Outro dia eu estava lendo Kant (aquele filósofo) e me deparei com uma situação interessante que ouso compartilhar aqui no Blog Banal.
Kant propôs uma situação e gostaria que você leitor, se colocasse no lugar e pensasse sobre o assunto.
Tomarei a liberdade de adaptar várias partes ao meu estilo, para tentar tornar a leitura mais agradável (presunção minha).
Imagine que numa certa noite, você se encontra sozinho dentro de sua casa e ouve uma batida forte na porta. (Nesse ponto, preciso fazer um comentário importante: Considere que essa situação tenha ocorrida na época de Kant (1724-1804) e lógico, naquele tempo não existia a violência como atualmente e vamos presumir que você abrirá a porta sem medo de ser um ladrão ou outra ameaça. Estamos combinados?)
Continuando então. Você chega até a porta e quando abre, depara-se com um rapaz que nitidamente precisa de ajuda: está ferido e sangrando. Você o coloca para dentro de casa, o ajuda a se sentir seguro e confortável, depois chama uma ambulância.
Agora vem a pergunta: Você o ajudou porque essa é a coisa certa a fazer ou porque sentiu pena daquela pessoa?
Pensou?
Então, sem suspense, vamos conhecer o que Kant pensava sobre essa situação. De acordo com Kant, se você o ajuda simplesmente porque sente pena dele, esta não seria de jeito nenhum uma ação moral. Sua solidariedade é irrelevante para a moralidade da ação. A solidariedade faz parte do seu caráter, mas nada tem a ver com o que é certo ou errado. Para Kant, a moralidade não diz respeito apenas a o que fazer, mas também a por que fazer. Aqueles que fazem a coisa certa não o fazem só por causa do modo como se sentem: a decisão precisa ser baseada na razão, pois é ela que diz qual é o nosso dever, independentemente de como porventura nos sentimos.
Kant pensava que as emoções não deviam se misturar com a moral. O fato de termos ou não emoções não passa de uma questão de sorte. Algumas pessoas sentem compaixão e empatia, outras não. Algumas são medíocres e acham difícil ser generosas; outras se sentem extremamente alegres por doar dinheiro e posses para ajudar os outros. Mas ser bom é algo que toda pessoa razoável deveria ser capaz de atingir por meio das próprias escolhas. Para Kant, se você ajuda o rapaz porque sabe que é seu dever, está agindo moralmente. Esta é a coisa certa a fazer porque é o que todos fariam se estivessem na mesma situação.
Em tempo, é óbvio que a pessoa que precisa de ajuda está pouco se importando sobre a sua motivação. Ele precisa de ajuda e pronto! E tem mais, essa elucubração não chega a lugar algum numa situação de real necessidade. Deixemos essas análises e culpas aos idealizadores.
Bem gente, esse assunto poderia continuar, mas como atualmente quase ninguém possui tempo ou vontade para ler um texto com mais de 30 linhas e ainda mais sobre filosofia (que adoro), ficamos por aqui!
Hoje quero escrever sobre Júlia. Mas quem é Júlia aos olhos da humanidade?
Apenas mais uma menina nesse planetinha indiferente com mais de 7 bilhões de habitantes.
Aos meus olhos ela é uma pessoa muito importante, pois em suas veias navegam nosso sangue, nossa herança genética, nossos reflexos e nossa melhor parte.
Antes de continuarmos, por que estou escrevendo algo tão pessoal e sem interesse ao grande público?
Simples. Este Blog também funciona como um diário íntimo e extensão de minha memória para a posteridade. E, claro, porque aqui no Blog nada é segredo. Tenho a pretensão de que lá no futuro, minha família ou algum descendente mais curioso, se desejar, tenha acesso aos pensamentos de seu pai, avô ou quem sabe bisavô!
Meu pai não deixou nada escrito e sempre tive curiosidade de conhecê-lo melhor. Quase todas as pessoas que o conheceram não estão vivas ou tiveram contato apenas superficial.
Não falo com meu pai desde os meus 14 anos e infelizmente esse diálogo não será mais possível, pois ele não existe mais.
