25/11/2015

A beleza da mulher de pedra


Olá visitante, essa semana resolvi arejar a cabeça, olhando algumas obras de arte pela internet. Não é frescura não, isso é melhor do que TV . Aliás a internet se tornou o ambiente mais barato e confortável para se aprender sem sair de casa. Hoje vejo pessoas convidando para boicotarmos determinado canal de televisão e me descubro que já faço isso inconscientemente à todas as emissoras.

Encontrei essa impressionante imagem e descobri que ela foi esculpida por Antônio Corradini (1688-1752). Era um cidadão veneziano que realizou trabalhos em toda a Europa. Morreu pouco tempo depois de completar essa maravilha acima, sua obra mais célebre chamada "Modéstia" (1751). Só estou escrevendo isso porque pesquisei. Eu nunca ouvi falar desse artista. Se bem que não sirvo de referência, pois sou apenas um sujeito banal e curioso em busca de conhecimento. 

Eu confesso que não entendi o nome da obra, mas esse detalhe é irrelevante, pois a obra é digna de admiração. Eu não conseguiria esculpir nem um boneco em argila mole, quanto mais trabalhar numa pedra rígida com uma talhadeira e martelo...

A minha primeira impressão foi de espanto e logo depois me perguntei:

- Como pode alguém ter habilidade para fazer isso? - Não tenho explicação!

Observe a leveza e delicadeza do tecido colado ao corpo dando a impressão que se move e se isso fosse pouco: sexy! Como pode uma pedra de mármore dura e inflexível se transformar nessa beleza para os olhos e orgulho para a raça humana?


Simplesmente um espetáculo! 



Elaborado por Alex Gil Rodrigues, impressionado com o talento desse escultor em 26/11/2015. Perda de tempo? Bem melhor do que televisão né! 
Hora de dormir. Já é quase 1 h e daqui a pouco tenho que esculpir a minha "pedra"!


23/11/2015

Criação de Adão


Caro leitor, gostaria que você observasse atentamente a imagem acima.

O que você pensa quando vê essa imagem e qual foi a primeira vez que viu essa pintura?

Bem amigo (a), estou fazendo essas perguntinhas mas na verdade não estou interessado nas suas respostas. Na boa!

Estou apenas provocando sua curiosidade sobre essa obra. Eu tenho certeza que você possui tal imagem gravada em seu cérebro.

Provavelmente você nem saiba quem a pintou, em que ano ou onde está exposta. Sem problemas.

Talvez depois dessa publicação no Blog Banal até desperte alguma curiosidade em saber algo mais.

Agora eu te pergunto também: Porque antes dessa pergunta você não teve nenhuma curiosidade de querer saber do que se trata essa imagem?

Talvez não tenha sido estimulado, ou faltou curiosidade. Tenho certeza que não foi por falta de oportunidade, porque a internet é repleta de conhecimento disponível na ponta dos dedos e no conforto de sua casa.

Bem, chega de conversa e vamos conhecer algumas informações básicas dessa imagem.

Essa famosa pintura é de Michelangelo Buonarotti (1475-1564) e encontra-se no teto da Capela Sistina que fica na cidade-estado do Vaticano e mede 2,80 m x 5,70 m.

A arquitetura dessa capela também foi baseada no Tempo de Salomão, assim como aquela réplica que o Edir Macedo, construiu no Brás em São Paulo.

A Capela Sistina é o local atual onde se escolhe o Papa. O nome Sistina foi dado em homenagem a um Papa chamado Sisto IV, que restaurou a antiga capela lá por volta de 1477 a 1480.

O teto possui muitos afrescos de variados temas baseados nas histórias da Bíblia e doutrina católica. Eu não sabia o que significava o termo "afresco" porque não sou do ramo e para facilitar a compreensão também pesquisei que se trata de um método de pintura aplicada sobre um revestimento (parede ou teto) de gesso ainda fresco.

Essa pintura chamada "Criação de Adão" é a mais famosa do teto, sendo um ícone igualado somente pela Mona Lisa de Leonardo da Vinci. Por ano, 5 milhões de pessoas visitam a capela Sistina! Só para relembrar uma publicação que escrevi sobre o título: "Basílica de Aparecida x Templo de Salomão x Pirâmides do Egito" e compararmos:

"Nem todos sabem, mas Aparecida em São Paulo, é a cidade brasileira que mais recebe visitantes, mais até que o Rio de Janeiro. A 160Km da capital paulista, a cidade do interior recebeu 12 milhões de visitantes em 2013, contra 5,6 milhões da Cidade Maravilhosa".

