Estamos finalizando mais um Carnaval em 2016 e eu aqui escrevendo mais um tema que ninguém está interessado. Não tem problema! Escrevo enquanto posso e sinto vontade.
Bem, já que o tema é carnaval, deixe-me situar. Moro atualmente em Araras, interior de São Paulo e por aqui não houve a popular festa de carnaval. Hoje para mim isso não tem mais importância.
Quando adolescente, talvez por influência do meio, confesso que gostava de carnaval. Hoje utilizo essa excelente folga do trabalho (pago por banco de horas), para descansar em companhia da família, navegar na internet, ler meus livros e passear no sentido oposto à multidão. Esse ano, aproveitamos esse tempo para conhecer uma pequena cidade do interior de São Paulo chamada Analândia. É uma cidade de aproximadamente 5.000 habitantes e considerada estância climática na classificação turística. Outro dia escreverei sobre a cidade e suas cachoeiras, hoje o tema é carnaval.
Quando jovem, todos os clubes da cidade onde nasci ficavam lotados: Ilha Clube, Clube Municipal, Azteca e Minas Esporte Clube e esses eram frequentados de acordo com a condição social.
As pessoas gostavam tanto desse evento que compravam o "pacote" de ingressos para todos os dias, por um valor menor. Existia gente que preferia praia mas a preferência era pelos clubes.
Eu costumava ir incansavelmente todos os dias, de sexta-feira à terça-feira e inclusive matinês.
Era uma excelente oportunidade para conhecer e beijar meninas.
A banda tocava muitas marchinhas e a garotada pulava em círculos, ao som dos instrumentos de uma banda que ficava posicionada numa parte mais alta do clube.
Todo mundo usava algum tipo de fantasia. As meninas usavam brilho nos olhos e fantasias igualmente brilhantes com plumas e paetês. Os meninos usavam chapéus, camisa de futebol ou coloridas e jogavam confetes e serpentinas para o alto.
Era muito divertido e ingênuo.
Hoje todos recomendam cuidados com o carnaval, uso de camisinhas e coisa e tal, mas antigamente a gente só queria pular ao som da música, sorrir e cantar.
Naquela época era só colocar as mãos na cintura ou ombro das meninas, ganhar um sorriso e com alguma sorte, beijar na boca e ficar feliz a noite toda abraçado e rodando o clube.
No último dia de carnaval no Ilha Clube, já amanhecendo, a banda tradicionalmente descia o palco e todos a acompanhavam até à praça do Ano Bom para curtir os últimos momentos de uma festa alegre e sem tiros!
Provavelmente a geração "hard" do piercing, alongadores de orelhas e tatuagens julgue esse tipo de diversão daquela época uma coisa banal, mas sinceramente, eu não vejo dessa forma. Pelo menos era uma diversão sem riscos para a saúde e integridade física.
Hoje, casado e com filhos, perdi o interesse pelo carnaval, mas ainda guardo muitas histórias de um tempo onde era possível se divertir e voltar para casa com segurança e em paz.
O tempo passou e atualmente não suporto carnaval nem na televisão!
O tempo transforma a gente!
Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 05/02/2016
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