Voltando ao tema, deixe-me apresentar a minha "princesa" Júlia que, por falar em princesa, adora o filme Frozen. Pois bem, ela é uma menina morena, magrinha, baixinha e muito tímida. Gosta de jogos de notebook, pintar as unhas e prender os cabelos enquanto a sua franja cresce. Embora precoce, possui personalidade forte e acho que também herdou do pai esse "problema".
Nosso primeiro contato foi numa manhã de 14 de Março de 2006.
Aparentemente era mais um dia comum, mas só aparentemente, pois esse dia será lembrado até o resto de minha vida.
Eu estava sentado numa confortável poltrona do hospital, talvez lendo alguma coisa para o tempo passar, mas confesso que esse detalhe não mais me recordo. Fiquei esperando-a sem nervosismo pois estava confiante. Sabia que seria uma menina e que se chamaria Júlia.
O relógio redondo na parede marcava 8:15 h e já estava sentindo vontade de tomar um café, quando uma enfermeira apressada apareceu na minha frente, segurando-a enrolada num pano branco. Ela berrava muito, mas não era um choro normal, era uma espécie de escândalo!
Fiquei paralisado prestando atenção naquele rostinho até então desconhecido e pensando como pode uma pessoa tão pequena possuir tanta potência vocal!
Nem tive tempo de abrir a boca e falar qualquer coisa do tipo "Muito prazer, sou seu pai" e a enfermeira mais apressada do que aquele Coelho Branco de Alice a levou embora.
Esse foi o nosso primeiro encontro: rápido e barulhento!
Aquela imagem de sua boca vermelha, seu choro e olhos fechados foram minhas primeiras impressões. Fiquei meio assustado com a nossa apresentação barulhenta mas depois me aquietei. Assim que a enfermeira foi embora acompanhei ela entrou numa sala com uma porta escrita "Proibido a entrada de pessoas não autorizadas". Para a minha sorte existia um retângulo de vidro transparente na parede lateral que permitia bisbilhotar tudo que acontecia lá dentro.
Estiquei o pescoço e esquadrinhava tudo que acontecia, pois não queria perder nenhum detalhe.
Nesse momento, veio até a minha presença o médico responsável pelo parto avisar-me que a minha esposa estava bem e se recuperando.
Agradeci-o e permaneci de plantão acompanhando a enfermeira deitar aquela menininha, numa espécie de estufa.
Quase uma década depois, Júlia cresceu, lógico.
O tempo passou e hoje vejo que ela é uma garotinha inteligente porém não gosta de conversar com pessoas fora do círculo familiar e mesmo assim apenas as mais próximas.
Ela não possui deficiência auditiva não! Apenas não gosta de falar com os outros. Nem com a professora!
Em casa até que ela solta um pouquinho a sua voz.
No geral, o seu sorriso é para poucos.
De modo geral, tornou-se uma menina silenciosa e introspectiva. Na realidade, observa mais do que fala.
Quando a cumprimentam, ela não responde. Parece que não se sente a vontade.
Braço esticado em sua direção para cumprimentá-la retorna sem o esperado aperto de mãos.
Júlia é uma menina séria e emburrada!
Na escola possui apenas duas amigas e nunca fez aula de educação física, pois não possui interesse de interagir através do esporte. Isso pode ser um problema futuro.
Herança genética? Pode ser.
Gargalhada apenas entre íntimos em situações bem particulares.
Quando fitada, abaixa a cabeça. Às vezes realiza esse gesto até com a própria família.
Quando sorri, morde os lábios de vergonha até não mais conseguir e finalmente mostrar os dentes.
Ela fica linda quando sorri, talvez pela economia daquilo que a torna mais bela.
E também detesta ser o centro da atenção e se irrita quando muito observada.
Em seus aniversários ela nunca aparece nas fotografias. As crianças se reúnem em volta do bolo sem a aniversariante. Ele tem muita vergonha de ser homenageada. Eu também tenho esse problema. Acho que recebi poucas homenagens na vida ou tenho também um problema psicológico mal resolvido com essa questão. Para evitar esse constrangimento de nunca estar presente em sua própria festa, resolvemos não fazer mais a festa e comemorarmos no Shopping D. Pedro que ela adora. Nesse dia, ela leva uma colega e escolhe o lanche e a diversão que quiser.
