximar um pouco mais para reparar os detalhes. Como sou míope, utilizei uma lupa para enxergar melhor. Esta fotografia, por exemplo, foi tirada em 1933 há 83 anos na praça Ponce de Leon em frente à Igreja Matriz de São Sebastião em Barra Mansa RJ, minha cidade natal. 

Ternos feitos por alfaiates, sapatos polidos por engraxates e bigodes aparados por barbeiros. Profissões que quase não existem mais.

Na parte da frente e um pouco à esquerda, há um homem mais jovem que os demais, com um grande livro de registro (suposição minha) de capa dura. Há alguma coisa pendurada em sua lapela, que também não é possível identificar, mas provavelmente o diferencia dos demais. A maioria é composta por homens maduros e não existem mulheres, nem crianças nessa foto. 

Visualizei três homens sem chapéus e um sentado no banco apoiando o seu chapéu no joelho. Aparentemente existem apenas dois negros, sendo que um deles muito bem vestido com relação aos demais. Pelas informações da foto, presumo que naquela época existiam muitos sapateiros, lojas de chapéus, alfaiates e engraxates. 

Tudo padronizado! Até na pose para a fotografia. Todos olhando com seriedade e respeito à câmera. Não consegui cogitar o motivo de estarem reunidos para esse momento. Será que estavam na missa antes dessa fotografia? Onde estavam as mulheres e crianças? Em casa ou atrás do fotógrafo? Será que comemoravam algo importante? Aquele livro significava a assinatura de algo importante para a cidade? Haviam políticos no meio desse pessoal? Não dá para saber.

A única certeza é que um dia foram jovens, trabalharam, tiveram família, filhos, angústias, alegrias, sofrimentos, doenças, esperanças e sonhos como todo mundo.
Hoje não são mais nada. Deixaram seus descendentes e essa foto comentada neste Blog, por um sujeito que não sabe absolutamente nada de suas vidas, enquanto o sono não chega.                
Se algum leitor mais atento desejar complementar essa publicação com alguma informação sobre esse momento, fique à vontade para comentar.



Por hoje é só e obrigado pela visita!



29/03/2016

Poema: Tabacaria


Não sou nada. 
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

...


http://www.citador.pt/poemas/tabacaria-alvaro-de-camposbrbheteronimo-de-fernando-pessoa



Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterônimo de Fernando Pessoa



Poema: Quando vier a Primavera



Quando vier a Primavera, 
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.

Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma

Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.

Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.


Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Heterônimo de Fernando Pessoa




Comentário do autor do Diário Banal: Perfeito! 


Poema: Botões de rosas


Hoje publicarei três poemas. Como assim? Poesia? É isso mesmo Sr. Banal?

- Exatamente!  

- Mas isso é coisa de quem não tem o que fazer!

Pode ser, embora não concorde! Esse costuma ser o pensamento dominante, mas se você for um pouco mais rude com as letras vai logo dizer: Isso é coisa de viado!

Bem, você pode julgar de acordo com o que carrega dentro de si, és livre, cavalo!

A bem da verdade é que hoje ninguém lê poesia. Caiu em desuso assim como o chapéu.
Não quero bancar o "intelectual" para impressionar ninguém, até porque meu prazo de validade nessa área já está vencido há muito tempo.
Não vou dizer também que sou apaixonado por poesia porque eu estaria mentindo, mas confesso que admiro palavras que me fazem pensar sobre a vida. 
Na minha estante tenho poucos representantes: Fernando Pessoa, Mário Quintana e Vinícius de Moraes. Ah! Tenho também a obra completa de Fernando Pessoa que baixei grátis via e-book pela Amazon.com.
Quando eu tinha 24 anos, assisti ao filme chamado "Sociedade dos Poetas Mortos" que jamais esquecerei. Havia um professor "fora do padrão" interpretado pelo falecido Robin Williams que pedia a um aluno para recitar apenas a primeira estrofe de um determinado poema. Como naquela época a internet era discada e ainda não estava difundida, nunca tive a oportunidade de conhecer o poema completo. Hoje, finalmente navegando pela rede, encontrei-o na íntegra e compartilho com vocês.

Vamos ao primeiro de poema de hoje. Relaxe e limpe a mente antes de ler!

Colham botões de rosas enquanto podem, 
O velho Tempo continua voando:
E essa mesma flor que hoje lhes sorri,
Amanhã estará expirando.

O glorioso sol, lume do céu,
Quanto mais alto eleva-se a brilhar,
Mais cedo encerrará sua jornada,
E mais perto estará de se apagar.

Melhor idade não há que a primeira,
Quando a juventude e o sangue pulsam quentes;
Mas quando passa, piores são os tempos
Que se sucedem e se arrastam inclementes.

Por isso, sem recato, usem o tempo,
E enquanto podem, vivam a festejar,
Pois depois de haver perdido os áureos anos,
Terão o tempo inteiro para repousar. 


Autor Robert Herrick


27/03/2016

A primeira vez que experimentei comida japonesa


Ontem finalmente experimentei a famosa comida japonesa e gostaria de compartilhar essa experiência aqui no Blog Banal.

Confesso que demorei, afinal já me aproximo dos cinquenta anos e ainda não tinha essa experiência tão comum hoje em dia.

Relutei um pouco, mas não foi por falta de vontade e sim por falta de interesse mesmo. Minha preferência sempre foi por churrasco, picanha na pedra, filé à parmegiana e até pizza. 

