23/10/2014

Você é importante?


Hoje eu quero escrever rapidinho sobre  a relatividade da "importância".

Esta semana eu recebi uma ligação telefônica de uma pessoa no trabalho, querendo saber informações sobre uma outra e me fez a seguinte pergunta:

 - Eu preciso falar com fulano, mas eu não o conheço e queria saber se ele é uma pessoa importante.

- Depende - respondi à pessoa.

Por alguns instantes se fez um silêncio incômodo do outro lado da linha.

- Como assim, depende? - pergunta a pessoa com uma leve irritação na voz.

Para encurtar a conversa respondi que aquela a pessoa não era "importante" e o assunto continuou pelo bem da hipocrisia social até desligarmos o telefone e enviarmos um abraço mútuo e fraterno.

É óbvio que eu entendi a mensagem, mas respondi dessa forma apenas para vituperar um pouquinho aquele ser arrogante.

Bem, citei brevemente esse pequeno diálogo para falar sobre a relatividade da importância nos dias de hoje. Algumas pessoas se parecem com camaleões que se relacionam de acordo com o cargo ou obtenção de alguma vantagem. 

Esse tipo de gente possui dificuldade em relacionar-se de forma natural e desinteressada, principalmente se o outro não possuir um cargo "importante" ou algo para oferecer.

Falando nisso, conheço um profissional ensimesmado que dependendo de quem eu esteja acompanhado, sou cumprimentado com um sorriso de cortesia, uma mão frouxa e carinha de bonzinho parecido com o cachorro da imagem no início dessa publicação. 

Porém, quando estou sozinho, sem a companhia de alguém "importante", ele fica cabisbaixo como se eu tivesse no modo invisível aos olhos seletivos desse canalha. Só porque o meu celular é Samsung e pré-pago? .:)

Por trás desse celular, seu canalha, existe um coração pulsante, uma mente que interpreta, um dedo que ainda tecla palavras ácidas e aperta o gatilho para quem consegue ler algo maior do que uma charge.

Não devemos nos esquecer de que cargo é uma coisa que dá "importância" provisória, enquanto a pessoa está registrada na empresa. 

Se a pessoa for demitida, desligada ou aposentada, e um dia isso provavelmente ocorrerá, ela não será mais considerada "importante", pois trata-se de uma importância relativa e com prazo de validade. 

Se você não cultivou uma relação desinteressada durante a sua vida, prepare-se para viver no esquecimento ou no vale das sobras ainda em vida.


Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 23/10/2014


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