Júlia também adora animais. Atualmente possuímos uma cachorrinha chamada Sofia e um gato chamado Nino. Seu nome inicial era Paçoca, mas não pegou e ficou Nino mesmo.
Confesso que tenho ciúmes desse gato, pois percebo que ele recebe mais carinho do que eu.
Seus passatempos favoritos são computador, jogos eletrônicos e bicicleta, nessa sequência de preferência.
Júlia é introspectiva e às vezes nem nota que cheguei do trabalho de tão compenetrada que fica no notebook. Sofia nunca me ignora e sempre que chego ela é a primeira a me receber com uma saudação através do movimento pendular de seu fino rabinho.
Procuro não ligar quando Júlia não olha para mim quando chego em casa. Mas ligo sim! Eu sei que é o jeito dela e não tento mudá-la. Um dia isso passará. Talvez o nome disso seja foco.
Espero que esse comportamento seja positivo em sua vida profissional.
Júlia, hoje foi a primeira vez que contei um pouquinho de sua história desde o nascimento. Interromperei esse texto por aqui para que não fique longo e aborrecido. No futuro, escreverei mais sobre você.
Papai te ama hoje e sempre! Que sua vida seja próspera, independente e feliz. Beijos! Obs: Rodrigo, meu filhão, outro dia escrevo para você também!
Isolar-se voluntariamente do mundo é uma experiência interessante.
O mundo é bom, mas lidar com seus habitantes às vezes é complicado.
Encontrar-se sozinho em silêncio e afastado provisoriamente das pessoas, dos ruídos e dos aborrecimentos é um privilégio e uma necessidade para o equilíbrio de nossa vida.
Estar sozinho por alguns momentos não significa ser solitário. Temos necessidade de um cantinho quieto, sem a escravidão do relógio e dos compromissos.
Nesse mundo caótico e automático, temos pouco tempo para fazer aquilo que realmente dá prazer e enquanto isso, vivemos apertados entre as obrigações e os problemas.
Para equilibrar as demandas da vida (Quando falamos a palavra demanda dá a impressão que dissemos algo importante! Bobagem!), costumo dedicar aos livros, pois me oferecem tanto prazer quanto uma queijadinha.
Tem gente que prefere pescaria, outros viagens de moto. Há os que gostam de futebol, rock ou criar passarinhos, mas prefiro mesmo os livros e as suas histórias. Gosto também de gente que conta história. Algo raro hoje em dia, pois os volumes dos ambientes costumam atrapalhar até uma conversa, além disso, as pessoas são tão apressadas e com pouco tempo.... Sem considerar que poucos gostam ou contam algo interessante.
Para as minhas horas de silêncio e paz também gosto de internet e música suave, mas os livros possuem minha preferência.
E por falar nisso, essa semana comprei duas prateleiras de madeira que encomendei para organizar melhor os meus livros. A estante antiga começou a ficar pequena e vários títulos estavam sendo guardados numa prateleira nos fundos da casa e longe do alcance dos meus olhos. Gosto de olhá-los e tocá-los também, além de lê-los, é claro.
Escrever também é uma forma bastante agradável de passar o tempo e se reconhecer; Por isso, criei também esse Blog Banal, para escrever qualquer coisa que se passa pela minha cabeça sem preocupações ou hierarquia. Aqui tenho a ilusão de que sou livre.
Gostaria de ser um escritor, mas não vai dar. Falta talento. Acho que isso é um sonho de todo leitor, mas apesar disso, por teimosia, estou escrevendo uma estória e quem sabe vai virar um livro, mesmo sabendo de minhas limitações na língua portuguesa.
Ainda falta finalizá-lo, apesar de já ter escrito bastante. Pretendo terminá-lo antes de morrer, mas para isso, preciso dedicar mais tempo para terminá-lo.
