27/08/2016

Aproveitar a vida




Tempos atrás, publiquei uma recomendação sobre um antigo filme chamado "Sociedade dos Poetas Mortos" e citei que escreveria algo mais sobre a frase "aproveitar a vida".

Quando somos mais jovens temos uma vontade louca para "aproveitar a vida". No filme Sociedade dos Poetas Mortos a palavra de ordem era "Carpe Diem", aproveite o dia.

Assisti este filme com 23 anos e tinha uma vida inteira pela frente. Tudo era possível naquela época. Assim pensam todos os jovens... Hoje, certamente assistiria o filme de uma forma diferente, com mais serenidade e menos expectativas. 

Os anos se passaram e ainda não "aproveitei" a vida conforme o filme sugere. É claro que tive excelentes momentos e nem teria o direito de reclamar, pois tenho uma vida satisfatória e consegui ter uma vida digna. Minhas reclamações são injustas sobre a vida, reconheço. Somos assim! 

Acho também que esse "aproveitar" é muito relativo. No final das contas, trabalhamos muito mais do que "aproveitamos" e ficamos espremidos entre o trabalho, o descanso para trabalhar mais, a manutenção da vida, da casa, do carro, da resolução dos problemas de toda ordem, da luta diária e sobra muito pouco para esse tal de "aproveite a vida". 

Gostaria imensamente de saber a receita de, além de aproveitar a vida, como "tornar a vida extraordinária", como o filme sugere!!! 

Enquanto não descubro, sou ciente que somos poeiras inconformadas com a mortalidade que luta contra o tempo e o enfado até o último suspiro. 

Pensando bem, acho que a vida é assim mesmo. Poderia ser pior. Não posso reclamar. 

Minha vida até que é boa! O chato é apenas a rotina e o modo automático. 

Acho que o segredo é não criar expectativas demais... Pensar assim depois de velho é mais fácil né! 

Até a próxima! Por hoje é isso. 


24/08/2016

Festa do Peão! Eu tive coragem de ir!



Estou de volta ao Blog para registrar as minhas banalidades.
Semana retrasada fui pela primeira vez à uma "Festa de Peão" na cidade de Araras!

Os jovens devem achar que vivo em outro planeta para nunca ter ido, mas a verdade é que este gênero musical não me agrada.

Essa festa ocorre anualmente num local bem espaçoso chamado "Parque Ecológico de Araras". Embora esteja morando nesta cidade há mais de 7 anos, nunca tive a curiosidade de conhecer a tal festa e seus rodeios tão famosos na região.
Como este ano coincidiu de meus parentes virem passar alguns dias em nossa casa e queriam ir ao show de uma desconhecida dupla (pelo menos para mim que vive em outro planeta) chamada "Munhoz e Mariano". Haviam ingressos para o área VIP, Camarote, Pista e Arquibancadas. Pagamos R$ 40,00 cada pessoa e ficamos na arquibancada na hora do Show.

Antes disso, vou contar como é a chegada e o ambiente.
O show ocorreu no domingo 14/08/2016 e como segunda-feira foi feriado (aniversário da cidade de Araras) não tivemos problemas em ficar até tarde.
Chegamos por volta das 23:00 h e pelo lado de fora, grande movimentação de carros à procura de estacionamentos e gente aglomerada nos portões de entrada. Haviam vários estacionamentos entorno da festa. Os valores variavam ente R$20,00 a R$30,00. 
Pelo lado de fora, forte esquema de segurança com policiais militares e guardas municipais.
Entramos na fila e logo que nosso ingresso foi validado por um leitor de código de barras, haviam policiais (homens e mulheres) que revistavam o corpo de todos os convidados com as mãos, à procura de alguma arma ou drogas.
O ambiente era bem amplo e possuía uma grande área coberta e bem iluminada destinada a venda de bebidas, lanches e doces. O preço era "salgado" e para exemplificar, um copo de caipirinha de diversos sabores custava entre R$20,00 a R$25,00. O preço do chopp era R$ 10,00 e a cerveja em lata R$5,00. A única opção para cerveja era Bavária, argh!!!