O teto da Capela Sistina mede 40,93 m x 13.41 m e possui 20,70 m de altura.

Há informações de que Michelangelo nem queria fazer esse serviço porque sua especialidade era escultura e também porque ele não se dava bem com o papa Júlio II que o contratou.

Agora, caro leitor, imagine em que condições de trabalho essa pintura foi feita. Sem técnico de segurança, fita zebrada, permissão de trabalho assinado por um monte de gente, óculos de segurança, capacete...

Certamente andaimes foram montados para se alcançar o teto e permitir Michelangelo dar as suas precisas pinceladas e deve ter sido barra pesada pintar naquelas condições!

Imagine Michelangelo em cima de andaimes à quase 20 metros de altura, equivalente a altura de um prédio de 6 andares, com a tela sobre a cabeça, que só provavelmente permite duas alternativas: ficar com um torcicolo ou trabalhar deitado com risco de cair tinta no olho!

Eu já pintei o teto de minha casa e sei o que é sentir a tinta viajar em direção ao olho e queimar!!! Então, foi nessas condições, como um empregado chinês, que esse gênio produziu sua obra prima para a humanidade.

Bem gente, fico por aqui.

Esse tema é muito abrangente e pretendo escrever mais sobre ele oportunamente.

Por hoje é só! Preciso dormir!

Abraços

Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 23/11/2015


20/11/2015

Sobre a indiferença dos próximos



    "Muitas vezes aquilo que julgamos muito importante para nós não tem significado nenhum para outros".

    Inicio a publicação de hoje com essa frase de um colega da década de 90, no dia de sua formatura de Engenharia Mecânica, no pátio da Universidade Severino Sombra, em Vassouras-RJ.

    Sua fisionomia notadamente desapontada contrastava com a alegria que normalmente se esperava das pessoas naquela data marcante.

    Ele falou isso depois que percebeu a ausência de todos os seus convidados para aquela noite de homenagem e festas.

    Pois é meu amigo! A vida é assim mesmo. Muitas vezes as nossas alegrias são apenas nossas e isso merece uma reflexão.

    A sociedade pode até fazer você acreditar que "todos" ficam felizes com as suas conquistas e que até torcem para você, mas não se iluda...

    Numa conversa recente com meu amigo virtual Flávio da Luz, comentávamos sobre a indiferença de gente próxima e ele lembrou uma palestra do Leandro Karnal sobre o tema, que acredito também ser a essência da ausência das pessoas na formatura do meu amigo ou em qualquer situação da vida.

                                                                                                                                            "
    Ahhhh meu nobre irmão!!!
    Bem-vindo ao mundo da avareza e da inveja.
    O orgulho também não permite que aqueles que mais próximos de nós estão, manifestem sua admiração.
    É como Karnal fala. Se está perto de mim, eu invejo com muita força, pois me parece fácil alcançar e ter, já o que está longe, recai sobre a graça da percepção de que não é possível atingir, logo, venero, idolatro e não açoito".
    Flávio da Luz

    E assim termino mais uma publicação banal, mostrando o azul como azul e o verde como verde, simplesmente do jeito que eles são. Ficou mais feio? Tudo bem. A culpa não é do espelho se a cara é torta.


    Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 20/11/2015


16/11/2015

Direito de resposta


Olá você que chegou aqui casualmente e me lê neste momento, estou de volta nesse espaço virtual escrevendo minhas bobagens para não perder o hábito. Para quem não me conhece já adianto que não sou escritor, não tenho formação em letras, erro muito, mas mesmo reconhecendo essas lacunas acadêmicas insisto escrevendo e divulgando o que penso. Por quê? Porque me dá prazer. 

Hoje cheguei até o meu notebook animado para escrever sobre mais um tema banal mas mudei de ideia assim que abri minha caixa de e-mail. 

Como sou educado não posso deixar sem resposta o agressivo remetente do referido e-mail. O tema proposto inicialmente nessa publicação fica para outra oportunidade.

Vou direto ao assunto. Recentemente escrevi um texto com o título "Escravo que orava ganhava a liberdade"? Eu não imaginava que esse texto boboca escrito quase dormindo, num final de noite, pudesse causar tanta indignação! Para resumir a história, uma pessoa me escreveu com ofensas, dizendo que mexi com suas crenças e até me desejou o inferno. Gostaria de te dizer que não tenho culpa se apoias em muletas psicológicas frágeis que não suportam uma simples literatura escrito por um sujeito banal como eu. Sinal de que suas "certezas" não estão bem alicerçadas. São frágeis! 