Conto a história de um homem que chega ao final da vida, perde todos da sua família e contatos e percebe que está sozinho no mundo e resolve passar a sua vida a limpo, escrevendo e revelando um segredo que escondeu até de si mesmo. Hoje não entrarei em detalhes sobre o livro porque merece uma publicação específica em outro dia...
Bem gente, fico por aqui neste domingo de chuva e calor na cidade de Araras-SP, revelando um pouco de minhas vaidades aqui no Blog Banal.
Vida que segue. Amanhã é dia de trabalho!
Seguem outros livros que fotografei após uma faxina na estante, dando continuidade à exposição de minha vaidade: os livros.
As pessoas viajam para admirar a altura das montanhas, as imensas ondas dos mares, o longo percurso dos rios, o vasto domínio do oceano, o movimento circular das estrelas, e no entanto elas passam por si mesmas sem se admirarem.
Emma Shapplin é francesa mas a maior parte de suas músicas são cantadas em italiano antigo ou latim. Proveniente do fato de ter tido suas primeiras aulas de canto em italiano. Comprei esse CD há muito tempo e o tenho entre os meus favoritos. Elaborado por Alex Gil Rodrigues 19/02/2016
Caro leitor, perceba abaixo como uma tradução mal feita pode comprometer a intenção do autor na língua original. O primeiro texto foi retirado do livro chamado "A Gaia Ciência" de Nietzche, que adquiri num sebo em Volta Redonda-RJ, no Edifício Redondo, editado pela Editora Escala. O segundo texto eu copiei da internet porque não possuo o livro da Companhia das Letras.
Leia e compare essa tradução da Editora Escala com a Companha das Letras. Qualquer leigo percebe a diferença absurda entre os dois livros.
1 - Editora Escala:
"Homenagear se aprende da mesma forma que desprezar. Aquele que abre caminhos novos e que conduza por eles muitos homens descobre com surpresa como são inábeis e pobres todos essas homens na expressão de seu reconhecimento e mesmo quando é raro que esse reconhecimento chegue a se manifestar. É como se, cada vez que ele quer falar, alguma coisa se entrava na garganta, de modo que não faz outra coisa senão tossir e engasgar-se na tosse. É quase cômico ver de que maneira um pensador apreende o efeito de suas ideias, de seu poder de transformação e o abalo que produzem; parece às vezes que aqueles que experimentaram esse efeito se encontram, no fundo, ofendidos e não sabem exprimir senão por meio de mil grosserias sua independência que julgam ameaçada. São necessárias gerações inteiras para inventar uma convenção cortês do reconhecimento; e só muito tarde é que chega o momento em que uma espécie de espírito e de genialidade penetra o reconhecimento. Então alguém recebe em abundância os agradecimentos, não somente pelo bem que ele próprio fez, mas pelo tesouro de coisas sublimes e excelentes que seus predecessores acumularam".
A Gaia Ciência - Coleção O Essencial de Nietzsche - Editora Escala - Página: 170
2 - Difícil né! Agora leia a tradução da Companha das Letras:
"É preciso aprender a homenagear, tanto quanto a desprezar. Todo aquele que segue novos caminhos, e que conduziu muitos por novos caminhos, descobre assombrado como esses muitos são pobres e canhestros ao exprimir sua gratidão, e mesmo como é raro a gratidão poder se expressar. É como se, querendo falar, algo sempre lhe incomodasse a garganta, de forma que ela apenas pigarreia e silencia com o pigarro. O modo como um pensador chega a sentir o efeito de suas idéias e a energia transformadora e perturbadora destas é quase uma comédia; às vezes se diria que os que experimentaram esse efeito sentiram-se por ele ultrajados, no fundo, e que apenas com grosserias podem expressar a independência que acreditam ameaçada. São requeridas gerações inteiras para se inventar apenas uma convenção cortês de agradecimento; e apenas bem tarde chega o momento em que até na gratidão penetra algum espírito e genialidade; então geralmente há alguém que é o grande receptor da gratidão, não só pelo que ele próprio fez de bom, mas sobretudo por aquilo que gradualmente seus precursores acumularam, um tesouro do que há de melhor e de mais elevado".