Ontem à noite, véspera do dia da Páscoa, tomei coragem e levei esposa e filha para experimentar essa cozinha que tanta gente comenta, para tirar as minhas conclusões e se é mesmo tudo isso que tanto falam. 

Aqui em Araras existem 3 restaurantes de comida japonesa, mas descobri na internet que a cidade de São Paulo tem mais restaurantes japoneses do que churrascarias. São 600 estabelecimentos contra 500, segundo a Abresi (Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo). 

O restaurante que escolhemos se chama Naoto Sushi, inaugurado no final do ano passado aqui na cidade e possui duas unidades, sendo um no Morumbi e outro aqui na cidade de Araras-SP. 

Chegamos por volta das 20:30 h, estacionamos o carro na rua e imediatamente apareceu um homem que se ofereceu para tomar conta do carro! Trata-se do famoso "flanelinha", aquele sujeito que você paga para ele próprio não fazer nada de errado com o seu carro. Acenei a cabeça, agradeci e seguimos até a porta do restaurante para recebermos as boas vindas de uma mocinha na porta do estabelecimento. Neste restaurante não precisava tirar os sapatos. Sei disso porque li que em alguns em São Paulo existe essa "necessidade". Ainda bem que aqui não vieram com essa frescura desnecessária e tomara que nesses restaurantes, o alimento servido seja tão limpo quanto a exigência aos clientes. 

O ambiente é bem decorado, ambiente climatizado, com predominância de madeira e o vermelho. Na área central existem várias mesas e cadeiras de madeira para quatro pessoas e nas extremidades sofás aconchegantes que envolvem as mesas. 

Os lustres pendentes também na cor vermelha com lâmpadas suaves tornam o ambiente agradável e acolhedor. Havia um telão com som ambiente com a volume adequado para não interferir nas conversas à mesa. Eu estava de costas mas percebi que tocava músicas variadas e não havia música japonesa no ambiente. 

Um garçom de pele morena chegou vestindo uma roupa preta com faixa na cabeça e às mãos, dois cardápios com fotos e um palm-top para registrar os pedidos. Dizem que em alguns restaurantes eles chegam saudando "irashaimasê" que quer dizer "seja bem-vindo". 

O nosso falou apenas boa noite com o sotaque nordestino, mas isso para mim não tem importância pois não aprecio frescuras. O garçom era jovem, atencioso e parecia inexperiente. Não pense que eu já sabia como os garçons saúdam com esse vocábulo citado porque eu nunca tinha entrado num restaurante desse tipo. Sei desse detalhe apenas porque pesquiso algumas coisas para não escrever muita besteira. Ele perguntou qual seria a nossa preferência se rodízio ou à la carte. Expliquei ao garçom que éramos iniciantes na gastronomia japonesa e que gostaríamos de uma sugestão quanto aos pratos. 

Ele indicou as opções de pratos "combinados" onde vem servido porções variadas num barco de madeira que permite experimentarmos um pouco de cada iguaria. Agradeci a orientação e enquanto selecionava o grupo dos "combinados" (haviam vários nomes exóticos!). Pouco me importei se essa bebida combinava com o prato. Pedimos duas caipirinhas e um refrigerante para a minha filha. Após algum tempo lendo aqueles nomes exóticos tipo sushi, nigiri, gunkan, norimaki, sashimi, etc. paramos de procurar e optamos por um "combinado" onde existia a palavra salmão com esses tipos inclusive, pois esse era familiar e nossa intuição dizia que devia ser uma boa escolha. 

Apontei a nossa escolha no cardápio, ficamos conversando e tomando nossa caipirinha enquanto o prato era preparado. 

Em nossa mesa, havia previamente os hashis (aqueles palitinhos ao invés dos garfos) e uma pequena tigela de louça retangular com uma divisão para despejar o molho shoyo. 

Logo após uns 10 minutos o garçom trouxe o antepasto, que se trata de uma espécie de taça contendo pedaços pequenos de um peixe cru não identificado, temperado com cebola roxa picada, limão, tomate e ervas. Pedimos ao garçom aquelas peças de plásticos que unem os palitinhos (hashis) para facilitar o uso porque não temos habilidade nesse "garfo japonês". Logo abaixo, minha filha degustando esse peixe desconhecido. Até esse momento, tudo corria dentro das expectativas. 

Finalmente o barco de madeira com as variadas iguarias foi colocado em nossa mesa e nesse momento pedi uma cerveja Antarctica Original (Não é o acompanhamento ideal? Não me importo também.) 

O primeiro impacto visual foi de admiração, pois os alimentos são coloridos e cuidadosamente distribuídos. A apresentação é bem bonita, exótico e agrada aos olhos. 

Dentro do barco havia sushi, nigiri, norimaki, sashimi, pepino, lascas de nabo (provavelmente), gengibri, wasabi e uns outros enroladinhos à base de arroz, algas e uma casquinha de peixe que não sei o nome. 

Agora vou detalhar as minhas impressões após experimentar. Não fique aborrecido se as minhas conclusões não correspondem às suas e também não aceito a denominação de que não sou refinado para perceber os sabores. Realmente não sou um sujeito refinado, mas tenho boca, dentes, língua e paladar para comparar os alimentos e deixar minha opinião e preferências. 

Bem, ao degustar o primeiro norimaki (arroz enrolado com algas marinhas), notei que a comida era fria, sem sal e pouco tempero. O molho shoyo ajuda a temperar um pouco mas não se compara ao nosso famoso tempero de alho e sal. 

