30/09/2014

Ecos da noite


No silêncio da noite escura os ecos da solidão gritam e só você ouve.
Os aborrecimentos te visitam como ventos que derrubam as folhas, espalham os galhos secos e varrem sua alegria.
A calmaria prevalece por algum tempo mas ainda existe o vendaval...

As estações se revezam e a tristeza retorna, enquanto tu te tornas aos poucos íntimo de sua cólera e melancolia.
Você tenta disfarçar representando que está tudo bem.
As máscaras da sobrevivência escondem o seu sentimento.
Como nebulosas que no passado ninguém percebeu que eram estrelas disfarçadas de poeiras. 

É preciso uma visão atenta para enxergar além das aparências.
A maioria sofre de miopia ou falta interesse.
O universo em expansão e você preocupado com isso?
A roda da vida gira e os bons momentos logo se evaporam.

Enquanto os pêndulos se cruzam, a tristeza teimosa te visita novamente.
E desta vez acompanhada de bolas de ferro. 
O tempo te segura com garras invisíveis e te torna manso.
E você admirando a paisagem em preto e branco esquecendo-se que existem cores.

E pior do que acostumar é se esquecer das matizes da existência.
Na parede da vida um quadro com um esqueleto segurando uma foice e uma ampulheta.
Enquanto os grãos de areia deslizam lentamente.

E você impotente e inerte esperando a próxima tempestade.
Com o tempo você também se acostuma com o peso das bolas de ferro e o seu capataz.
E ainda agradece com um sorriso sem graça e os olhos cansados.

Engole a saliva de sua satisfação e finge que está tudo bem.
Seca sua lágrima e se vira pois o mundo é indiferente.
Não atrapalhe o trânsito e passe sem perturbar.
Sofra calado e não incomode.
O que sentes não possui importância ao universo.
Abrace seu travesseiro, feche os olhos e tente dormir.
Em silêncio você não incomoda ninguém.

Deixe o sono suspender seus sonhos.
Preparação diária para a última despedida.
Você fará falta por pouco tempo.
Recolha-se ao esquecimento e g
uarde a sua dor para si.

Retorne à poeira das estrelas e resgate sua paz eterna. 
Mas não deixe dívidas.
Se queres ser bem lembrado.



Pensamentos elaborado por Alex Gil Rodrigues na madrugada escura e sem sono após visitar os labirintos de sua mente em 30/09/2014.

22/09/2014

Notícias de Marte


Foto retirada em Marte pelo Robot Spirit

Olá visitante do Blog Banal, hoje colocarei uma notícia de outro planeta. Mas vou logo adiantando que não é nada importante! Trata-se apenas de uma "exploraçãozinha" banal que a raça humana está fazendo naquele planetinha simplesmente vermelho, para fazer um trocadilho nonsense com aquela famosa banda inglesa "Symple Red".

Enquanto trabalhamos para ganhar o frango nosso de cada dia, debaixo do manto do céu estrelado, algumas pessoas, além disso, estão dedicadas nesse "projetinho" para colocar mais uma sonda de mais de duas toneladas em Marte.

Um trabalho digno de respeito que faço questão de compartilhar nesse blog!

A título de informação, Marte está sendo explorado por cinco espaçonaves atualmente: três em órbita — Mars Odyssey, Mars Express e Mars Reconnaissance Orbiter — e duas na superfície — Mars Exploration Rover Opportunity e Mars Science Laboratory Curiosity. Entre as espaçonaves desativadas que estão na superfície marciana estão a sonda Spirit e várias outras sondas e rovers, como a Phoenix, que completou sua missão em 2008.

Se a minha querida avó estivesse viva ela logo perguntaria:
- Mas para que gastar tanto dinheiro para ir tão longe, se tanta gente passa fome?

Vovó, o homem é um explorador nato e sempre tentou descobrir o que estava além do horizonte. Faz parte de nossa natureza ir, buscar, evoluir, superar, desenvolver...É assim que tornamos nossa vida menos banal. Temos essa necessidade dentro da gente.
Foi assim que saímos da África e povoamos todo o planeta. Para conseguirmos explorar, construímos embarcações, cavalos, carros, foguetes, espaçonaves...
É vovó! O capitão Kirk tinha razão: " O espaço será a nossa última fronteira..."

Nossos antepassados jamais imaginaram que chegaríamos tão longe quando olhavam admirados para aquele objeto errante (assim era conhecido Marte) e vermelho na imensa escuridão. Esse "objeto" foi registrado por astrônomos do Egito no ano 1534 a.C.

