01/01/2016

Gerente de banco camaleão


Para você que não me conhece, costumo registrar aqui no Blog Banal qualquer bobagem que penso sem nenhum critério especial. 

Pode ser um pensamento que surge ao caminhar para o trabalho, dentro do carro, na fila do pão, no banheiro, supermercado ou em qualquer lugar onde passo pela minha existência banal. 

Nossa sociedade costuma avaliar a importância de algo em função do retorno financeiro. Esse é um exemplo de que nem sempre fazemos coisas por dinheiro, pois não ganho nada publicando esses pensamentos. 

Não vou dizer que publico tudo o que penso porque isso é inviável socialmente. A auto-censura existe porque dependo do sistema e também nenhuma pessoa revela tudo o que pensa, apenas aquilo que se pode. 

Já disse em outra ocasião que escrevo também por distração e por mim. Egoísmo? Nada disso. Ninguém está interessado em minhas coisas. Cada um com o seu problema e a sua luta.

Meu lazer favorito ainda é a leitura e o ato de escrever ocorre como segunda opção e também por prazer e teimosia. Costumo digitar as palavras conforme surgem na mente e nem sempre realizo a revisão ortográfica, por falta de capacidade, pressa ou falta de conhecimento mesmo.

Seguindo essa linha de escrever qualquer bobagem, gostaria de registrar um comportamento observado num antiga propaganda de um banco, que nem me lembro mais o nome, cujo comportamento do gerente, imitamos inconscientemente durante as nossas relações diárias.

A cena que me ocorre se passa na mesa de um gerente de banco, sentado em sua cadeira, enquanto recebe os clientes para pedir um empréstimo ou algo parecido.

Dependendo do perfil do cliente aparecia, o gerente também se comportava da mesma forma.

Se chegasse até à sua mesa um caipira com chapéu de palha, palitinho no canto da boca, barba por fazer e falando feito um roceiro, o gerente imediatamente se transformava no mesmo personagem, inclusive no trejeito e voz, convidando-o para tomar um café antes de conversarem. 

Se momentos depois, um magnata bem vestido, com fala pomposa se apresentasse à sua frente, o mesmo gerente o recebia como um reflexo de personalidade e conversavam de igual para igual.

Esses dois exemplos mostram um pouco como a gente se adapta às pessoas de nosso meio para conseguir se comunicar da melhor forma possível. O rei para falar com o plebeu deve falar a sua linguagem e o o rei junto com o rei, deve se comportar como um rei, se é que me entende. 

Não quero dizer que isso é coisa de prostituta que se vende para agradar ao cliente a qualquer custo. Acho apenas esse comportamento sagaz é fundamental para estabelecer uma comunicação. Comunicar também requer arte e flexibilização. 

Muitas vezes durante nossa vida, somos obrigados a representar o gerente de banco para evitar conflitos e conseguir aproximar das pessoas. Você utiliza essa estratégia por uma boa causa e depois, em seu espaço onde ninguém invade, você vive o seu estado original, com os interesses que são apenas seus, sem necessidade de representar. Como é bom voltar manter nossos pensamentos íntegros, sem necessidade de negociá-los.

É aquele momento mágico onde nenhum burro pode acessar, porque aquele templo pertence a só você e mais ninguém.

Deixo aqui registrado esse comportamento para servir de exemplo de que podemos nos comportar como um camaleão para ajustar-nos às circunstâncias de relacionamento e ainda assim manter nossa integridade e privacidade.

Bem, era esse o registro banal para hoje.


Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 01/01/2015

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