Enquanto o circo pega fogo continuo aqui nesse espaço escrevendo coisas banais. Mas se for preciso, pego o meu machado e quebro a porta também!
Pessoal, eu tenho certeza absoluta que a imagem acima está gravada em sua mente. Talvez os mais jovens não conhecem a origem, mas já devem ter visto em algum lugar.
Essa é uma cena clássica do filme "O Iluminado" dirigido por Kubrick em 1980. Eu sei que esse filme é antigo nas locadoras e semana passada resolvi assistir de novo e estava na prateleira dos catálogos por R$ 2,50.
Sou da opinião que de que se um filme não foi assistido ou um livro ainda não foi lido, podemos considerá-lo um lançamento.
Sou da opinião que de que se um filme não foi assistido ou um livro ainda não foi lido, podemos considerá-lo um lançamento.
O ator atrás da porta é Jack Nicholson nesta cena memorável que após quebrar a porta com o machado, ele enfia a cara e fala: "Here´s Johnny!"
Publico uma parte da resenha da Carla Leonardi que achei tão boa que não vou conseguir fazer melhor.
O livro de Stephen King conta a história da família Torrance que, graças ao novo emprego do pai, Jack, muda-se temporariamente para o hotel Overlook, onde ele vai trabalhar como zelador durante a temporada de inverno (período em que o hotel é fechado).
Logo de início, sabemos que Jack Torrance perdeu o emprego de professor universitário após uma briga com um de seus alunos. Além disso, o seu problema com álcool e seus acessos de fúria nos dão um pouco da dimensão psicológica desse pai de família. Já Wendy, a esposa, nos é apresentada como uma pessoa frágil e sem saída: mesmo com os problemas que estava vivendo com o marido, não podia deixá-lo, pois não tinha para onde ir.
Por fim, somos apresentados ao filho deles, Danny, um menino de seis anos que tem uma capacidade incrível de ver além da maioria – ele é o “iluminado” da obra. Ouvindo pensamentos e vendo coisas que não entende bem, o garoto recebe constantes visitas de Tony, que seus pais acreditam ser um amigo imaginário. Era Tony que o alertava sobre as boas coisas que aconteceriam no futuro até chegar o momento de ir para o Overlook: as visões começam a ficar cada vez mais assustadoras.
Depois de vários capítulos, a família, finalmente, chega ao hotel que foi palco de terríveis assassinatos. É nesse ambiente hostil que a família Torrance vai viver durante os meses seguintes – e é lá que Danny vai ver e ouvir (e até reviver) certas cenas de terror do passado. Ao longo do livro, o autor vai explorando as dimensões psicológicas de cada personagem até chegar ao ponto de maior tensão da história. Os fantasmas do passado começam a afetar não apenas Danny, mas também seus pais - Jack, em especial, que assume um papel não muito agradável ao longo do livro. Mais que isso é spoiler...
Sobre o Filme
Eu assisti ao filme muito antes de ler o livro, mas acabei assistindo novamente há algum tempo e pude notar diversas diferenças entre os dois. Dirigido por Stanley Kubrick, o longa ficou conhecido pela incrível atuação de Jack Nicholson no papel do Mr. Torrance. Quem nunca viu essa imagem da famosa cena em que ele quebra a porta do banheiro?
Dizem que Stephan King não gostou da abordagem de Kubrick: enquanto o autor do livro procurava explicar os acontecimentos tenebrosos no hotel pela dimensão psicológica das personagens, o diretor dava maior importância ao Overlook, que se torna a grande personagem da obra.
As salas imensas e os corredores intermináveis habitados por apenas três pessoas vão ganhando cada vez mais relevância com o passar do tempo. Além disso, um elemento novo é adicionado ao filme: Danny dá voltas e voltas em um velotrol pelos corredores do Overlook, e a câmera o acompanha nesses passeios bem rente ao chão. Além de termos uma noção mais próxima do que é a imensidão do hotel para aquele garotinho, vivemos a expectativa do que ele vai encontrar a cada curva.
Danny passeando de velotrol pelos corredores do Overlook
Embora existam essas diferenças de abordagem, em geral a história é a mesma. A partir de um determinado momento (REDRUM, para quem assistiu), a coisa muda um pouco. Os finais são bem diferentes e sou obrigada a dizer que prefiro o fim do livro. Ah, vale destacar que a solução de Kubrick para a representação de Tony foi bem criativa: no filme, o garoto conversa com o dedo indicador.
Tony, representado pelo dedo indicador de Danny no filme de Kubrick |
Uma informação que não é, necessariamente, um spoiler (mas se você não quer saber de nada antes de assistir ao filme ou ler o livro, melhor parar de ler aqui): logo no início, Jack fica sabendo que o zelador que foi contratado numa temporada passada enlouqueceu dentro do hotel, matando as filhas a machadadas, a esposa, e que depois se suicidou.
Curiosidades banais:
No livro, o quarto "amaldiçoado" era o de número 217. No filme, 237. O motivo? O dono do hotel onde o filme foi gravado pediu que o número fosse alterado para algum apartamento inexistente. Ele temia que ninguém quisesse se hospedar mais no 217 por conta do filme.
Outra informação interessante: Stanley Kubrick rodou aquela famosa cena do banheiro 127 vezes para que Shelley Duvall atingisse o grau de horror que ele queria. Deu certo. Quem quiser relembrar, assista lá em cima.
Não preciso dizer que tanto o livro quanto o filme são bons e apesar de preferir o livro, recomendo os dois!
Outro detalhe, este filme é uma versão do livro. O livro é muito mais completo!
Outro detalhe, este filme é uma versão do livro. O livro é muito mais completo!
Publicado por Alex Gil Rodrigues em 26/02/2015
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