Andamos pelos vários ambientes enquanto o show não começava. Fomos para a arena principal onde aconteceria o show e nos acomodamos na arquibancada. O som era extremamente alto! Havia um locutor que berrava ao microfone de uma forma agressiva e eu percebia que as pessoas gostavam. Ele narrava uma competição onde uma pessoa montada num cavalo deveria percorrer no menor tempo possível pelos pontos da arena marcados com tambores e chegar ao ponto de partida. No final de cada prova chata havia um grande painel onde se divulgava a nota de cada concorrente.
Havia uma excitação exagerada do locutor e aquilo parecia normal. Terminada a prova e divulgado o campeão, foi a vez dos bois. De tempo em tempo, o portão era aberto e aparecia um touro tentando derrubar a pessoa que estava montada em suas costas. Não conheço as regras mas parece que o competidor devia ficar o máximo possível em cima do touro e se conseguisse ficar 8 segundos sem cair, soava uma sirene. Bem, acho que foi isso que entendi da diversão. Não me diverti também!

Terminado o rodeio, o tal locutor chato berrava ao microfone enaltecendo a coragem, a tradição e a proteção da santa Aparecida.
Depois disso, finalmente começou o show. O som era muito alto e me incomodava bastante. Eles cantavam rebolando e as jovens gostavam. Reparei que o público conhecia todas as letras e acompanhava as músicas cantando junto com e balançando os braços. Eu achava aquilo tudo muito estranho pois não conhecia nenhuma música e me sentia bem desanimado... De onde todo aquele povo ouviu aquelas músicas?
Muitos dançavam juntos enquanto a música alta invadia os tímpanos... Colocavam os braços para cima e bebiam... Pareciam extasiados e alegres. Eu não estava alegre e torcendo para a hora passar. Acho que eu deveria ter bebido também para suportar melhor o tédio mas nem para isso eu estava animado! Espero não ter que ir tão cedo num evento como este! Prefiro uma mesa com boa comida, cerveja gelada ou caipirinha, conversar e... depois dormir numa cama aconchegante!


Obs: Nem revisei esse texto! Ando meio desanimado para escrever e se demorasse mais um pouco desanimava até de publicar! 



13/08/2016

Estranhos que se dizem bom dia


Trabalhavam na mesma empresa.
Todos os dias, caminhavam em direção oposta pelo mesmo corredor.

Nunca conversavam!
Repetiam esse ato por anos a fio.
Aproximavam-se de cabeça baixa e pronunciavam:
- Bom dia!
Dependendo do estado de humor e das circunstâncias, davam um sorriso forçado para simular simpatia.
Eram estranhos que se cumprimentavam!
Passar quieto perto do outro era considerado falta de educação.
Eles nem sabiam o nome um do outro, mas fingiam se conhecerem.
Usavam o mesmo tom de voz e a mesma cara de amigo, embora evitassem qualquer contato visual.
Um dia, a empresa onde trabalhavam implantou um programa para integrar seus funcionários.

A norma estabelecia era que todos deveriam sentar com pessoas cujos contatos eram raros e, como todos que possuem juízo, normas nunca devem ser questionadas, apenas cumpridas!
No dia estabelecido, tiveram que almoçar juntos por força dessa circunstância.
No dia marcado estavam apenas os dois sentados na mesma mesa para almoçar.
O silêncio era constrangedor.
Mal se olhavam e nem tinham assunto.
Aliás não sentiam nenhuma vontade de falar um com o outro.
Estavam próximos e entediados com a presença do outro, mas normas, são normas!
Um fez cara de preocupação e olhou para o prato como se fosse um médico cirurgião diante de corpo aberto.

O outro olhava para o teto como contemplando o teto como se fosse um imenso céu.
Nem sentiam o gosto da comida lançada em direção às suas bocas.
O ponteiro do relógio parecia paralisado.
Finalmente um tomou a decisão de se levantar, pediu licença e foi embora com seu prato ainda cheio.


No dia seguinte novamente se encontraram de passagem pelo corredor e sorridentes pronunciaram:
- Bom dia!

Humanos são seres educados!