No silêncio da noite escura os ecos da solidão gritam e só você ouve.
Os aborrecimentos te visitam como ventos que derrubam as folhas, espalham os galhos secos e varrem sua alegria.
A calmaria prevalece por algum tempo mas ainda existe o vendaval...
As estações se revezam e a tristeza retorna, enquanto tu te tornas aos poucos íntimo de sua cólera e melancolia.
Você tenta disfarçar representando que está tudo bem.
As máscaras da sobrevivência escondem o seu sentimento.
Como nebulosas que no passado ninguém percebeu que eram estrelas disfarçadas de poeiras.
É preciso uma visão atenta para enxergar além das aparências.
A maioria sofre de miopia ou falta interesse.
O universo em expansão e você preocupado com isso?
A roda da vida gira e os bons momentos logo se evaporam.
Enquanto os pêndulos se cruzam, a tristeza teimosa te visita novamente.
E desta vez acompanhada de bolas de ferro.
O tempo te segura com garras invisíveis e te torna manso.
E você admirando a paisagem em preto e branco esquecendo-se que existem cores.
E pior do que acostumar é se esquecer das matizes da existência.
Na parede da vida um quadro com um esqueleto segurando uma foice e uma ampulheta.
Enquanto os grãos de areia deslizam lentamente.
E você impotente e inerte esperando a próxima tempestade.
Com o tempo você também se acostuma com o peso das bolas de ferro e o seu capataz.
E ainda agradece com um sorriso sem graça e os olhos cansados.
Engole a saliva de sua satisfação e finge que está tudo bem.
Seca sua lágrima e se vira pois o mundo é indiferente.
Não atrapalhe o trânsito e passe sem perturbar.
Sofra calado e não incomode.
O que sentes não possui importância ao universo.
Abrace seu travesseiro, feche os olhos e tente dormir.
Em silêncio você não incomoda ninguém.
Deixe o sono suspender seus sonhos.
Preparação diária para a última despedida.
Você fará falta por pouco tempo.
Recolha-se ao esquecimento e guarde a sua dor para si.
Retorne à poeira das estrelas e resgate sua paz eterna.
Mas não deixe dívidas.
Se queres ser bem lembrado.
Pensamentos elaborado por Alex Gil Rodrigues na madrugada escura e sem sono após visitar os labirintos de sua mente em 30/09/2014.