29/01/2016

Pague o seu pão e durma melhor


Quando os aborrecimentos visitam a sua vida, o mundo finge compaixão.
Quer uma solução digna?
Resolva o seu problema e não banque a vítima.
Ninguém quer aumentar o próprio sofrimento com os sentimentos de terceiros.
A dor que o outro sente pertence apenas ao seu dono.
Aborrecimentos são como temporais que derrubam as folhas e fazem estragos.
Mas a vida continua e a rua precisa ser limpa.
As estações se revezam e o tempo ensina.
As máscaras da sobrevivência escondem o que realmente ocorre.
Tudo é disfarce ou teatro.
Ninguém se importa ou quer saber o que existe debaixo de sua máscara.
Toda ferida deve ser escondida.
Cada sombra com seu dono.

O tempo te segura com garras invisíveis.
O tempo, ah! o tempo, esse vilão desgraçado e destruidor.
Parecem grades que aprisionam e nos tornam mansos.
Você olha para a paisagem em preto e branco e com o tempo se conforma com a cor.
O vitimista pensa que alguém se importa muito com a sua vida.
Pensa também que sua verdade é padrão universal.
Não se iluda e nem espere sinceridade de quem não tem nada a perder.
Carregue suas bolas amarradas, engole seu sorriso e siga remando.
Venda sua convicção aos desgraçados e sem esperança
Seca sua lágrima e se vire meu irmão!

Eu disse irmão?
No templo é comum te chamarem de irmão.
No fundo querem você em outra prisão.
Pague seu dízimo e ganhe sorrisos.
Deixe de pagar e receba o seu castigo.
Não atrapalhe o teatro da vida.
Passe sem perturbar pela rua escura.
Sofra calado e não incomode o louvor dos alienados.
Essas palavras são duras?
A vida é mais. 
Abrace seu travesseiro e liberte de tudo.
Ninguém tem o direito de vigiar a sua mente.
O sono é uma fuga desejável. 
A vida é sua e os cascalhos e fantasmas também.
Assuma a sua independência e assuma seus erros.
Carregue seu saco de pedras e não encha o saco de ninguém.
Aliás, lute para depender muito pouco dos outros!
Pois quem depende demais se torna fraco,
Lute pela sua renda, pois se não possui, prepara-te para a humilhação.
Lute pelo seu pão. 
Pague por tudo e se possível deixe até o troco.
Não espere nada de graça, muito menos um pão.
Se você ganhar uma fatia, pague rápido.
Assim você evitará aborrecimentos.
A cobrança nem sempre será com dinheiro.
Mas se esse é o preço, pague!
Sai mais barato.
Dessa forma você dorme melhor.
Recebe sorrisos e gratidão com prazo de validade.
Lembre-se que cumprimentos e gratidão são pagamentos provisórios.
Fique sem dinheiro, mas não deva ninguém.
Mais vale um grande sacrifício  do que uma pequena humilhação.
Pague o seu pão e durma livre dessas armadilhas!


Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 29/01/2016



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