NIETZSCHE, Friedrich. A GAIA CIÊNCIA. Tradução, notas e posfácio de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia Das Letras, 2001, página, 126-127, (Aforismo Nº 100).
Acho que quase ninguém está interessado nesse assunto sobre ondas gravitacionais, espaço-tempo, gravidade, órbitas, curvatura, massa, mas publico assim mesmo.
Quando eu era jovem e tive contato com a série Cosmos do saudoso Carl Sagan, fiquei muito interessado nas coisas do universo e quando cresci e tive dinheiro, comprei e li diversos livros sobre o universo.
Ainda tenho interesse atualmente e sempre que posso assisto vídeos ou leio sobre esse assunto.
No último dia de 2015 relacionei uma breve lista de desejos para 2016 mas desisti de publicar porque julguei muito banal. Hoje, realizando uma limpeza no meu notebook reencontrei a citada lista e já estava com o dedo na tecla delete quando pensei: - Ah! Vou publicar essa coisa (para não dizer outra palavra) mesmo atrasado, afinal uma bobagem a mais não vai fazer diferença nenhuma em minha vida!
Já que tomei coragem, vamos à lista, mas antes disso devo avisar que o ano 2016 será estabelecido como o ano da negação.
- Não fumar (nunca fumei!) - Não tatuar o corpo - Não frequentar academia de musculação (não gosto)
- Não votar no PT - Não parar de ler - Não parar de caminhar - Não agradar com segundas intenções - Não perder tempo com pessoas e coisas que aborrecem - Não ter pressa para o tempo passar - Não acreditar em tudo que me falam - Não desejar "axé" para os meus amigos porque aí já é demais!
Em tempo, logo depois que publiquei essa coisa, percebi que já havia inserido parte desse texto numa outra publicação na passagem do ano! Como já está pronto, não apagarei.
Acho que estou ficando velho e esquecendo de algumas coisas.
Espero que o tempo apague apenas as memórias ruins!
Magro, sem sobrenome "famoso" e sendo levado pela correnteza da vida.
Minha fronteira era tão restrita quanto meu dinheiro.
Na realidade, eu não tinha dinheiro.
Uma coisa é ter pouco dinheiro, outra bem diferente é não ter nada.
Em meu bolso, apenas uma carteira de couro "sintético" para guardar foto e identidade.
Não me importava com isso.
Pensando bem, naquela época eu não precisava de muita coisa.
Tinha uma mãe viúva que me fornecia alimento, abrigo e roupas.
Sem luxo, é verdade, mas o necessário para viver.
Eu era pobre e não sabia.
Você sabe o que é ser uma coisa e não saber o que é?
Então, é a mesma sensação que o ignorante possui... ele não sabe que é!
Naquela época, existiam jovens que valorizavam demais os rótulos, as aparências e as etiquetas.
Sim, etiquetas! Aquele maldito pedacinho de pano com um desenho costurado na roupa.
Infelizmente esse comportamento ainda prevalece.
É que aqueles jovens envelheceram e transmitiram aos filhos a mesma obsessão.
Eu nem sabia que existia essa forma ordinária para classificar uma pessoa pela marca!
Minha preocupação era apenas usar uma "roupa", claro.
Até porque não tinha tempo e nem recursos para bancar coisas supérfluas.
Pouco me importava se era Calvin Klein, Lacoste ou "Dasputas".
Eu precisava de apenas um camisa!
Agora, como explicar para os jovens que essa vaidade de ostentar uma marca e pagar caro por isso não é uma coisa importante para a vida humana?
Acho que não consigo e nem pretendo mudar o comportamento de ninguém.
Lembro-me até hoje, quando me encontrava pessoalmente com esse tipo de inquisidor das marcas, que ao chegar para me cumprimentar, antes de olhar nos meus olhos, esquadrinhava a minha roupa em busca da maldita etiqueta!
Sentia-me irritado com aquela vistoria, confesso, afinal era um jovem imaturo e essas besteiras me incomodavam na época.