Caro leitor, uma perguntinha banal: Você já teve a curiosidade de visualizar Marte no céu? 



Bem, vamos à matéria do G1 conforme link disponibilizado abaixo.

"A sonda americana Maven chegou esta noite à órbita de Marte, após uma longa viagem de dez meses, de acordo com a agência espacial americana, a Nasa. A missão tem o objetivo de descobrir o que levou o planeta a perder grande parte de sua atmosfera no passado.

A Maven (Mars Atmosphere and Volatile Evolution) partiu da Terra em novembro do ano passado e viajou 711 milhões de quilômetros, ao custo de US$ 671 milhões, entrou na órbita de Marte aproximadamente às 23h25 deste domingo (21), no horário de Brasília.


Uma vez na órbita provisória, começará um período de cinco semanas para a calibragem dos instrumentos da Maven. Em seguida, a sonda entrará em uma órbita elíptica definitiva de quatro horas e meia, que lhe permitirá realizar observações de todas as latitudes e camadas da atmosfera superior de Marte, com altitude variável de 150 km a 6.000 km.
A Missão Maven tratará de responder de onde veio toda a água que havia em Marte em um passado distante, assim como o dióxido de carbono (CO2). São questões importantes para se compreender a história do planeta, de seu clima e da possibilidade de vida.


Maven conta com oito instrumentos, entre eles um espectrômetro de massas para determinar as estruturas moleculares dos gases atmosféricos, e um sensor SWEA (Solar Wind Electron Analyzer), que analisará o vento solar. A sonda de 2,45 toneladas foi lançada em novembro de 2013 de Cabo Cañaveral, Flórida".
Resumo do Blog banal (com fonte vermelha para combinar com Marte):

Partida da Terra (Flórida): 18 de Novembro/2013
Chegada em Marte: 21/09/2014 (10 meses)
Missão: Descobrir o que levou o planeta perder sua atmosfera, origem da água/CO2
Peso da sonda: 2,45 ton
Custo do projeto: US$ 671 milhões
Custo do retorno para humanidade: Inestimável


Publicado por Alex Gil Rodrigues em 22/09/2014

21/09/2014

Finalmente a chuva!





Finalmente a chuva retornou à cidade de Araras depois de muita seca.
Nunca havia sentido tanto prazer por um evento tão banal.
Encerrei minha merecida semana de trabalho às 17:30 h e subi em minha velha moto com alegria indescritível ao sentir a água descendo sem pudor sobre o meu rosto. 
Cheguei em casa molhado porém feliz. 
Como nossa percepção se modifica de acordo com as circunstâncias!
Isso prova o quanto a felicidade é relativa e como a importância que atribuímos às coisas aumentam com a penúria.
Chuva é um assunto banal nos dias prósperos, mas hoje comemoramos!
Um brinde à chuva e à vida!


Elaborado por Alex Gil Rodrigues na Primavera de 2014.

16/09/2014

O essencial, o necessário e o supérfluo

Caro visitante do Blog Banal compartilho hoje uma publicação muito interessante de autoria do blog chamado Dr. Money.

Às vezes esquecemo-nos de analisar o que é essencial, necessário ou supérfluo e deixamos de tomar a melhor decisão na vida. Você sabe a diferença entre esses três conceitos? Claro que sabe, mas vamos recordar.


Começo este post analisando três amostras do mesmo produto: água. Apesar de ser o mesmo produto, você vai concordar que são bem diferentes entre si. Em primeiro lugar, um copo de água natural. Água é essencial à vida. Sem água, o ser humano não vive mais do que cinco dias. A segunda amostra a também mostra um copo de água, mas agora gelada. Às vezes, dependendo do calor, não basta água, tem que ser gelada. Finalmente, a terceira figura é de uma garrafa de água com grife. Para quem não conhece, chega a custar R$ 10 a garrafa nas melhores casas do ramo.




Pois bem: esta é a diferença entre o essencial, o necessário e o supérfluo. Água é essencial. Água gelada pode ser bem necessária, mas se não tiver, dá para se virar com água natural. A água citada é absolutamente supérflua.

Para termos uma vida de consumo saudável, é preciso distinguir com a maior clareza possível estes três níveis de necessidade. No caso da água foi fácil. Mas nem sempre é assim.

Certamente já paramos para pensar um dia em como conseguíamos viver sem celular quando este não existia. Hoje trata-se de uma necessidade, mas que antes não existia. O mesmo com o computador, automóvel, geladeira e todas as conquistas da tecnologia. Certo, uma vez se acostumando, não há como voltar atrás. Tornam-se coisas necessárias. E, para alguns, essenciais.

