Eu era jovem e estava descobrindo o mundo.
Magro, sem sobrenome "famoso" e sendo levado pela correnteza da vida.
Minha fronteira era tão restrita quanto meu dinheiro.
Na realidade, eu não tinha dinheiro.
Uma coisa é ter pouco dinheiro, outra bem diferente é não ter nada.
Em meu bolso, apenas uma carteira de couro "sintético" para guardar foto e identidade.
Não me importava com isso.
Pensando bem, naquela época eu não precisava de muita coisa.
Tinha uma mãe viúva que me fornecia alimento, abrigo e roupas.
Sem luxo, é verdade, mas o necessário para viver.
Eu era pobre e não sabia.
Você sabe o que é ser uma coisa e não saber o que é?
Então, é a mesma sensação que o ignorante possui... ele não sabe que é!
Naquela época, existiam jovens que valorizavam demais os rótulos, as aparências e as etiquetas.
Sim, etiquetas! Aquele maldito pedacinho de pano com um desenho costurado na roupa.
Infelizmente esse comportamento ainda prevalece.
É que aqueles jovens envelheceram e transmitiram aos filhos a mesma obsessão.
Eu nem sabia que existia essa forma ordinária para classificar uma pessoa pela marca!
Minha preocupação era apenas usar uma "roupa", claro.
Até porque não tinha tempo e nem recursos para bancar coisas supérfluas.
Pouco me importava se era Calvin Klein, Lacoste ou "Dasputas".
Eu precisava de apenas um camisa!
Agora, como explicar para os jovens que essa vaidade de ostentar uma marca e pagar caro por isso não é uma coisa importante para a vida humana?
Acho que não consigo e nem pretendo mudar o comportamento de ninguém.
Lembro-me até hoje, quando me encontrava pessoalmente com esse tipo de inquisidor das marcas, que ao chegar para me cumprimentar, antes de olhar nos meus olhos, esquadrinhava a minha roupa em busca da maldita etiqueta!
Sentia-me irritado com aquela vistoria, confesso, afinal era um jovem imaturo e essas besteiras me incomodavam na época.
Hoje eu ignoro esse tipo de comportamento.
Essa gente é escrava da mídia e alpinista social.
Aproveitando, o termo "alpinismo social" caso não saiba transcrevo que está relacionado àquela pessoa que corre atrás de relacionamentos com pessoas ricas com o objetivo de subir de classe social.
Você, caro leitor, conhece alguém assim?
Esse termo também pode ser aplicado profissionalmente, àquele tipo bajulador que "luta" para conseguir uma promoção a qualquer custo.
Não sou hipócrita ao ponto de não gostar de coisas com qualidade, claro que gosto, mas dentro de minha realidade. Acho justo pagar pela qualidade, desde que de forma sensata sem fazer disso um objetivo de vida ou filtro para selecionar pessoas. E pior do que isso, viver endividado para manter uma aparência!
Pois é, as pessoas deviam valer mais do que suas etiquetas.
Pensando bem, talvez algumas etiquetas possuem mais valor do que muita gente!
Bem gente, termino por aqui este texto banal e desnecessário na vida e interrompo neste momento para não tornar a leitura aborrecida e cansativa!
Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 10/02/2016
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