Hoje eu ignoro esse tipo de comportamento.
Essa gente é escrava da mídia e alpinista social.
Aproveitando, o termo "alpinismo social" caso não saiba transcrevo que está relacionado àquela pessoa que corre atrás de relacionamentos com pessoas ricas com o objetivo de subir de classe social.
Você, caro leitor, conhece alguém assim?
Esse termo também pode ser aplicado profissionalmente, àquele tipo bajulador que "luta" para conseguir uma promoção a qualquer custo.
Não sou hipócrita ao ponto de não gostar de coisas com qualidade, claro que gosto, mas dentro de minha realidade. Acho justo pagar pela qualidade, desde que de forma sensata sem fazer disso um objetivo de vida ou filtro para selecionar pessoas. E pior do que isso, viver endividado para manter uma aparência!
Pois é, as pessoas deviam valer mais do que suas etiquetas.
Pensando bem, talvez algumas etiquetas possuem mais valor do que muita gente!
Bem gente, termino por aqui este texto banal e desnecessário na vida e interrompo neste momento para não tornar a leitura aborrecida e cansativa!
Estamos finalizando mais um Carnaval em 2016 e eu aqui escrevendo mais um tema que ninguém está interessado. Não tem problema! Escrevo enquanto posso e sinto vontade.
Bem, já que o tema é carnaval, deixe-me situar. Moro atualmente em Araras, interior de São Paulo e por aqui não houve a popular festa de carnaval. Hoje para mim isso não tem mais importância.
Quando adolescente, talvez por influência do meio, confesso que gostava de carnaval. Hoje utilizo essa excelente folga do trabalho (pago por banco de horas), para descansar em companhia da família, navegar na internet, ler meus livros e passear no sentido oposto à multidão. Esse ano, aproveitamos esse tempo para conhecer uma pequena cidade do interior de São Paulo chamada Analândia. É uma cidade de aproximadamente 5.000 habitantes e considerada estância climática na classificação turística. Outro dia escreverei sobre a cidade e suas cachoeiras, hoje o tema é carnaval.
Quando jovem, todos os clubes da cidade onde nasci ficavam lotados: Ilha Clube, Clube Municipal, Azteca e Minas Esporte Clube e esses eram frequentados de acordo com a condição social.
As pessoas gostavam tanto desse evento que compravam o "pacote" de ingressos para todos os dias, por um valor menor. Existia gente que preferia praia mas a preferência era pelos clubes.
Eu costumava ir incansavelmente todos os dias, de sexta-feira à terça-feira e inclusive matinês.
Era uma excelente oportunidade para conhecer e beijar meninas.
A banda tocava muitas marchinhas e a garotada pulava em círculos, ao som dos instrumentos de uma banda que ficava posicionada numa parte mais alta do clube.
Todo mundo usava algum tipo de fantasia. As meninas usavam brilho nos olhos e fantasias igualmente brilhantes com plumas e paetês. Os meninos usavam chapéus, camisa de futebol ou coloridas e jogavam confetes e serpentinas para o alto.
Era muito divertido e ingênuo.
Hoje todos recomendam cuidados com o carnaval, uso de camisinhas e coisa e tal, mas antigamente a gente só queria pular ao som da música, sorrir e cantar.
Naquela época era só colocar as mãos na cintura ou ombro das meninas, ganhar um sorriso e com alguma sorte, beijar na boca e ficar feliz a noite toda abraçado e rodando o clube.
No último dia de carnaval no Ilha Clube, já amanhecendo, a banda tradicionalmente descia o palco e todos a acompanhavam até à praça do Ano Bom para curtir os últimos momentos de uma festa alegre e sem tiros!
Provavelmente a geração "hard" do piercing, alongadores de orelhas e tatuagens julgue esse tipo de diversão daquela época uma coisa banal, mas sinceramente, eu não vejo dessa forma. Pelo menos era uma diversão sem riscos para a saúde e integridade física.
Hoje, casado e com filhos, perdi o interesse pelo carnaval, mas ainda guardo muitas histórias de um tempo onde era possível se divertir e voltar para casa com segurança e em paz.