O Shoyo dá cor no alimento e deixa tudo muito parecido e meio adocicado. 

Percebe-se que a comida é bem leve e isso pode ser um dos motivos que fazem os japoneses terem a maior expectativa de vida mundial, superando os 80 anos. 

A minha filha conseguiu comer apenas os pedaços de peixes crus que foram servidos como antepasto (foto acima), mas não conseguiu engolir nem o arroz grudado do sushi. 

Reparei que a minha mulher começou bem, experimentando o norimaki e fazendo comentários positivos, porém quando partiu para o sashimi (salmão puro) ela simplesmente travou e não conseguiu comer mais nada. Ela também comentou que o salmão cru, a falta de tempero e o shoyo enjoativo contribuíram para não mais continuar o jantar. 

Nesse momento eu era o único guerreiro que não podia decepcionar e segui comendo, afinal já comi coisas muito piores. Continuei até me fartar porque apesar de não ser aquele prato que chega dar água na boca só de pensar, dá para comer. Esse "dá para comer" aliás, me fez lembrar uma frase da época juvenil quando se olhava uma menina pouco atrativa, mas que com boa vontade "dava para comer" (minhas falsas desculpas às feministas e aos refinados, mas isso é uma visão machista e persiste até hoje, embora ninguém fale abertamente porque é feio). 

Bem gente, para resumir essa aventura gastronômica, agora finalmente posso dizer a minha opinião sobre essa comida tão famosa. Posso até comer novamente para acompanhar alguém que goste muito ou em caso de ser convidado para uma refeição em alguma casa que seja servido esse alimento. Mas de uma coisa eu tenho certeza, este nunca será aquele prato que me deixa com água na boca quando fico algum tempo sem comê-lo, como ocorre frequentemente com a picanha na pedra ou filé à parmegiana. Eu tenho amigos que parecem gostar sinceramente, porque visitam com esses ambientes com frequência, mas para mim não deu. 

Antes de finalizar, existe uma denominação humorada em meu local de trabalho, que quem não gosta de comida considerada "refinada" é chamado de "beiço grosso" e o contrário de "beiço fino". 

Bem, pode ser que eu seja considerado "beiço grosso" com relação à comida japonesa, mas prefiro ser chamado disso do que comer forçado uma comida sem gostar, apenas para passar a "falsa" impressão de ser uma pessoa "diferenciada" ou com "status" que não possuo. 

Esse "beiço grosso" aí em cima sou eu, o autor desse blog banal (Nossa, eu estava gordo!!!)


Sashimi



Sushi



Norimaki



Até a próxima!


26/03/2016

Fila para comprar ovo de páscoa


Sou um sujeito avesso a certas convenções sociais e datas comemorativas! 

Hoje é sábado, véspera do dia da Páscoa e infelizmente precisei comprar algumas coisas no centro comercial aqui onde moro, para manter a casa funcionando. 

Se eu soubesse que a rua estaria tão movimentada, nem teria saído de casa, pois isso me pouparia esbarrões e desvios das pessoas que circulam freneticamente, com o olhar bovino, carregando sacolas pelas calçadas estreitas da cidade.

Hoje especialmente, a população foi em peso formar fila na porta das lojas para comprar o "indispensável" ovo de chocolate.

As lojas Cacau Show e Chocolates Brasil estavam tão lotadas que quase não dava para passar pela calçada.

Por que as pessoas fazem fila para pagar caro por uma casca de chocolate? 

A situação é tão absurda que as lojas estão vendendo chocolates no cartão de crédito parcelado em até 10 vezes! Nunca vi isso antes!

Se compararmos o custo por grama do chocolate que vem na caixa com o ovo de páscoa, desistimos da compra.

Sem citar o nome das marcas, fiz uma pesquisa rápida: Um ovo de páscoa de 300 g está custando entre R$36,90 a R$56,90 e uma caixa de 300 g com vários chocolates pequenos está custando R$ 8,00!

A diferença é exorbitante e nem estou considerando que no meu tempo de moleque, essa mesma caixa era de 500 g, depois baixou para 400 g e agora 355 g! 

Do jeito que a coisa anda, daqui a pouco teremos uma caixa com apenas um bombom! 

Não tenho nada contra quem gosta de chocolate, pelo contrário, adoro um bom chocolate em barra, amargo, com alto teor de cacau, mas nunca enfrentaria uma fila para pagar caro por chocolate ao leite com açúcar, apenas porque é páscoa!


Bem leitor, chega de escrever! Acho que preciso comer um chocolate para melhorar o meu humor!


Até a próxima!


26/03/2016



24/03/2016

Chuva abençoada


Já estava me esquecendo de contar aqui nesse espaço banal, que ano passado tivemos uma grave crise por falta de chuvas aqui no interior de São Paulo. Gosto de registrar esses eventos para servir de lembrança de meu passado.

No auge da crise em 2015, a prefeitura da cidade de Araras, reduziu drasticamente o fornecimento de água para as casas e recebíamos apenas 12h de água na caixa d água e 36h de abastecimento suspenso. Tive  até que instalar mais uma caixa para amenizar um pouquinho essa crise. 

Nesse ano de 2016, o racionamento foi suspenso porque choveu bastante e as  3 represas ficaram praticamente cheias. O problema foi devido a fatores climáticos mas a prefeitura também teve a sua parcela de responsabilidade, pois cometeu um erro grotesco no projeto de captação da cidade. Boa parte da água consumida pela população era proveniente de represas e outra parte da água é captada por um rio que passa pela cidade. O erro foi que esperar a água das represas secarem, peixes morrerem para somente depois instalar mais bombas e tubulações para aumentar a coleta de água do Rio Mogi Guaçu e poupar as represas existentes! Depois ainda fazemos piada com portugueses.

