Olá visitante do Blog Banal, você
já ouviu falar de Dante Alighieri?
Nunca? Sem
problemas, pode ser que esse tipo de assunto não seja interessante para você.
Existem muitas coisas que também não tenho interesse.
Só por curiosidade, você seria
capaz de arriscar um palpite sobre quem foi essa pessoa?
Seria o nome de um esportista,
ator de Hollywood, cantor de funk ostentação ou o novo namorado da Bruna Marquezine?
Estou fazendo essa brincadeira
boba aqui no Blog Banal apenas para provocar.
No meio em que vivo Dante é menos conhecido do que Neymar, aquele jogador
de futebol (nem precisava falar que ele joga futebol certo?) ou aquela "americana" Gisele Bündchen (Tive até que pesquisar no Google como se escreve o
nome correto dessa “famosa”, sem me esquecer de colocar o trema em cima da
letra “u”).
Hoje em dia, quase ninguém se
interessa por isso.
Bem, chega de suspense. Dante para
quem não sabe, viveu na Idade Média e foi escritor, poeta, político italiano e
escreveu “A Divina Comédia” entre 1304 a 1321 (estimativa). Há muito tempo não
é mesmo?
Mas porque estou perguntando isso
já que ninguém possui interesse nesse assunto?
A explicação é simples. Aqui no Blog
Banal o seu autor exercita sua liberdade negada em alguns campos da vida para
escrever o que sentir vontade, mesmo que não seja interesse de ninguém.
Conheci apenas uma pessoa em vida (claro que é em vida, não morri!!!) que
conhece autores relacionados aos clássicos da literatura. É
o meu amigo Luis Vallejo, professor
aposentado e autodidata que mora em Barra Mansa/RJ. Trata-se de uma pessoa com
a inteligência acima da média, “expert” em muitas áreas do conhecimento humano
e amante de músicas clássicas.
Segue o seu Blog:
http://cloneclock.blogspot.com.br/
Segue o seu Blog:
http://cloneclock.blogspot.com.br/
A propósito, tenho muita
admiração por ele ser culto, atencioso e culpado, ou melhor, responsável
pelo meu ingresso ao mundo da literatura. Pelas suas mãos recebi o primeiro
livro emprestado e não parei mais.
Tenho que revelar uma pequena
curiosidade. A primeira vez que entrei em sua residência, fiquei encantado com
sua coleção de livros. Aquilo para mim era uma cena que eu não estava
acostumado. Cada parede de seu escritório era ocupada com estantes lotadas de
livros (ainda é) e a sala de estar também possuía outra parede com uma estante abarrotada
de livros. Aquela atmosfera de conhecimento me despertou uma vontade até então
adormecida.
Fui criado numa casa com poucos
recursos e os proventos eram direcionados apenas para as necessidades básicas.
Os livros da casa eram apenas a bíblia aberta no Salmo 91, que ninguém lia, uma pequena enciclopédia médica e uma coleção de seis livros
do ensino médio com a capa dura já que não tínhamos condição financeira de
possuir uma Barsa (Acho que os jovens nem sabem o que significa este termo obsoleto
chamado Barsa). Se tiverem interesse, clique no Google!
Mas voltando ao assunto inicial,
porque estou escrevendo sobre Dante? Ah! É que me lembrei, que sempre tive
vontade de ler sua obra e mas nunca conseguia porque, não gosto muito de poesias.
Acho os versos cansativos e prefiro algo escrito em prosa.
Porém para a minha sorte, no dia
31/12/2014 eu estava na rodoviária de Araras/SP, esperando o ônibus com destino
à Campinas, para pegar a viação Cometa e ir à Barra Mansa/RJ passar o ano novo
com a família quando resolvi entrar no “Sebo do Neu.
Após garimpar os livros usados
(claro é um Sebo), encontrei a “Divina Comédia” de Dante Alighieri adaptada em
prosa por apenas R$ 4,00. Uma bagatela! Mais barato do que um hambúrguer de
péssima qualidade servido num trailer de lanches existente perto das
Casas Bahia da cidade onde moro (mas isso é outro assunto)!
Consegui lê-lo inteiro antes de
descer em Barra Mansa. Foram 450 Km com o corpo no ano 2014 e a mente na Idade Média.
Uma viagem de 694 anos sentado na confortável poltrona reclinada e com ar
condicionado do ônibus Cometa. Quer viagem melhor do que essa?
Não se preocupe se você nunca
ouviu falar de Dante. Para a vida prática ele não fez nada de “importante”. Aliás,
hoje em dia quase ninguém se interessa por essas coisas. O “importante” em
nossa cultura atualmente é ser rico, famoso ou bonito. Essa é a medida de
sucesso vigente.
Ter cultura hoje em dia não é o
desejo ou prioridade na vida das pessoas.
Você pode até retrucar: Ah, mas
isso é cultura inútil!
Eu te respondo: Ok, você está “serto”, siga o seu caminho, “fassa” mais
tatuagens em seu corpo, vá ouvir seu funk e me “deicha” no meu canto.
Brincadeira gente, não precisamos
ser 8 ou 80. É que aqui no Blog Banal sou um pouco mais ácido e irônico do que
o habitual.
Bem, Dante Alighieri foi um
sujeito erudito e narigudo que nasceu em Florença em 1265, há 750 anos e foi considerado
o “Poeta Máximo” da língua italiana.
A divina comédia é a sua
obra-prima e foi escrita entre 1310 a 1321 onde descreve uma visão durante o qual
o próprio Dante visita o Inferno, o Purgatório e o Paraíso, servindo-lhe de
guia Virgílio, um dos mais célebres poetas da Antiguidade latina. Virgílio o
acompanha no Inferno e no Purgatório. Ao entrar no Paraíso, Dante é conduzido
por sua amada Beatrice.
Em A Divina Comédia, Dante
estabelece uma hierarquia dos pecados e dos castigos, de acordo com a Igreja de
seu tempo (será que a igreja mudou atualmente?).
Imagine esse impacto na mente medieval, detalhando com riqueza a alegoria do Inferno como se o autor estivesse mesmo conhecido cada pedacinho! Se hoje, passados 694 anos ainda conheço pessoas consideradas "modernas" que acreditando no Inferno, como seria naquela
época onde as pessoas eram bem ignorantes hein? (eu disse eram?).
Elaborado por Alex Gil Rodrigues
em 03/01/2015.
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