07/05/2017

Meu celular, meu carrasco.



O celular desobediente despertou-me às 6:30h! Que absurdo! Hoje é domingo e por um lapso de minha parte, esqueci de desprogramá-lo. Acordo cedo todos os dias mas hoje eu não queria ser lembrado pelo carrasco que me acompanha e determina o meu precioso e finito tempo. Tudo bem, acontece. Percebi que com a passagem do tempo, suportamos melhor a vida metódica, programada e cheia de normas! Não quero dizer que aceitamos, disse apenas que "suportamos".

Pensando bem, estou exagerando um pouco, no fundo já me acostumei com o destino. Seria essa reconciliação com o destino o tal "amor fati" cujo filósofo do martelo conceituava?

Considerando que a cama estava agradável e favorável, estiquei meu braço e com a ponta dos dedos silenciei fulminantemente o meu tirano com a satisfação de quem vence o inimigo.

Ah, se eu tivesse o poder de silenciar tudo aquilo que não quero com apenas um toque no gatilho da justiça!


Alex, Outono de 7/5/2017. 


06/05/2017

É sexta-feira!





Missão cumprida. O corpo caminha lentamente pelos corredores, acompanhado por diálogos internos e eterna esperança por dias melhores. Anoiteceu rápido. O crachá na ponta dos dedos na expectativa de liberar a saída provisória como uma chave que abre as algemas. A moto solitária e molhada aguarda no estacionamento feito um cavalo mudo e obediente. Sexta-feira o trânsito é mais intenso. Do lado de fora, rostos estranhos e olhos arregalados atrás dos capacetes, avançam com mais vontade pelo asfalto. Os ponteiros do relógio giram sem parar. O tempo e a necessidade são algemas invisíveis. Sigo entre o asfalto, a cama e a catraca. Anoitece de novo. Sigo novamente 
entre o asfalto, a catraca e o asfalto... Eterno retorno!

Alex 05/05