A consequência dessa negligência culminou na demissão do presidente do SAEMA (responsável pelo tratamento, captação e distribuição de água na cidade). A população sofreu duplamente: Pela falta d´água e pela lei que implantava um sistema de multas que foi rapidamente para quem lavasse as calçadas e carros.

Bem, antes de terminar esse registro, lembrei-me também das reuniões que as senhorinhas se juntaram para pedir chuva aos céus, em suas correntes de orações, como se a natureza "ouvisse" as súplicas e sensibilizada "resolvesse" chover!!! A ironia é que quando sabemos que índio faz a dança da chuva, rimos desse ritual e nos sentindo superiores!

Ah! humanos, como te faz falta um conhecimento básico sobre os fenômenos naturais.

Escrevendo esse texto, lembrei-me de uma frase de um autor chamado Steve Allen que reproduzo a seguir:
"Se você rezar por chuva por bastante tempo, ela fatalmente cai. Se você rezar para que enxurradas se acalmem, elas fatalmente o farão. O mesmo acontece na ausência de preces."


Bem, assim que a chuva voltou a cair todo mundo falava:
 - Que chuva abençoada!


Bem, por hoje é isso.



25/03/2016



21/03/2016

Habemus gato!


Terminado o período de luto do Nino (falecido recentemente), "habemus" novo gato em nossa casa. Minha família encontrou esse fillhote no abrigo municipal de Araras "Sempre a seu Lado" nascido em 20/01/2016.

Ele foi recebido com muita alegria em nossa casa e o primeiro problema foi dar-lhe um nome. Ficamos uma semana com essa dúvida pois, meu filho queria chamá-lo de Pep, minha filha de Branquelo, minha mulher de Ninho ou Nininho e eu de Alby (porque ele é albino, deu para perceber né!).

Como não chegamos a um acordo e cada um chamava pela nome de sua preferência, o primeiro consenso na família é que a democracia é um problema, para não dizer outra coisa.

Para que o animalzinho não fique sem nome por muito tempo, eu o batizo no anno domini 2016, em nome do Gato, do Gatinho e do Gatinho Santo, com a seguinte alcunha: Alby Ninho Pep. 

Então, fica definido que a partir dessa data, cada um possui a liberdade de chamá-lo como desejar, mas o seu nome civil está definido.

Vida longa ao gato, porque ultimamente não estamos tendo sorte!

Tenho dito!

21/03/2016

20/03/2016

Aniversário de criança



Olá visitante, você está no Diário Banal, um ambiente recheado de assuntos irrelevantes e sem compromisso com o politicamente correto ou  intenção de fazer média. Seja bem-vindo.

Hoje quero escrever sobre aniversário de criança.


Nos últimos anos, minha filha têm preferido comemorar o seu aniversário no Shopping D. Pedro. Nessa ocasião, convidamos uma coleguinha e passamos uma tarde com elas. Diversão garantida na praça de brinquedos, alimentação e lojas. Sou um sujeito de sorte dela querer dessa forma, porque preparar uma festa de aniversário é uma coisa bem desgastante. 


Sou do tempo em que os aniversários eram comemorados de forma simples, com vovô, vovó, titio e titia e só!

Hoje em dia o povo está exagerando no evento e a "produção" tem deixado pais endividados para realizar a "cerimônia" de seus reizinhos.

Não pense que sou um pai sem coração por pensar assim. Gosto de praticidade e andar conforme o tamanho da perna.

Eu sei que muitas mães não concordam com esse pensamento e provavelmente vão dizer que o importante é o momento. Tenho minhas dúvidas e acho que não chegaremos a um consenso. Abaixo descreverei num fôlego só, as vantagens de NÃO realizar essa odisseia que se transformou as festas de crianças.

Quando você NÃO faz a tradicional festinha para o seu pimpolho, você evita um monte de preocupações e trabalhos. Você NÃO precisa se preocupar em organizar a festa, fazer limpeza duas vezes, sem mencionar a lista de coisas que precisará fazer como buscar o bolo, mesas, cadeiras, encher as bolas, buscar o painel, colar os desenhos na parede, receber os convidados, prender o cachorro, esconder o gato, colocar aquelas músicas para criança, administrar a bagunça das crianças na casa, estresse para lembrar e comprar todos os detalhes, tirar foto, servir todo mundo, furar o bolão que espalha papel colorido em toda a casa e depois de tudo, ouvir gritaria e ter que sorrir fingindo felicidade, mesmo vendo as crianças destruírem o seu lar, vendo a criançada pulando a janela da sala e carimbando o pezão na parede pintada, e você só olhando e sorrindo como se tudo aquilo fosse normal e no final de tudo, já cansado e com olheiras, começar a limpar a casa com bolo pisado no tapete, brigadeiro amassado na parede, beijinho largado no quarto, refrigerante entornado no tapete e guardanapo jogado e todo lugar! E a "festa de horror" não termina quando todo mundo vai embora porque, mesmo cansado você tem que fazer uma limpeza básica para conseguir dormir para no dia seguinte lavar tudo, devolver a mesa, as cadeiras, painel, etc!!! Ufa!!! Cansei até para escrever esse longo parágrafo. Me diz uma coisa: Isso é felicidade?