Ô colega ofendido, antes que eu me esqueça, queria aproveitar esse espaço e dizer à você o mesmo que o Ricardo Boechat falou para o Silas Malafaia:

 - Vá procurar uma rola e não me encha o saco!


Eu sei que escrevo algumas coisas que dependendo do ponto de vista, podem ser classificadas como idiotas, mas estou no meu direito. Se você não concorda, também está no seu direito. Agora se partir para ofensa, receberá o seu troco porque não sei virar o rosto para levar o segundo tapa. Combinados?


Para quem não conhece a história da rola, segue o vídeo. Desculpe-me aos mais sensíveis.

  

Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 16/11/2015

15/11/2015

Escravo que orava ganhava a liberdade?


Imagine-se, nobre leitor, se você tivesse nascido na época da escravidão e fosse propriedade de um dono por toda a sua vida, desde criança até a sua morte.

Perceba que esse exercício que estou propondo é uma situação perfeitamente plausível, vez que tal situação foi uma condição de vida de muita gente desde as primeiras civilizações.

Como sabemos, a escravidão foi praticada através da força por outro ser humano, que o considerava seu dono. Você seria uma mercadoria com direito a pouca comida, água e um canto para dormir. Isso era o mínimo fornecido para você continuar vivo e trabalhando.

Estou escrevendo essa breve introdução com objetivo de convidá-lo para um exercício mental.

Suponha que você seja um escravo, com seus 18 anos de idade e louco por liberdade. Suas chances de conseguir sua tão sonhada liberdade eram bem reduzidas, porque da mesma forma que você possui esse desejo de libertar-se, aquele que te comprou também se cerca de todas as estratégias para mantê-lo aprisionado.

Seu avô, sua mãe e sua irmã são todos escravos dizem a você para não se aborrecer e agradecer ao papai do céu, pela sua vida, pelo trabalho, pela água e pelo ar que respira, porque depois que você morrer, será livre e viverá eternamente nas mansões celestiais!

Algo em seu íntimo implora por viver aqui e agora. Seu sonho é cuidar da própria vida nesta vida, sem ser dono de ninguém. Mas sua família, tenta te convencer que o melhor vem depois que você morrer e que sua vida atual não é importante.

E você fica observando a boa vida que seu dono...

Seu dono possui muita fé em Deus. Toda a sua família se reúne aos domingos numa capela também construída com mão de obra escrava. Muitos açoites foram dados desde a fundação até o sino. Seu avô apanhou muito nessa construção pois trabalhava doente e muito desanimado. Um padre é convidado aos domingos para celebrar a missa. Todos se se reune para agradecer à Deus pela vida, alimento, filhos e escravos.

Seu avô também foi escravo por toda a vida e desde criança aprendeu com o seu bisavô que um homem sem fé não é nada e que você deveria ter fé para conseguir seus objetivos.

E assim viveu seu bisavô, avô, mãe e irmã por todos os dias, até envelhecer.

Antes de dormir, a luz de lamparina iluminava o pequeno espaço em que adormeciam e você percebia sua mãe com os olhos fechados, agradecendo a Deus pelo barraco que seu dono emprestava, pela sobra de alimentos que os alimentavam e pela água que matava a sua sede.

E assim dormiam todos os dias enquanto a velhice, a doença e a morte não chegavam.

Essa foi a rotina dos escravos por muitos séculos esperando uma resposta do silencioso céu, trabalhando, apanhando e cansando até a morte chegar.

Morrer parecia ser um bom negócio! 

Bem pessoal, vou encerrando por aqui para a história não ficar muito longa.
A inspiração dessa história banal apareceu depois que li a frase abaixo de um ex-escravo chamado Frederick Douglass, nascido nos EUA em 1818 e falecido em 1895 e veja que elegância de frase:

"Eu rezei por vinte anos e não obtive resposta, até que resolvi rezar com as minhas pernas".
Frederick Douglass, escravo fugitivo.



Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 15/11/2015. Logo acima, foto real, de Frederick Douglass (abolicionista, estadista e escritor).



Escravo que orava ganhava a liberdade?


