12/10/2015

Escrever "amém" cura doença?




Atenção Amil, Unimed e afins, o pessoal do Facebook descobriu que digitar a palavra amém e compartilhar imagem de criança com alguma doença ou necessidade especial, a cura ocorre! 


Alô universidades de medicina, fechem as portas amanhã!!! 

Desculpem leitores, mas retorno a este tema desagradável porque nem sempre consigo ignorar o que eu vejo.

Compartilhar imagem de criança doente, entubada, mutilada, é falta de respeito com a própria criança, com a família e também com quem visualiza. 

Em respeito às famílias dessas crianças expostas nas redes sociais, solicito por favor, não compartilharem esse tipo de mensagem.

Muitas vezes apenas visualizo e ignoro, mas nem sempre consigo segurar e acabo revelando o que penso, agradando ou não. Que chato! 


Qual será o objetivo de uma pessoa compartilhar esse tema e pedir compartilhamentos? Pense comigo, isso não soa estranho?


Existe algum interesse oculto nesse altruísmo safado e muita gente curte, ou escreve amém, com as melhores das intenções pensando que está ajudando. 

Esse tema indigesto me fez lembrar de um trecho de meu livro inacabado, onde o protagonista se encontra na sala de espera de um hospital observando o ambiente, pensa:

... "melhor seria se essa parede pintada com a imagem dessa santa inócua, fosse totalmente branca ou então, na melhor das hipóteses, ornamentada com um busto de pedra em homenagem a Hipócrates, aquele médico grego, cujas ideias lançou a base da medicina moderna a dois mil anos. Seu pensamento se resumia assim: “Cada doença tem sua própria natureza e nenhuma surge sem sua causa natural”. Com essa ideia simples, a medicina sofreu uma revolução. Antes de Hipócrates a saúde e a doença estavam nas mãos dos deuses. Mais de vinte séculos depois muita gente ainda ainda acredita na intervenção dos “deuses modernos” com nomes de santos protetores. O ser humano é mesmo um animal incorrigível".


Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 12/10/2015


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