Mambucaba na década de 80

Em Angra dos Reis existe uma praia na Vila Histórica de Mambucaba, muito apreciada pelos moradores de Barra Mansa-RJ, minha cidade Natal, na década de 80.

Naquela época, a maioria das pessoas ficavam acampadas em barracas e ainda não existiam casas populares para temporada no bairro Perequê, que fica distante três quilômetros. Hoje esse bairro se tornou um problema, com casas inacabadas, ruas com buracos e com falta d'água e saneamento básico em muitas ruas, apesar de existirem restaurantes, pousadas e escolas. É uma mini cidade com problemas de grande cidade.

Acampei diversas vezes nas areias de Mabucaba e me lembro que no carnaval as famílias entravam com o carro na areia, montavam a barraca junto do carro e ficavam com o carro parado até o último dia!

Particularmente eu não gostava de acampar nessas datas festivas mas às vezes até aventurava por falta de opção.

Naquela época eu não tinha carro, mas isso também não era problema.

Crescemos com poucos recursos e não éramos exigentes. Até a viagem, mesmo em circunstâncias precárias, dava prazer.

Era o que tínhamos para a época. A alegria de subir a serra, atravessar os três túneis e ter a primeira visão do mar azul lá embaixo, compensava qualquer desconforto.

A pequena barraca  e o fogão de duas bocas eram carregados nas costas e os garfos, facas, panelas e roupas em nossas mochilas.

Hoje eu não faria esse tipo de programa, mas quando somos jovens pensamos diferente.  

Naquele tempo não existia self service e pagar pela comida não estava em nossos planos e bolsos.

Havia solidariedade nos grupos que acampavam e sempre tinha alguém que emprestava ou doava alguma coisa para fazer o arroz, fritar o peixe e o macarrão! Tudo era festa!

Era muito bom sentar à noite de frente para o mar e as estrelas, sentindo a brisa fresca e ouvindo as ondas se quebrarem na areia, comendo peixe frito e cerveja gelada até o sono chegar.

Hoje em dia é proibido acampar e a praia se tornou mal frequentada.

Aquela praia agradável e palco de bons momentos agora só existe em minha memória.

Uma pena!