É claro que isso é uma opinião de homem não compartilhada por muitas mulheres que adoram festas de crianças. Já ouvi mães se preparando com um ano de antecedência para deixar as lembrancinhas e agradinhos prontos para os convidados levarem para casa e claro, jogarem tudo no lixo um tempo depois.

Antigamente não existia toda essa produção. Era bolo de fubá, cachorro quente com salsicha, massa de tomate e guaranita! A dedicação hoje é tão exagerada que fico na dúvida se a festa é para a mãe ou para a criança. Isso sem falar que tem gente endividada até o pescoço mas não deixa de fazer a "sua" festa a qualquer custo.


Bem gente, essa foi a banalidade de hoje!

20/03/2016

19/03/2016

Descansando no sofá do Shopping




Vamos ao tema de hoje. Sábado passado, visitei o gigante Shopping D. Pedro em Campinas-SP, distante 70 km de onde moro, para comemorar o aniversário de 10 anos de minha filha.

Após perambularmos pelas lojas, corredores limpos, praça de brinquedos e nos alimentarmos, resolvi descansar um pouco naqueles sofás projetados para os clientes permaneceram mais tempo no ambiente, ao invés de retornarem às suas casas. 

Fiquei sentado confortavelmente observando a movimentação dos visitantes e muito contente por resistir a tentação de sacar o celular do bolso neste momento de ociosidade!!! 

Vou fugir um pouco do tema para registrar que há dias venho me policiando para conseguir afastar-me um pouco do celular. Já disse em outra ocasião aqui no Blog Banal, que não tenho problemas com essa tecnologia, mas minha constante utilização estava me incomodando. 

Já consegui me libertar do Facebook e meu próximo objetivo será utilizar o celular de forma racional e com moderação. 

Falando de celular, lembrei de um outro caso. Recentemente, eu estava no aeroporto de Campinas-SP, aguardando a minha mala aparecer na esteira, quando ouvi um estrondo seguido de cacos de vidros caindo no piso perto do local onde eu estava... Nesse instante, todo mundo esqueceu da mala e foi ver o que havia acontecido. Chegando lá, havia um rapaz caído no chão, segurando seu celular, sentindo dores e com um pouco de sangue no rosto. Ele estava consciente e explicou que estava caminhando apressadamente com o celular colado na orelha e não percebeu que em sua frente existia uma divisória de vidro a qual ele pensou se tratar de uma porta e "socou" o joelho e a cara com força, porque estava distraído. 

É claro que a "culpa" não é do celular que a propósito é uma ótima solução para a nossa vida banal, se utilizado racionalmente. 

Esse vício de pegar o celular o tempo todo, curvar a cabeça e fixar os olhos na telinha de forma automática e viciosa não é saudável e tem que ser "domado", antes que vire um grande problema. Já vi vários vendedores de lojas distraídos com o aparelho enquanto o cliente andava solto pelo estabelecimento. 

Outro dia eu estava conversando com uma colega de trabalho em minha mesa e tive que falar para ela parar de mexer no celular para focarmos no assunto de tanto que ela olhava para a telinha! 

Voltando ao sofá, confesso que se eu tivesse um livro à mão, ia preferir ler, mas esse vício eu não quero ser curado. Já que não tinha nada para ler, olhar as pessoas até que era um bom negócio. Levantar a cabeça e olhar em volta, pode ser interessante também. É uma forma de explorar o ambiente. 

Perto do meu sofá devia ter uns 20 a 30 lugares para se sentar, sendo alguns para duas pessoas e outros para apenas uma pessoa magra. Essa observação é importante porque reparei que não fazem projetos pensando nos gordos. Gordo também gosta de sentar-se sozinho. Gordo também é gente! 

Presumo que a maioria das pessoas à minha volta era formada por gente acima de 50 anos, mães com filhos pequenos e poucos jovens compenetrados em seus celulares. Jovens não conseguem ficar sentados por muito tempo. 

Logo à minha direita, estavam duas senhoras sentadas e presumo que deveriam ter mais de 80 anos de idade. Provavelmente alguma filha deixou elas de forma segura (hipótese minha, gosto de criar histórias) e foi às compras, porque aparentemente elas eram frágeis para terem chegado sozinhas num grande Shopping (posso estar enganado). Seus olhares eram pequenos, opacos e distantes. Nem pareciam que estavam sentadas perto de tanta gente. À distância, suas mãos eram finas e delicadas. Enquanto apoiava a mão no rosto, parecia que o pensamento ia longe, provavelmente lembrando de sua casa ou cama macia. A outra ao seu lado tinha a carinha assustada. Idosos parecem tristes e desconectadas do mundo externo, ou então não fazem mais questão de mostrar a verdadeira face ao mundo. Talvez o teatro acabe depois de certa idade. Externamente pareciam calmas e desinteressadas pelo ambiente. 

Acho que velhos não possuem mais aquela preocupação em serem vistos. Preferem a invisibilidade. Em compensação, do outro lado da linha da vida, os jovens adoram palco, atenção, ser amigo de mais de mil pessoas na rede social, muitos olhares cobiçosos, babas e confetes. Com a idade ocorre o inverso, pelo menos para a maioria, pois como todo regra existe exceção, conheço alguns com mais de 50 anos que ainda preservam seu lado "pavão", não percebendo que nessa idade, despertam mais a atenção, salvo se tiverem dinheiro, poder ou encanto. 

Bem leitor, o texto está ficando muito grande e tenho que terminar aqui o registro de hoje para não tornar a leitura entediante, se é que já não tenha ficado. 