Imagine-se, nobre leitor, se você tivesse nascido na época da escravidão e fosse propriedade de um dono por toda a sua vida, desde criança até a sua morte.

Perceba que esse exercício que estou propondo é uma situação perfeitamente plausível, vez que tal situação foi uma condição de vida de muita gente desde as primeiras civilizações.

Como sabemos, a escravidão foi praticada através da força por outro ser humano, que o considerava seu dono. Você seria considerado uma mercadoria com direito a pouca comida, água e um canto para dormir. Isso era o mínimo fornecido para você continuar vivo e trabalhando.

Estou escrevendo essa breve introdução com objetivo de convidá-lo para um exercício mental.

Suponha que você seja um escravo, com seus 18 anos de idade e louco por liberdade. Suas chances de conseguir sua tão sonhada liberdade eram bem reduzidas, porque da mesma forma que você possui esse desejo de libertar-se, aquele que te comprou também se cerca de todas as estratégias para mantê-lo aprisionado.

Seu avô, sua mãe e sua irmã são todos escravos e dizem a você para não se aborrecer e pelo contrário, agradecer ao papai do céu, pela sua vida, pelo trabalho, pela água e pelo ar que respira, porque depois que você morrer, será livre e viverá eternamente.

Algo em seu íntimo implora para viver a vida agora. Seu sonho é cuidar da própria vida nesta vida, sem ser dono de ninguém. Mas sua família, tenta te convencer que o melhor vem depois e que sua vida atual não é importante.

E você fica observando a boa vida que seu dono leva...

Seu dono é uma pessoa de muita fé também. Toda a sua família se reúne aos domingos numa capela construída na própria fazenda, para agradecer à Deus pela vida, alimento, filhos e escravos.

Seu avô também foi escravo por toda a vida e desde criança aprendeu com o seu bisavô que um homem sem fé não é nada e que você deveria ter fé para conseguir seus objetivos.

E assim viveu seu bisavô, avô, mãe e irmã por todos os dias, até envelhecer.

Antes de dormir, a luz de lamparina iluminava o pequeno espaço em que adormeciam e você percebia sua mãe com os olhos fechados, agradecendo a Deus pelo barraco que seu dono emprestava, pela sobra de alimentos que os alimentavam e pela água que matava a sua sede.

E assim dormiam todos os dias enquanto a velhice, a doença e a morte não chegavam.

Essa foi a rotina dos escravos por muitos séculos esperando uma resposta do silencioso céu, trabalhando, apanhando e cansando até a morte chegar.

Morrer parecia ser um bom negócio! 

Bem pessoal, vou encerrando por aqui para a história não ficar muito longa.
A inspiração dessa história banal apareceu depois que li a frase abaixo de um ex-escravo chamado Frederick Douglass, nascido nos EUA em 1818 e falecido em 1895 e veja que elegância da frase:

"Eu rezei por vinte anos e não obtive resposta, até que resolvi rezar com as minhas pernas".
Frederick Douglass, escravo fugitivo.



Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 15/11/2015. Logo acima, foto real, de Frederick Douglass (abolicionista, estadista e escritor).


10/11/2015

Livro: Palavras Cínicas


Meu raro exemplar.
Pessoal, hoje vou escrever sobre um livrinho perturbador chamado "Palavras Cínicas" com apenas 93 páginas e escrito pelo português Albino Forjaz de Sampaio.

Provavelmente você nunca ouviu falar dele. Aliás pouca gente no Brasil teve acesso à sua obra. Foi publicado pela primeira vez em 1905 pelo então jovem autor desconhecido que começou sua carreira literária com apenas 16 anos. Suas frases ácidas e provocativas o tornou famoso em sua época. O impacto deste livro, escrito num estilo pessimista e blasfemo também lhe rendeu muitas críticas. Fez tanto sucesso que saíram 46 reedições. Não é leitura para qualquer pessoa. Pessoas extremamente sensíveis ou almas religiosas podem chocar-se com as suas blasfêmias e a linguagem crua, mas qualquer pessoa de bom senso se perguntará se o autor acreditou de fato naquilo que escreveu. Para mim isso tudo é apenas literatura. Provavelmente não era sua filosofia de vida, pois ele não se matou e morreu com 65 anos.

Eu o descobri casualmente num sebo e o comprei por apenas R$ 10,00. É impossível lê-lo e ficar indiferente à sua escrita. É um estilo "Bolsonaro" da literatura, se é que me entendem. Não tem mimimi nem meias palavras! É um tiro no saco!