Mas a coisa muda de figura quando passamos um aperto financeiro e temos que fazer escolhas. O orçamento já não paga tudo a que estávamos acostumados, e precisamos nos livrar do supérfluo e, às vezes, até do necessário, para ficar com o essencial. Saberíamos fazer isso, se preciso fosse?

Mas esse exercício não é útil somente quando o cobertor fica curto. Muitas pessoas reclamam que não conseguem poupar nada, que o salário é mais curto que o mês. Esse é o típico caso em que um exercício de essencial/necessário/supérfluo cairia bem. Faça isso: pegue uma folha de papel e faça três colunas: uma para suas despesas essenciais, outra para as necessárias e outras para as supérfluas. O exercício será bem sucedido se você conseguir classificar pelo menos 10% do seu orçamento como supérfluo. Corte essas despesas e poupe o resultado. 

Note que não há uma receita única. Para alguns, comer fora todo domingo é essencial. Já outros não conseguem respirar se não tiverem uma TV por assinatura. 

O importante é descobrir aquilo que é supérfluo para você. Se depois de muito esforço, você não conseguir classificar nada como supérfluo, provavelmente você é um pobre escravo do consumo, e não vai conseguir tomar as rédeas de sua situação financeira. Mesmo que venha a ter muito dinheiro. 



Divulgado por Alex Gil Rodrigues em 16/09/2014

14/09/2014

É preciso saber viver antes do epitáfio


Hoje publico 2 músicas "das antigas" como diz um conhecido meu, para recordar uma época em que eu era um "frango de granja".

Juntei o nome dessas músicas para dar o título do Blog Banal de hoje:


É preciso saber viver antes do epitáfio






Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 17/09/2014

11/09/2014

Estiagem histórica em São Paulo


Hoje estou sem inspiração para escrever. Tudo nessa vida precisa de um começo e estou na frente da tela branca do meu blog pensando em algum tema para essa quinta-feira e nada.

Já que a inspiração não veio, vou escrever então sobre algo que tem me preocupado muito.

Este ano estamos sofrendo a maior crise de estiagem em São Paulo dos últimos 60 anos, segundo relatos. 

Inverno do ano 2014, muito sol e nada de chuva em Araras. Tá parecendo Jequié, a conhecida terra do sol.

Falta de água a gente só ouvia falar do Nordeste ou no carnaval do Perequê. Sempre muito longe da gente. Agora infelizmente bateu à nossa porta. 

O custo da energia elétrica vai aumentar e mesmo que chova neste final de ano o nível das represas que abastecem os municípios estarão comprometidas em 2015. Ou seja, a crise ficará rondando no mínimo mais de um ano. 

As senhorinhas já fizeram até procissão pelas ruas dos bairros pedindo chuvas, mas até agora a natureza cega e indiferente continua seguindo as suas próprias "leis".

Até a semana passada 510 multas já foram aplicadas aos moradores por uso irregular da água. Essas multas são aplicadas pelo SAEMA que significa Serviço Água, Esgoto e Meio Ambiente de Araras, equivalente ao SAAE de Barra Mansa, cidade onde nasci. Foi aprovado o decreto 6.064 (pesquisei para não escrever besteira) que estabelece restrições no uso da água e começou desde 5 de Julho deste ano. As principais multas são por lavagem de calçadas, garagens e carros. A multa aplicada é de R$ 120,00 na primeira vez, dobrando o valor numa segunda autuação – em caso de uma terceira autuação, será instalado um redutor de água na residência. 

A população está colaborando através de denúncias anônimas. Até agora a coisa está funcionando. Se alguém começar a lavar sua calçada, imediatamente aparece o guarda municipal com seu talão de multas para o cidadão aprender a economizar a água na marra. Aqui na minha rua uma vizinha foi multada. Existe até um número de telefone disponível e vou até divulgar aqui no Blog Banal para o pessoal de Araras: 0800-014-4321.

Apesar dessas ações o racionamento parece inevitável. Veja no vídeo a seguir uma matéria que encontrei sobre essa situação crítica.




Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 11/09/2014.

07/09/2014

Inimigo silencioso

Hoje o Blog Banal vai dar um pitaco sobre um tema desagradável, porém importante.