Obrigado pela visita no Blog e até a próxima banalidade. 





19/03/2016


17/03/2016

Escrevo errado, confesso!


Olá você que chegou aqui por acaso e está lendo essas palavras, obrigado pela visita e seja bem-vindo ao diário Banal. Hoje vou escrever algo bem rapidinho para distrair um pouco, antes de dormir nesta noite fresca e agradável.

Este lugar que você visitou acidentalmente é um diário virtual onde publico minhas memórias, experiências, desabafos, críticas, implicâncias e muitas banalidades!

Aqui não existe regra rígida e exercito um pouco a minha liberdade ilusória, mesmo que ninguém tenha interesse em minhas bobagens. 

Meus temas são aleatórios e teclo conforme penso, sem roteiro ou organização. 

Infelizmente cometo muitos erros de português, atropelo as regras gramaticais, concordâncias, inverto a posição do sujeito, predicado e verbo. Acho que não conseguirei resolver esse "gap" da minha vida e até aproveito esse assunto para pedir desculpas por essa falha. 

Adianto também que não espere encontrar grandes pensamentos, porque sou um sujeito simples, morador do interior, sem formação na área de Letras (sou da área técnica) e que insiste na escrita por prazer, teimosia e cara-de-pau. 

Antigamente eu escrevia minhas bobagens em cadernos e tudo ficava restrito à minha casa e minha mente. Hoje, com a facilidade de divulgação através da internet resolvi experimentar e tornar público essas palavras banais.

É claro que eu gostaria de ter o talento de um Dostoiévski, Miguel de Cervantes, Kafka, Machado de Assis e muitos outros, mas talento não é coisa que se compra ou se queira... Apesar disso, me conformo pelo fato de gostar de lê-los e tê-los como amigos em minha estante de livros. 

Aqui não é confessionário mas admito também que na ânsia de publicar algum texto, muitas vezes em estado sonolento, esqueço de reler ou fazer revisão e percebo os erros apenas no dia seguinte, depois de publicado! Erro grave!

Mas tudo bem, não gosto de errar mas aqui procuro não ligar para que o meu lazer não me torne mais um problema na vida. Uma das vantagens de ficar mais velho é não se importar muito com o que não se pode mudar. Isso também recebe o nome de resignação e acho que sou mais um, pelo menos nesse campo literário.

Bem, chega de falar mal de mim que já está de bom tamanho esse texto!

Boa noite! 


17/03/2016


13/03/2016

Paródia de Chico por Marcelo Adnet


Gosto de várias letras de Chico Buarque independente de sua posição política controversa e consigo separar a obra do homem e em alguns momentos até rir da desgraça e miséria do mundo, antes que eu não tenha mais dentes e enquanto há tempo.

Segue o link de outro vídeo, melhor ainda do que este acima e aproveito para dizer que não importo também se este programa pertence à Globo, que a propósito nem assisto. Aliás, se a rede Rede Globo está permitindo esse tipo de abordagem é porque o governo atual já era.



13/03/2016


O que me interessa a opinião de fulanos que nunca encontro?


Nossa! Descobri que não estou sozinho! O editor abaixo escreveu um artigo na jornal Folha de São Paulo de hoje 13/03/2016, que reflete exatamente o que penso quando escrevi recentemente neste "Diário Banal" o tema "Aqui jaz Facebook". 


Sair do Facebook foi uma experiência difícil a ao mesmo tempo libertadora! Sua utilização constante vira um vício e se você decide abandonar, ocorre a crise de abstinência. Nos primeiros dias você sente falta, até se acostumar. Hoje, transcorridos 10 dias que desativei a minha conta, ainda estou falando desse assunto! Sinal de que ainda estou em processo de depuração. Logo esse assunto estará morto e sobrará apenas o cheiro do cadáver até sua completa dissipação. É assim mesmo que acontece. Qualquer relação que se rompe, sempre deixa cicatrizes.

Como eu estava dizendo, depois que desativei a minha conta, ganhei mais liberdade e tempo para fazer outras coisas que gosto como ler e escrever, por exemplo. 

A propósito, ontem fomos ao Shopping D. Pedro em Campinas-SP, para comemorarmos o aniversário de 10 anos de minha filha, aliás um mega shopping e me recordei da última vez que estive lá e compartilhei no Facebook diversas do fotos de livros, check-in do local, etc. divulgando o meu momento, para um monte de gente indiferente ao que eu estava fazendo da vida, sem necessidade . Bem feito para mim! 

Bem, chega de mimimi e vamos ao depoimento de Marcos Augusto Gonçalves que me inspirou escrever mais essa banalidade aqui no Diário Banal. 

O que me interessa a opinião de fulanos que nunca encontro? 

Autor: Marcos Augusto Gonçalves- Editor da "Ilustríssima" e da "São Paulo" em 13/03/2016 

Entrei no Facebook em 2009. Foi incrível: comecei a encontrar pessoas que não via há séculos, a falar com parentes que moram em outras cidades e com amigos que vivem fora do país. Sabia instantaneamente onde estavam e o que faziam. Sentia-me como se tivesse embarcado num túnel do tempo que me transportava ao futuro, a uma existência virtual veloz, conectada, sem os obstáculos do velho mundo de átomos.

Jornalista, a rede foi aos poucos parecendo uma necessidade profissional: para divulgar meus textos e colher assuntos emergentes e tendências. Como estava trabalhando num livro ("1922 - A Semana que não Terminou", Companhia das Letras) resolvi ampliar o território –e abri também uma conta no Twitter.