Descontando-se alguns exageros há que reconhecermos muitas verdades espalhadas pela sua obra.
Abaixo, alguns recortes das oito cartas que compõem o livro:

Se as leres no meio dum festim, as porás de parte com enfado, mas buscarás a sua consolação quando o mundo te fizer chorar...
"...De que te hei de falar? Da vida?

A vida é a escola do cinismo. Trazes coração? Esmaga-o ao entrar como uma coisa que nos compromete, que nos avilta. Se acaso és bom - tolice - não venhas. Aqui, para triunfar, é preciso ser mau, muito mau. Sê mau, cínico, hipócrita e persistente que vencerás. Serás aclamado, respeitado e invejado. Ri do Bem e da Virtude, da Alma e do Sentir. Ri de tudo, que é preciso que rias. Abafa um protesto com um sorriso, uma agonia com uma gargalhada, um estertor com uma praga.

A satisfação de ver agonizar um canalha, quer ele seja um mártir, que ele seja um ladrão, é maior que a de sentir os braços opulentos duma mulher que se entrega. É menos um. Sê, pois, forte como o diamante e como o ódio.

Tudo é egoísmo. Se és bom morrerás como Cristo, se é um tolo morrerás como Judas, se és mau - meu amigo -serás lembrado como Satã.

Acredita que metade da humanidade nasceu para se rojar pela lama, para que tu, eu, todos os maus, todos os cínicos, a esmagássemos, e lhe cingíssemos fraternalmente as carnes com um chicote. 

Depois da morte há o Nada. Portanto, meu caro, aqueles que o sabem, o que pensam é em sugar a vida com um furor de agiotas sem entranhas. Isto é como no mar; já Shakespeare dizia que o “mugem vive para ser tragado pelo lúcio".

Ou serás vencido ou vencedor. Se vencido esperam-te todas as humilhações desde o desprezo até a compaixão. Se vencedor todos os triunfos desde o respeito ao Capitólio. Luta sempre, calado, fino, sabido que se não tens jeito para isto será um eunuco eterno, castrado para a Vida, para o Amor, e para o sonho.

Acredite que todos se vendem, homens e mulheres, palhaços e imperadores, cristos e mendigos: a questão é de preço e o preço sufoca todas as consciências, todas as revoltas. Acredita que falta quem compre toda a gente que se quer vender.

A geração é de covardes e “ cada ano que passa está mais corrupto o mundo ( Maximo Gorki).
Foi em Dostoievski que eu encontrei um dia esta frase: “No fundo de cada um dos nossos contemporâneos residem latentes os instintos dum carrasco! ”

A diferença que vai daquele bandalho, que passa de chapéu alto, àquele malandro, que pisca os olhos e pede esmola, não é nenhuma. Pura convenção. Se tu fosses buscar uma rameira de hospital e a toucasses de sedas ela arranjaria corte. Viriam a seus pés os famintos, as rascoas, os interesseiros, os honrados, os banqueiros, o mundo todo.

O rosto que ri não é o mesmo que chora? A boca que canta e ri não é a mesma que ameaça e insulta, que suspira, que geme e que reza? Os olhos não veem Deus e o Diabo? As almas não servem a ambos, atraiçoando ambos?

É preferível ver um cano de esgoto em toda a sua porcaria a uma alma em toda a sua intimidade. Há almas cuja treva é maior que a noite, consciências cuja lama é maior que a de todos os pântanos da terra.

À face da terra o homem não tem feito senão mal. Foi ele quem inventou os tronos e os altares, que fez a Verdade e a Mentira.

Se queres ser feliz sê, como eu, brutal na posse, canibal na ambição, sem uma aresta de apego a uma alma, pisando sempre, avançando sempre, crânio de sílex na energia, coração de sílex nas dedicações e nas torpezas.

A vida é dos de coração gelado e hirto. Amanhã é tarde, depois é impossível. Tudo na vida é mudável, tudo na vida é transitório. Tudo passa, tudo esquece. A criança será homem, o lacaio será senhor, o arbusto será árvore, o ontem será hoje, o bom será mal. Ai dos que param, ai dos vencidos!