O tempo passou e atualmente não suporto carnaval nem na televisão!
"É bom quando nossa consciência sofre grandes ferimentos, pois isso a torna mais sensível a cada estímulo. Penso que devemos ler apenas livros que nos ferem, que nos afligem. Se o livro que estamos lendo não nos desperta como um soco no crânio, por que perder tempo lendo-o? Para que ele nos torne felizes, como você diz? Oh Deus, nós seríamos felizes do mesmo modo se esses livros não existissem. Livros que nos fazem felizes poderíamos escrever nós mesmos num piscar de olhos. Precisamos de livros que nos atinjam como a mais dolorosa desventura, que nos assolem profundamente – como a morte de alguém que amávamos mais do que a nós mesmos –, que nos façam sentir que fomos banidos para o ermo, para longe de qualquer presença humana – como um suicídio".
"Um livro deve ser um machado para o mar congelado que há dentro de nós".
Caro visitante do Blog Banal, não sei quem é o autor desse pensamento, apesar da caricatura de Nietzsche, presumo. Julguei interessante e por isso resolvi compartilhar. Se eu arrepender, depois deleto. Gosto de palavras que impactam. Sem impacto, não sofremos mudanças, seja em nosso modo de pensar ou agir. Pode ser uma frase, um livro ou até um sofrimento. Motivos não faltam para mudanças.
Todo mundo fala que viemos ao mundo para sermos felizes.
Como se a vida seguisse um roteiro de um filme predeterminado.
Passamos a vida com essa "certeza" porque somos egocêntricos.
Poucos admitem a aleatoriedade da vida, afinal ninguém aceita não ser feliz!
Comportamos como se possuíssemos direito adquirido pela felicidade.
Enganamo-nos pensando que somos a pessoa mais feliz do mundo.
Impossível ser plenamente feliz nesse mundo contraditório e injusto.
No final da vida, olhe para os rostos dos idosos no asilo ou de alguém mais perto.
Perceba a expressão triste, o corpo cansado e os olhos opacos...
O corpo pedindo cama, paletó e descanso.
Quanto mais jovens, acreditamos mais intensamente que viemos para sermos felizes.
O tempo passa e a esperança de ser feliz encontra-se sempre no futuro.
Enquanto não chega, nos entretemos com o trabalho, alimento, relógio, doença, insegurança, medo, etc.
Sempre temos expectativas em sermos felizes no final de semana, nas férias, no ano que vem, na aposentadoria, no futuro...
E enquanto isso, o tempo vai passando.
Felicidade também possui prazo de validade e quando se é jovem, essa frase é inadmissível.
O jovem se acha imortal e que tudo está ao seu alcance, principalmente a felicidade.
Mas o tempo é implacável.
Torna o jovem em um velho e ri da sua cara.
Talvez a decepção fosse menor se depositássemos menos expectativas durante a vida.
O homem é incorrigível e como não aceita a morte e a infelicidade, projeta-se outra vida após a morte como compensação pelos infortúnios e o destino implacável.
Esse animal que pensa não tem limite e cria mais uma chance para tentar ser feliz.
Nascer de novo para ser feliz!
Morrer para ser feliz!!!
E assim vive de esperanças sem responder a seguinte pergunta:
Se você acordar no inferno, vai pensar que simplesmente está levando a vida de sempre.
Este é um conceito básico de Arthur Schopenhauer, o grande escritor do pessimismo. Schopenhauer dizia que a pior coisa que podia acontecer a alguém é nascer.
E no entanto você não sai deprimido das páginas de Schopenhauer. Porque você aprende com ele que não é só você que sofre. Todos sofremos. Todos enfrentamos dores e decepções do primeiro ao último dia.
A fonte maior de infelicidade é achar que só você enfrenta problemas enquanto todos os outros riem e vivem uma festa perene. Schopenhauer põe você na companhia de toda a humanidade. Com ele, como escreveu um biógrafo, você aprende a olhar para fora, para além de você – e isso é vital para a saúde da mente.