Fiquei fascinado com a perspectiva de escrever em 140 caracteres. Sou bom nisso. Comecei com intervenções um pouco literárias, mimetizando os relâmpagos poéticos de Oswald de Andrade. Muita gente gostava. Eu também.

Com o passar do tempo, não conseguia mais passar um dia sem marcar presença nas redes sociais. O aumento do número de amigos, que já não eram mais amigos, mas pessoas que eu não conhecia, agradou-me inicialmente, mas depois não: mais gente era menos interesse, menos qualidade nos comentários, menos graça e menos humor.

Com a politização e a polarização generalizada a coisa piorou. O Twitter tornou-se uma fuzilaria e resolvi sair. A ideia era permanecer no Facebook, então menos politizado e mais amigável. Não durou muito. As hordas militantes foram aos poucos dominando o espaço. E cada vez mais tudo passava a ser objeto de Flá-Flus indigestos.

O que antes parecia um lugar promissor para a troca de ideias e o esclarecimento, revelou-se o picadeiro da "burritsia" (o contrário da intelligentsia) e da obviedade politicamente (in)correta. Não dá para ficar numa roda que tem gente incapaz de entender uma ironia (ao ponto de você ter que explicar que se trata de uma!). O maniqueísmo triunfou e instaurou-se uma conversa plana, perfeitamente idiota e inútil.

A tônica passou a ser a intolerância, o pensamento bovino uniforme e religioso, o culto à personalidade, o ódio, a caça às bruxas, a sede de vingança, a vontade de prender, punir, calar, criminalizar, censurar. Quando percebi que eu mesmo começava a participar desses torneios, perdendo tempo, ganhando inimigos e atingindo diariamente graus elevadíssimos de irritação, desisti.

Por que afinal preciso encontrar tanta gente que eu mal conheço para ver seus gatinhos e ouvir suas previsíveis e quase sempre rasas opiniões sobre política, moral ou costumes? Por que teria de conviver com militantes estúpidos, de esquerda ou de direita, que se comportam ou como pregadores fanáticos ou como micos amestrados? O que me interessa a opinião de fulano ou sicrano que no mundo real eu veria por acaso duas vezes por ano –ou nem isso? E por que eu deveria brigar com amigos de velha data por causa do que disseram ou não sobre Chico Buarque?

O resultado da desistência é ótimo: mais tempo, menos exasperação, menos encontros indesejáveis e menos gritaria. Recomendo vivamente. 


13/03/2016


11/03/2016

Informação não é conhecimento.



Para uma sexta-feira modorrenta como esta, deixo apenas esse vídeo do canal Nerdologia porque hoje a minha "bateria" está descarregada!


10/03/2016

O gato subiu a escada...