A honra? A honra é uma fórmula, É pagar uma letra no seu prazo com dinheiro que se ganhou a traficar escravos; é ser torpe sem que ninguém o diga; é roubar sem que o roubado acuse. Há mulheres sem honra que todos cortejam, virgindades imaculadas que todos desprezam. Religiões? A religião é uma comédia cuja representação já dura há séculos. Fez sucesso! É uma coisa fútil e extravagante que se parece com as histórias dos gnomos e das princesas encantadas. Quem a não tem, compra-a. Para que servem os padres senão para “ venderem Deus por grosso e a retalho”(Zola)

Sê sempre mau e faz sugerir aos outros que és bom, sê sempre torpe dizendo-te honesto. Nada de violências. Hipócrita, cauteloso e subtil, conseguirás tudo, serás tudo, terás tudo. Uma hora de amor duma casada, uma condecoração, um emprego, a confidência dum segredo que compromete, dum vício que avilte.

Tudo se disputa. Somos um bando de corvos para uma caveira só.

A batalha da vida só tem duas fases: ou vencer ou fugir, porque para os vencidos não há piedade. O suicídio é lógico, é justo, é necessário. Para que se vive? Para sofrer? Onde existe a verdadeira felicidade, a verdadeira paz? Na morte. “Ali os ímpios cessarão de tumultos e acharão descanso os cansados de forças” (Bíblia).

Eu luto, eu sou forte, porque tenho a Morte pelo meu lado. E querendo eu morrer nem os homens nem Deus me poderiam impedir.

Que o suicida é um covarde? Não, covarde é quem atura isto até ao fim. Então uma criatura que entrou na vida e se vai embora, lá por não poder ou não querer pactuar com a torpeza dela é um covarde? Então eu que piso, eu que falseio, eu que minto, é que devo ser louvado pela minha coragem? Covarde é quem covarde lhe chama. Pudesses tu ver bem a vida e verias se o suicídio não é a única porta que o homem arrombou ao céu.

Corri o mundo todo e por toda a parte vi a mesma desolação, a mesma luta, a mesma tragédia. Vi a morte cem vezes e cem vezes a achei preferível à vida. Vi que a vida era má e escrevi estas cartas. Se as leres no meio dum festim, as porás de parte com enfado, mas buscarás a sua consolação quando o mundo te fizer chorar.

A vida é uma jornada. E todos os dias se anda um passo para a Morte.

Se acharam interessante, o livro é encontrado nos sebos e na net para free download. Filtrados os exageros, restará muita coisa para meditar. Não gostou da postagem, ficou deprimido? Albino Forjaz Sampaio responde por mim:

-Enchi-te de desolação e abandono. Que eu exagero? Mas isto ainda é pouco. A torpeza da vida não caberia em mil volumes como este. Que eu exagero?! Que eu exagero?! Patife, tu bem sabes que eu digo a verdade!





Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 10/11/2015. Desconsidere os erros de português e obrigado pela visita.

09/11/2015

A angústia te acompanhará


Você pode até esquecê-la por algum momento, mas ela voltará.

Pode ignorá-la dizendo-se que está protegido por uma força superior, mas nada disso adiantará, pois a angústia estará silenciosamente te esperando.

Acompanha jovens, maduros e velhos, em qualquer tempo e lugar.

Bem-sucedidos, mal-sucedidos, famosos e anônimos.

Negros, brancos, amarelos e mestiços.

Ela é democrática como todo sentimento humano.

Todos carregam essa indesejável companhia que rouba a paz e tira o brilho da vida.

Entra em qualquer casa, apartamento, cidade, país e continente.

Você pode até tentar fugir, mudando de residência, de cônjuge, de emprego, de país, mas nada disso adiantará. Ela te acompanhará.

Às vezes ela fica escondida por algum tempo e você chega até esquecer que ela existe. 

Você acorda numa segunda-feira qualquer e ela entra novamente em sua vida sem pedir licença ou bater à porta e diz:
- Oi, estou aqui de novo!

Chega de mansinho, toma um café, fica alguns dias e depois vai embora sem se despedir.

Você até pode trabalhar o dia inteiro focado para esquecer esse sentimento indesejável, e quando menos espera, depois de algum tempo feliz, eis que ela retorna como se fossem velhos amigos.

Você pode comprar coisas para se sentir melhor, viajar para outros lugares, comer bem, ter prazer e sentir muitas alegrias por algum tempo e nem assim conseguirá ficar livre dela.

Sabe aquele dia em que acorda e não se suporta e acha que tudo está ruim e sem saber o por quê?

Então, essa é a angústia chegando e deixando o seu dia cinza, mesmo que esteja com o céu azul e o sol brilhando.

