29/08/2015

O silêncio



Noite fria e estrelada de Agosto.
Caminho pensando sobre os diversos "silêncios" que experimentamos.
Existem várias formas e cada um com sua particularidade, encanto e mistério.
O silêncio da noite é o meu preferido.
Mas isso depende muito da fase da vida.
Como é bom ficar distante dos ruídos dos carros, anúncios, gritos, buzinas, ronco de motos, música alta e toda sonoridade da vida moderna. 
Gosto de mergulhar no silêncio interior sem a interferência e demandas automatizadas e cronometradas da vida.
Desconfio que esse prazer seja um sintoma da idade, pois com o tempo a gente procura por si com mais intensidade.
Já parou para pensar nos diversos silêncios que existem?

Enumerei alguns tipos de silêncio, sem critério algum, conforme foram surgindo em minha mente:

O silêncio de Deus
O silêncio da pedra
O silêncio dos ressentidos
O silêncio de quem ignora
O silêncio dos indefesos
O silêncio dos vingativos
O silêncio do mar
O silêncio cúmplice
O silêncio da biblioteca
O silêncio do hospital
O silêncio do mudo
O silêncio dos perdedores
O silêncio da morte
O silêncio do cemitério
O silêncio eterno
O silêncio absoluto


Por hoje é só, vou mergulhar agora no silêncio da noite nessa noite fria de Agosto.

Elaborado pelo pensativo Alex Gil Rodrigues em 29/08/2015. 

Mensagem para os jovens (principalmente).




Dedicada aos mais jovens ou pensando bem, para qualquer pessoa que ainda tenha tempo e vontade.

Publicado por Alex Gil Rodrigues em 29/08/2015

18/08/2015

Até mais e obrigado pelos peixes!


Semana passada ganhei peixes de um vizinho.
Peixes pequenos, é verdade, mas quando se ganha algo não se olha o tamanho, não é mesmo? 
Brincadeirinha vizinho! Aliás, caso um dia você leia isso e antes que me julgue mal educado, "Obrigado pelos peixes"! (Aproveitando, essa frase para quem não conhece é uma menção ao quarto livro escrito pelo saudoso Douglas Adams). 
Agora uma pergunta: O que o livro tem a ver com os peixes?
Eu repondo: Nada! , quando escrevo gosto de divagar sem compromissos e regras rígidas.

Mas mesmo assim, para que ninguém fique no vácuo, vou explicar essa bobagem. Essa frase era a mensagem que os golfinhos deixaram na Terra, antes dela ser demolida para a construção de uma via expressa hiperespacial, no Guia do Mochileiro das Galáxias. 

Pensando bem, essa informação não vai fazer a menor diferença em sua vida, como tudo que escrevo aqui no Blog Banal.

Bem, voltando ao assunto após agradecer a gentileza do vizinho, devorei-os fritos com limão e cerveja Itaipava gelada! , mas antes, claro, tive que tirar as escamas, cortar a cabeça, rabo, barbatanas, limpar a barriga e temperar! Dá um trabalho limpar peixe em casa!  

Falando sério, esses peixes me fizeram lembrar de minha primeira e única pescaria na vida.
Mas Alex, só mais uma perguntinha: Porque escrever sobre um assunto tão banal?
Ninguém tem interesse nesse tipo de história!

Eu sei disso, pensamento intruso! Não fazemos algo apenas para o interesse dos outros. Até agradeço a atenção dos que perdem seu precioso tempo lendo minhas bobagens, mas antes disso e sobretudo, escrevo porque me dá prazer. Além disso, ainda descanso minha mente após minha caminhada diária.

Confesso que nunca me senti atraído por pescarias, mas sempre tive curiosidade de saber que prazer é esse, afinal muita gente gosta.
Certa vez, fui pescar com um grupo de colegas do trabalho em Angra dos Reis, cidade distante 96 Km de Barra Mansa, minha terra natal, comprei a linha, anzol e fomos num carro fretado.
Chegamos em Angra dos Reis no final do dia e compramos sardinhas para servirem de iscas. 
Depois disso, fomos até o cais negociar um barco que coubesse 12 pessoas e que não fosse muito caro.
Os barcos ficavam atracados na poluída praia do Anil, no centro da cidade, aliás até hoje.
Toda embarcação possui um nome gravado no casco de madeira: Brucutu, Sophia, Marruah, Maracatu, Caju Amigo, Phoenix, Doce Vita e por aí vai.

