24/05/2015

As portas do passado




Viver o tempo todo no passado não é produtivo e nem saudável. O maior problema disso é quando a pessoa não consegue abandonar o passado e fica remoendo, remoendo, remoendo e se esquece de viver o presente.

Visito o passado com naturalidade e volto para o presente sem traumas e até sinto falta de vários momentos. 

É claro que existiram momentos desagradáveis...mas isso ocorre com todo mundo.

Algo sempre dá errado, mas o importante é tirar lição disso, repensar e seguir em frente. 

Vamos imaginar uma grande casa com muitos cômodos, trancados por pesadas portas de madeira. Imagine-se caminhando silenciosamente por esses longos corredores com piso de madeira bem ao estilo casarão do café. Em cada porta existe um quadro pintado com algum rosto ou cena de seu passado. Abrir a porta representa reviver de forma surreal a cena do quadro. 

Você caminha e pára diante de uma moldura fixada na porta e aquele rosto lhe traz uma lembrança feliz. Você então, sente vontade de abrir aquela porta e reviver aquele passado e sentir aquelas boas sensações. Você gira a maçaneta, entra e surpreendentemente percebe que o quarto está completamente vazio! 

Você esquadrinha visualmente cada pedacinho do quarto, na expectativa de reviver aquele passado, mas isso não é mais possível. O quarto realmente está vazio! 

Essa situação hipotética representa aquilo que sentimos quando tentamos reviver aquilo que já passou. Depois que o tempo passa, não é mais possível ter os mesmos sentimentos..."Game Over" para dizer numa linguagem mais moderninha. O tempo passou e você agora é outra pessoa... Suas expectativas são outras... Seus conceitos mudaram. Seus olhos não enxergam como antes. 

A sua interpretação sobre o mundo já não é mais a mesma. Tudo se transformou e não é preciso ser um Lavoisier para perceber esse fato. Os bons momentos ficaram apenas na sua lembrança. Não é mais possível reviver aquele passado...mesmo quando existe o retorno àquele local em que você foi feliz. Tente fazer isso na vida real. Não funciona, infelizmente. Tudo está mudado e principalmente você. 

Você se retira do quarto e segue andando pelo corredor observando outros quadros e resolve parar de frente à outra porta. Há uma tela pintada com o rosto de alguém que te deixou infeliz em algum momento de sua vida... Você fecha os olhos e suspira. 

Você não sente nenhuma vontade de entrar por aquela porta e subitamente vai embora apressadamente. 

Você tomou a decisão correta de não entrar. Não vale a pena reviver algo que já não deu certo e te feriu. 

Essa sala provavelmente estará "vazia" como a anterior, mas aquilo que te fez sofrer continuará "vivo" como uma brasa pronta te fazer infeliz ou suscitar pensamentos que te deixa mal... Não vale insistir em algo que já deu errado.


Texto banal elaborado por Alex Gil Rodrigues em 24/05/2015. 








19/05/2015

Super-heróis





Olá visitante, após um tempinho sem escrever minhas bobagens neste espaço por falta de tempo, volto para justificar o nome do Blog e distrair a mente.

Passei parte da minha infância assistindo seriados e desenhos dublados pela famosa "Versão Brasileira Herbert Richers" nos ano 70/80. Ouvia muito essa frase no início dos filmes e desenhos e nem sabia o que era. Trata-se do famoso estúdio de dublagem do Rio de Janeiro, porém de um brasileiro de Araraquara (Obrigado Google, pelas "preciosas" informações!:)

Naquela época, como a maioria das crianças com poucas opções de diversão, eu era fã de super-heróis como Homem Aranha, Capitão América, Thor, Incrível Hulk, Batman e Robin e vários outros.
Meus preferidos eram o Homem Aranha e o Super Homem. 
Hoje não sou fã de nada.

Vou confessar uma coisa bem infantil aqui no Blog Banal, meu cantinho de recordações e banalidades. 
Naquele tempo, eu tinha dois desejos na vida: Um era ser o Homem Aranha cujas teias eram projetadas pelos braços ao toque dos dedos na palma da mão, que permitiam viajar livremente pelos prédios ou pela vida e o outro era voar como o Super Homem, ter poder sobre o mundo e lutar contra as injustiças (quanta ilusão!). 

O tempo passou e hoje não quero mais saber desse negócio de ser o Homem Aranha e muito menos o Super-Homem. Ser "super" deve ser muito difícil. Contento-me ser mediano que já dá um trabalho imenso... :)

As demandas da vida adulta substituíram essa vontade de querer ser super-herói por "lutas" mais rotineiras da vida real, sem nenhum glamour, mas necessárias. Hoje me ocupo integralmente com meu trabalho, a manutenção da casa, do carro, das crianças, da mulher, da Sofia (nossa cadelinha), da Mimi (gatinha), dos meus livros, etc. e não tenho tempo e nem condição de ser super-herói!

Essas "lutas" roubam tanto o meu tempo que até perdi a vontade de "voar" e "salvar" o mundo. Ainda bem né. Não iria conseguir mesmo. :)

...

Dia desses, diante da sala de espera do dentista, puxei uma revista qualquer e encontrei um texto que explicava a relação dos humanos com os super-heróis (parece até mentira porque consultórios só existem revistas inúteis tipo Caras e afins). Lá dizia, se não me falhe a memória, que os super-heróis representam uma projeção do inconsciente criado para satisfazer, inconscientemente, aquilo que gostaríamos de ser ou ter sido...

Pode ser. Faz sentido. Acho que minha vontade de voar representava um desejo de liberdade que toda criança não possui... O jovem também adora "voar". Eu já estou na fase que mesmo que a porta da gaiola fique aberta, eu fico quietinho no "poleiro". :)

Às vezes até desconfio que papai-do-céu é uma espécie de super-herói dos adultos, projetado com os "superpoderes" que o homem não possui e gostaria de ter.

...

Hoje, ciente de minha limitação e condição de "escravo moderno", tento preservar a última parte do meu corpo que ainda é livre: a minha mente. E ainda assim, não entendo, como muita gente, incapaz de gerenciar a sua própria vida, entrega o seu último e precioso "bem" aos cuidados de terceiros. 


Outro dia escrevo mais sobre esse último parágrafo...Vou ficando por aqui para o texto não ficar grande demais.

Até mais!

Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 19/05/2015

13/05/2015

Outro planeta





Todos os homens que se aborrecem num planeta passam a sua pobre vida a procurar outro.


A frase acima é de Charles Nodier.