Algumas pessoas acreditam que o antídoto contra a angústia encontra-se dentro da igreja. 

O problema dessa fuga é que você precisa voltar para casa. 

A vida real te espera sem fantasia.

Mundos paralelos não substituem a vida real.

A realidade fatalmente esmaga a fantasia.

A angústia independe da fé pessoal.

Religiosos também possuem angústia. Muitos até mais que os demais!

Questão de tempo. Mesmo que não admitam.

Não se iluda. Só as pedras estão imunes.

És humano? Possui angústia.

E qual a solução?

Aceitar como uma chuva chata que te pega sem o seu guarda-chuva.

Eu sei que escrever é bem mais fácil, mas somos humanos, não temos alternativa.

Angústia é um sentimento universal.

Não depende de ninguém e não há culpados. 

Se você vive, você tem.

A boa notícia é que sempre passa. 

Depois volta, é verdade, mas passa... passa?

Se a crise chegar mais forte, seja franco e fale às pessoas próximas que você está chato por uns dias e que prefere ficar sozinho até se recuperar.


Faça como um cachorro atropelado que vai para seu canto lamber as feridas sozinho até melhorar ou então, saia para caminhar ou andar de bicicleta. 

O ar fresco e a paisagem podem ajudar a limpar e "sujeira" acumulada na mente.

É o que eu penso. Vai que serve para alguma coisa.



Até a próxima!


Texto elaborado por Alex Gil Rodrigues em 09/11/2015


08/11/2015

Quem não respeita os mortos, não merece respeito dos vivos.

Foto retirada com meu celular. A frase ficou ilegível na placa azul.
Um certo político da cidade de Barra Mansa-RJ, com sobrenome tão famoso quanto sujo, morreu recentemente e logo que a notícia se espalhou pelas redes sociais, várias manifestações de solidariedades à família foram escritas demonstrando aquilo que o bicho homem faz tão bem: a hipocrisia oportuna.

Não sou cruel, mas pelo histórico político do falecido observei muitas manifestações fingidas com a notícia. 

Quando alguém finalmente escreveu a seguinte frase na rede social: "Histórico e história nada abonadora. Morre o homem e fica a sua "história" eu não me aguentei e complementei a sua escrita "Fica sim! A sua história de péssimo exemplo". 

Pronto! Mexi em caixa de abelhas e fui considerado insensível e inoportuno pelos seus fãs! 

Dentre as várias condolências do tipo "meus sentimentos" e "Deus console a família", duas me chamaram a atenção e transcreverei exatamente como publicado:

1 - Um momento que exige de todos o respeito ao pai, ao avô e ao marido que ele foi. As opiniões políticas pessoais de cada um devem ficar reservadas para outro momento.

2 - Não juga para não ser jurgado. (Escrito dessa forma mesmo!)

Para a primeira colocação eu me lembrei de uma frase muito conhecida, gravada justamente na entrada do principal cemitério de Barra Mansa e escrevi logo abaixo do comentário nº 1:

"No cemitério de BM existe uma frase escrita na parede da antiga entrada que "quem não respeita os mortos não merece respeito dos vivos" e eu acrescento que por questão de justiça, quem também não respeita os vivos"...

Seja honesto. Uma pessoa que em sua vida não respeitou os vivos depois de morto merece aplausos e sentimentos?

Quanto a segunda colocação, nem perdi o meu tempo para comentar para não fomentar polêmicas, mas aqui o faço. Aliás, eu sei de onde essa pessoa retirou esse pensamento. Está na Bíblia em Lucas e Mateus:

Lucas 6:37 Não julgueis e não sereis julgados...
Mateus 7:1 Não julgueis, para que não sejais julgados...

A palavra "julgar" pode ser definida de várias formas bem simples e vou me ater em apenas duas para explicar o meu raciocínio:

1 - Tomar decisão, deliberar na qualidade de juiz ou árbitro (um processo por exemplo)
2 - Formar um conceito, emitir parecer, opinião sobre (alguém ou algo)

Viram a diferença? Não sou juiz mas a segunda definição me dá o direito de julgar. A propósito, julgamos desde o momento que acordamos até à cama. Tomamos decisões o dia inteiro através de julgamentos. Julgamos até o pão que compramos na padaria, porque não julgaria uma pessoa?