A nossa embarcação escolhida estava escrito: CARONTE.
Perguntei aos colegas se eles sabiam o significado desse nome e, claro, ninguém sabia.
Resolvi não falar também, afinal esse detalhe era irrelevante e poucos se interessam por esse tipo de coisa.
Sou um sujeito observador e gosto de pesquisar os significados do mundo.
Dividimos o valor da locação do barco pela quantidade dos amigos "pescadores" e finalmente zarpamos.
Eram 19:00 h e a noite caiu com vontade e a temperatura era agradável.
No convés, muitas latas de cerveja, gelo, cachaça, sardinha e até iogurtes.
Nessa época eu só tomava refrigerante e água.
No céu, as estrelas pareciam mais perto dos olhos e brilhavam como refletores.
Seguimos mar a dentro rasgando a noite à procura dos peixes.
A cerveja acabou e nenhum peixe apareceu!
As horas avançavam e a cada "tripulante" procurava um canto para dormir sobre o balanço das ondas.
Realmente o mar não estava para peixe.
Mas como sou teimoso, fiquei a noite inteira acordado na esperança de pescar o meu primeiro peixe.

Todos adormeceram, inclusive o barqueiro do Caronte. Passei a noite inteira acordado até que o tédio me fez companhia e juntos ficamos em silêncio.

O tempo passou e finalmente o sol apontou no horizonte quando o barqueiro acordou e gritou:
- Olha o cardume de espadas!!!
Aquele grito fez todo mundo despertar com euforia preparando as iscas e lançando ao mar para resgatar aqueles peixes prateados. 
Eram muitos!!!
Era só jogar a isca, puxar as espadas para dentro, destroncar o pescoço e pegar o próximo.
Pegamos muitos!!! Eram tantos peixes que conseguíamos fisgá-los até com o alumínio da tampa de iogurte enrolado no anzol. E juro que isso não é história de pescador!
O sol brilhava sobre o alumínio e o seu reflexo atraía os peixes.

Aquele cardume salvou a pescaria e nunca mais tive vontade de pescar, apesar de ter gostado da aventura, da viagem, da noite estrelada e do silêncio ao mar...

Hoje quando me chamam para pescar agradeço o convite e recuso, mas se me chamarem para comer peixes fritos e temperados no prato, estou aqui!


Mais uma história banal escrita por Alex Gil Rodrigues em 18/08/2015
Obs: Na realidade a frase do livro de Douglas Adams é: "Até mais, e obrigado pelos peixes".

03/08/2015

Indicação de Livro: A dança do Universo


Hoje indicarei um livro do professor, escritor, físico e astrônomo Marcelo Gleiser.

Aliás, possuo quatro livros de sua autoria: A Dança do Universo, O Fim da Terra e do Céu (esse não terminei a leitura), A Harmonia do Mundo e Criação Imperfeita.

Meu preferido é "A Dança do Universo", sem dúvida o melhor de todos, onde ele descreve dos mitos da criação do universo ao Big-Bang.

Ah! Mas se você achar que esse assunto é banal e que a "verdade" encontra-se bem explicadinho na Bíblia e ponto final, não vou te contestar. Desculpe, mas não perco tempo com dogmáticos. Sou um livre pensador banal e apenas apresento as minhas banalidades nesse espaço virtual.

Livro: A Dança do Universo - Dos Mitos de Criação ao Big-Bang

Não há cultura que não tenha tentado dar uma resposta à pergunta sobre a origem do universo. O que aconteceu no momento do surgimento? Houve um minuto determinado em que o Universo que nos rodeia surgiu?

Essas são questões tão antigas como a própria humanidade. Muitos procuram a resposta nos mitos e na religião. Outros nas teorias científicas.

Recomendo a todas as pessoas, pois se trata de um texto que aborda com escrita fascinante, simples e didática a importante história da Física e da Astronomia, que também é em grande parte a história do pensamento humano.

O livro trata da origem do universo começando com os mitos da criação, passando pelos filósofos gregos até chegar paulatinamente nas teorias científicas de criação do universo, pincelando os princípios de física clássica e quântica de forma leve e acessível para leigos.

Livro escrito por Marcelo Gleiser em 1997 e publicado por este banal em 03/08/2015.