Nosso gato morreu! Pronto, falei!
Esse tipo de assunto não dá para florear nem fazer suspense e vou contar num fôlego só!
Foi uma fatalidade!                               
Aconteceu na semana passada e somente agora tomei coragem para deixar registrado aqui no Blog Banal.
Luto na família!
Nos fundos da nossa casa existe uma escada de ferro tipo marinheiro que utilizamos para tudo, desde trocar lâmpadas, pintar paredes e subir no telhado. 
Como todo gato, ele era muito curioso e vivia explorando o seu habitat, porém com limitação, pois a nossa casa é toda fechada, justamente para evitar outros tipos de gatos: os ladrões. 
No início, seu nome era Paçoca, mas com o tempo começamos a chamá-lo de Nino. 
Nino nunca havia subido numa altura maior do que uma cama ou sofá, mas seu instinto curioso e caçador o fez querer subir uma escada, provavelmente com o objetivo de alcançar o telhado para caçar passarinhos. 
No início da noite fatídica, a escada estava apoiada na parede e quando ele tentou subir, provavelmente desequilibrou-se e a escada tombou em sua direção, caindo em cima de sua cara, causando afundamento ósseo e hemorragia pela boca. 
Na tentativa de elucidar a causa raiz dessa fatalidade, no dia seguinte ao óbito, recoloquei a escada na parede e tentei movê-la com a pontinha do dedo e a escada nem se mexeu, mesmo imprimindo uma força média! 
Além disso, o gato é um bicho muito leve! Não sei como ele teve força para fazer a escada cair! 
Eu não estava em casa quando isso aconteceu porque havia saído para caminhar quando minha mulher e filha apareceram desesperadas e me alcançaram pelo caminho, com o gato desmaiado dentro do carro, em estado de choque, para irmos à única clínica veterinária 24 horas daqui da cidade. 
Chegamos no local, apertamos a campainha e entramos com Nino enrolado num lençol e rapidamente uma veterinária o levou até uma maca. Ela raspou o seu "braço" e espetou a agulha para injetar soro e colocou uma máscara de oxigênio em seu focinho. 
Eu fiquei perto da maca enquanto a secretária chamou a minha mulher para fazer a ficha e dar apoio à minha filha que estava chorando. Fiquei acompanhando o procedimento e percebi que o gato estava em estado de coma, com os olhos arregalados e paralisados. A língua estava fora da boca e havia hemorragia! 
Mesmo sendo leigo, percebi que o gato estava tecnicamente MORTO e fiquei preocupado quando a veterinária me disse que Nino precisava ficar internado para tratamento, retirada de raio X e mais medicamentos. 
Eu me senti como o Zaratustra, carregando um cadáver nas costas e entrando no Hospital Sírio Libanês para interná-lo na ala VIP! 
Era como dar um cheque em branco e no dia seguinte a ouvir a jovem veterinária dizer que sentia muito pelo ocorrido, que fez tudo o que podia, mas que "para me ajudar", eu podia pagar com cartão de crédito a fatura de R$2.000,00! Infelizmente, pelo estado que o gato se encontrava não dava para prosseguir. Se eu percebesse que havia uma pequena chance de sobrevivência é claro que eu topava! 
Pedi à veterinária que me apresentasse os custos até aquele momento, afinal entramos direto para os primeiros procedimentos e chocados com a situação não perguntamos sobre a parte comercial. 
Ela foi até ao computador da secretária na sala ao lado e voltou com a fatura no valor de R$ 300,00 pelo tratamento de um gato praticamente morto em apenas 15 minutos! 
A situação era delicada, afinal minha filha estava chorando na sala de espera. É nessas horas que devemos ser racionais. Pensei por alguns instantes, conversei com minha mulher e decidimos: Vamos levar o gato para casa! 
A veterinária fechou a cara quando soube de nossa decisão e falou que teríamos que assinar um termo de desistência do tratamento. 
Tive vontade de perguntar quanto custava esse tal termo, mas resolvi ficar quieto para não complicar ainda mais a situação. 
Nesse ínterim, ela começou a desligar o oxigênio e retirar o soro de sua pata com rapidez! 
Olhei para ela e perguntei se podia levar o soro que estava cheio no reservatório para ele tomar em casa, afinal estava pagando e ela disse friamente que não. 
Fui até a máquina de cartão de crédito, paguei o valor cobrado, enrolamos o gato no lençol e fomos embora tristes para o carro. Silêncio absoluto dentro do carro!
O gato morreu em nossa casa. 
Aquela cena da veterinária não saía de minha cabeça. Nem consegui dormir direito naquela noite. 
No dia seguinte, liguei para a clínica, me identifiquei para a secretária, expliquei a situação e perguntei se a veterinária que nos atendera era filha do dono, porque se fosse nem adiantava reclamar porque certamente ele passaria a mão na cabeça da filhinha. 
Após ela confirmar que a "doutora" é funcionária, transferiu-me para conversar com o dono da clínica, que também é veterinário e ouviu-me com gentileza e até perguntou-me sobre o gato. Lamentou-se sobre a má sorte e pediu desculpas pelo ocorrido. É assim que se faz! Inclusive se ofereceu para devolver a metade da quantia cobrada, local para enterro e outro gato castrado, se desejássemos. Agradeci por ele ter entendido a situação mas o que eu queria mesmo, nem era apenas o dinheiro, mas que ele orientasse a sua funcionária que embora a universidade que ela formara, não tenha ensinado "humanidade", que esse "pequeno" detalhe poderia fazer toda a diferença em sua vida, inclusive a profissional. 




Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 10/03/2016

08/03/2016

Haja luz!




Inicio a publicação de hoje com a fotografia do excelente livro "O Mundo Assombrado pelos Demônios". Este, sem dúvida nenhuma, encontra-se na lista de meus livros preferidos e apesar do nome sugerir outra coisa, não tem absolutamente nenhuma relação com demônios, bruxarias ou qualquer bobagem afim. Pelo contrário, é um antídoto contras as falsas explicações e crenças “fantásticas” em estátuas lacrimejantes, poder das pirâmides, anjos, demônios, astrologias, visões, bruxarias, gnomos, feitiçarias, maus-olhados e toda a criação humana para explicar, controlar ou amedrontar as pessoas comuns.

Gosto muito dessa frase que existe na capa desse livro: A ciência vista como uma vela no escuro.

Este livro funciona como um tratamento de desintoxicação e esclarecimento para o homem comum. Mais que uma vela, trata-se de um jato de luz a varrer as crenças infundadas e obscurantismo que pairam sobre nossa vida, além de ajudar-nos na identificação dos " bem intencionados ". 

Quando eu utilizava o Facebook, por diversas vezes publiquei livros que eu julgava interessantes e inclusive, possuía um álbum de fotografias com muitos livros e percebia que ninguém se interessava por esse tipo de coisa. Livro naquele ambiente não era apreciado. Hoje publico por aqui as minhas bobagens sem expectativas ou reconhecimentos. Se um dia o proprietário deste Blog colocar o botão "curtir" no rodapé dessa publicação, eu juro que paro de escrever aqui também.

Eu já gostava do saudoso Carl Sagan quando ele apresentava uma série de televisão chamada "Cosmos" e um certo dia, visitando meu amigo Luis Vallejo de Barra Mansa, ele me emprestou esse livro e gostei tanto que acabei comprando esse aí da foto. 

Alguns dizem que este é a "Bíblia" dos céticos. Não acho boa essa comparação mas serve para instigar a curiosidade. 

Sua leitura foi uma grande divisora de águas em minha forma de interpretar a vida e compreender o básico de como o mundo "funciona". Depois que o li me tornei um cético. 

É leitura para quem possui a mente aberta e ainda não foi seduzido pelas crendices e pseudociências. Já disseram também que esse livro é um guia de sobrevivência e nisso eu concordo totalmente. Deveria ser recomendado em todas as escolas. 

Se você ainda é jovem, possui sede de conhecimento e sua cabeça ainda não se encontra comprometida e possui a mente aberta, esse livro é para você. Garanto que nunca mais será o mesmo.  

Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 08/03/2016.