Bem, fico por aqui e se alguém tiver curiosidade de assistir a Parte 1 do famoso vídeo de Cidinha Campos onde ela fez um discurso corajoso na ALERJ denunciando corrupção e outras coisas contra o então falecido, que na ocasião auto indicou para uma vaga no Tribunal de Contas do RJ, já adianto que é imperdível e histórico.





Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 08/11/2015. Em tempo, apaguei o que escrevi na rede social para evitar problemas. Tenho medo de gente "sensível" demais.

05/11/2015

Torre de Babel e os idiomas


Você acredita mesmo que os diferentes idiomas utilizados em nosso planeta surgiram dessa forma tosca e mágica?

Se sua resposta for sim, desculpe-me mas existem outras explicações mais racionais sobre a origem e a evolução da linguagem. 


Publicado por Alex Gil Rodrigues em 05/11/2015



03/11/2015

A vida é uma nuvem passageira



Navegando pelo YouTube encontrei acidentalmente uma música chamada "Eu sou nuvem passageira" e imediatamente imagens adormecidas foram surgindo sobre a minha infância.

A música, além de vários encantos, possui o poder de nos transportar inconscientemente para outro lugar. Essa por acaso me fez viajar até um parque de diversões de minha infância!!!
Antes que alguém torça o nariz pela música ou letra nada glamourosa, adianto que tive uma infância simples, pacata e sem estímulos para algo diferente... Não tenho vergonha disso e escrevo com a maior naturalidade, mesmo que considerem tal música de mau gosto. Não é da qualidade da música que escrevo... Venho da frugalidade e não preciso esconder isso.

"Que culpa temos nós dessa planta da infância, de sua sedução, de seu viço, de sua constância"?
Jorge de Lima

Bem, o tal parque ficava montado perto de minha casa. O som vinha do alto da roda gigante com suas lâmpadas coloridas cujo vento se encarregava de espalhar por todo o bairro. Era tocada exaustivamente e o meu cérebro infantil, como uma esponja seca, absorvia sem muita dificuldade aquele momento.

Lembro de cada pedacinho daquele parque com passatempos que hoje não mais me atraem. Lembro das espingardas de ar comprimido enfileiradas na barraca, dos bichos de pelúcia que "moravam" nas prateleiras porque ninguém conseguia ganhá-los, das barracas com argolas ligeiramente maiores do que o maço de cigarro no piso, dos carrinhos de batidas movidos à eletricidade, das bolas grandes e coloridas que as crianças adoravam, do barco viking com seu movimento que dava um vazio no peito, do chapéu mexicano que provocava vômito àqueles que se aventuravam após o jantar, da barraca de cachorro quente com pouco molho, do saquinho de pipoca com muitos peruás que quebravam dentes frágeis e claro, a música que reverberava das cornetas da roda gigante.

Foi uma época bem simples e ingênua como toda infância. Conheço muita gente que fala com saudades do passado. Não tenho saudade de tudo, mas o visito com naturalidade. Prefiro o presente, pois tenho mais controle da minha vida, mesmo pagando caro por esse controle limitado.

Bem gente, tenho que interromper essa publicação porque preciso dormir. Iniciei escrevendo sobre a música, fui para o parque e se eu não tiver controle vou escrevendo sem parar feito um trem descarrilado noite a dentro e amanhã tenho que acordar cedo para trabalhar.

E dessa forma, vou registrando minhas memórias nesse Blog.

Obrigado pela visita e desculpe pelos erros de português.


Tchau!



Publicado por Alex Gil Rodrigues em 03/11/2015

02/11/2015

Estação Espacial Internacional: 15 anos com humanos


Quando o homem pisou na Lua em 1969 muita gente chorou. Eu provavelmente também mas por outros motivos. Talvez, fome, birra ou sono, pois eu tinha apenas 3 anos de idade e nem imaginava o que estava acontecendo pelo mundo. 

Uma conquista inesquecível. Pensem em quantas gerações olharam para a lua e jamais imaginaram que um dia seus descendentes conseguiriam colocar os pés naquela bola iluminada distante 384.403 quilômetros. Incrível não!

E quem imaginaria que apenas 30 anos depois, outros descendentes montariam uma estrutura que viajaria a mesma distância todos os dias! 

A Estação Espacial Internacional (ISS) completou 15 anos de ocupação humana hoje 2/11.

Você pode vê-la online ou olhando direto para o céu. Segue o link: 





Publicado por Alex Gil Rodrigues em 02/11/2015