Final de domingo e todo mundo de bem com a vida após comer o frango nosso de cada dia e esse Blog Banal falando de um tema tão indigesto? 
Julgo isso necessário e posso ajudar alguém com essas palavras.
Como assim? Ninguém tem inimigos! - Você pensa ignorando o recado.
Verdade? Você acredita nisso?
Você também acredita que todo mundo é perfeito, harmonioso e além disso todos torcem pelo seu sucesso?
"Sai da sua infância, amigo, acorda", citando Arthur Schopenhauer.
Ninguém admite ter inimigos nesse mundo idealizado.
Todos se consideram bonitos, educados, amados e perfeitos.
Quem tem o coração "bom" não tem inimigos, apenas "admiradores", diz o seu ego.
Estás seguro disso?
Ah, humanidade! O mundo não é tão fofo.
As flores são lindas mas possuem espinhos.
Hoje virou modinha se considerar do "bem".
Cuidado! Não vivemos no mundo ideal.
Não se esqueça, nós habitamos o mundo REAL.
O ser humano carrega um lado obscuro dentro de si, mesmo que inconscientemente.
A vida não é tão harmoniosa como pensamos, esperamos e desejamos. Infelizmente!
Ninguém carrega escrito na testa as suas reais intenções.
É preciso ser como uma águia para enxergar os sinais...
Não estou escrevendo sobre um inimigo tradicional que você reconhece no ato e até se prepara.
Este é mais fácil identificar e se defender.
O problema é aquele que se apresenta como se fosse seu aliado.
Tem gente que finge muito bem e gosta de fazer de conta que está ao seu lado mas torce pela sua queda.
Os piores inimigos são os "silenciosos".
Os "silenciosos" não te declaram guerra mas trabalham para te derrubar lentamente e claro, silenciosamente.
São talentosos e isso os tornam mais nocivos e devastadores...

Muito cuidado com a viúvas inconformadas com o curso do rio...



Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 07/09/2014




Palavras que ferem

Outro dia navegando pelo mundo virtual encontrei o seguinte pensamento:
"É possível acariciar as pessoas com palavras" de Francis Scott Fitzgerald.


Gostei desse pensamento e este será o gancho para escrever alguma banalidade no dia de hoje.

Um dos meus prazeres que tenho na vida (ainda bem que é na vida né?) é visitar sebos e livrarias para garimpar alguma literatura de meu interesse. Cada livro que gosto é um amigo que encontro para conversar e me ensinar algo. No silêncio desse contato com as palavras impressas ouço a "voz" de cada autor, mesmo daqueles que já morreram. De certa forma suas palavras funcionam como sussurros imortais aos meus ouvidos e combustíveis para reflexão. Mas para encontrar algo valioso temos que agir como garimpeiros que utilizam suas bateias para encontrar ouro. Para quem não conhece esse utensílio que utilizei como metáfora literária, segue a imagem.


Bateia para garimpo
Enfim, este ambiente me atrai e às vezes até esqueço da hora abrindo livros, examinando a capa, contracapa e claro, lendo alguns trechos...Outro dia conto como e quando comecei essa paixão...

No último feriado de Araras/SP, aproveitamos a folga (autor banal e família) para irmos ao Shopping D. Pedro em Campinas que fica a 75 km de onde moramos e aproveitei para dedicar um tempo a esse prazer.


Enquanto eu estava entre as prateleiras, numa livraria chamada "Leitura", um homem com mais de 50 anos, presumo, chegou perto de uma mulher e disparou de forma irritada, sem nenhuma preocupação se alguém estivesse ouvindo:

- Vamos embora que eu não vejo nenhum valor nisso aqui!


Aquilo me atraiu e parei imediatamente o que estava fazendo para prestar atenção de qual caverna ecoava aquele grito... Era um autêntico exemplar de troglodita em carne e osso na minha frente! 

A mulher com quem ele estava falando segurava um livro e comentou alguma coisa bem baixinho. Nisso, o homem das cavernas, com seu cérebro rudimentar grunhiu mais alto do que a primeira vez:
- Com R$ 24,00 eu compro várias cervejas! 

Falou isso e saiu andando com sua visão curta e orelhas compridas enquanto a coitada devolvia apressadamente o livro de seu interesse à prateleira para segui-lo cabisbaixa.

Senti pena daquela mulher, mas infelizmente nada posso fazer. Pelo jeito ela é mais uma refém da máxima: "Sede submissa ao vosso marido" e quem sou eu, banal e mortal para contrariar essa "regra" universal!

Voltando à frase citada no início desse texto gostaria de acrescentar que as palavras além de acariciarem também possuem o poder destruidor de ferir ou apequenar as pessoas.

Por hoje é só!


Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 07/09/2014.