28/09/2015

Celular: Amigo, vilão ou ladrão?



Caro visitante, estamos nos despedindo do mês de setembro, com direito ao eclipse da superlua e a confirmação de água salgada em Marte.

Enquanto isso, aproveito para escrever mais algumas banalidades por aqui, antes de experimentar o doce sono da noite (Nossa que poético, vai dormir que é melhor). 

Falando sério, recentemente encontrei essa fotografia na rede social, publicada pelo meu amigo de trabalho Gerson Zanchetta e tomei a liberdade de copiá-la, afinal a imagem é pública e vou aproveitar e falar alguma coisa por aqui no diário banal.

Olhe bem atentamente e responda para si mesmo: Que mensagem essa fotografia lhe transmite? Volte lá para reparar, antes de prosseguir com esse texto banal.

Fique tranquilo que isso não é nenhuma "pegadinha". Você aqui só perde seu tempo, nada mais!

Como curiosidade, imprimi essa foto e perguntei duas pessoas próximas o que interpretavam dessa imagem. As respostas foram muito parecidas.

...............

Já que estamos no tema celular, aproveito para dizer que não tenho nada contra, pelo contrário, sou bem resolvido com essa tecnologia e não saio sem ele no meu bolso. 

Provavelmente, alguém que não curta um celular, pode até pensar o seguinte:

- Vivi tantos anos sem esse aparelho e nunca precisei, porque hoje ele é indispensável?

Ou então:

- Nossas avós e mães nos criaram e nunca precisaram desse aparelho, porque eu preciso disso?

Gente, eu sei que existe gente que perde o controle e não realiza uma boa gestão sobre o seu tempo, mas a "culpa" não é do celular! A responsabilidade é do indivíduo quem faz mau uso desse útil aparelho. 

A culpa não é do espelho se a cara é torta!

Quando estou com esse aparelho no bolso, não estou transportando apenas um telefone, mas sim uma "central de facilidades" para a minha vida. Antigamente o celular era apenas um telefone e eu sou dessa época! Mas hoje virou um "canivete suíço", onde posso falar com minha família, ligar para o seguro do carro em caso de emergência, pedir ajuda rápida à sempre indisponível polícia, bombeiro, médico, escrever um recado para alguém distante, consultar as horas, utilizar como calculadora, GPS, despertador, agenda, lanterna, alarme de segurança de minha casa, fotografar, registrar caminhadas ou pedaladas, ouvir músicas, assistir vídeos, servir de companhia quando o ambiente não tem nada de interessante, filmar momentos, consultar endereço, internet, etc... Ufa! A lista é extensa.

É verdade também que muita gente está exagerando no seu uso, preferindo a virtualidade. Até concordo que existem lugares e pessoas tão chatas que o mundo virtual parece ser uma boa fuga para obtermos um pouco de paz. 

Longe de mim querer bancar o tiozão ranzinza sabe-tudo... é patente que existe exagero no uso desse aparelhinho.

Acho também que em certos lugares nem deveria ser permitido o uso do aparelho, como por exemplo, na sala de aula ou trabalho.

O celular costuma ser um ladrão. Rouba-lhe o tempo e reduz o foco.

Se eu fosse um professor ou dono de uma loja, eu não permitiria o seu uso de forma alguma durante a aula ou expediente.

Já aconteceu de eu entrar numa loja cujo vendedor nem percebeu a minha presença e permaneceu se distraindo com alguma bobagem de sua telinha na palma da mão!

Existem também, aqueles que interrompem o seu trabalho de 5 em 5 minutos para ficar consultando qualquer coisa que lhe tire o foco de sua principal atividade. Para mim, isso é abuso de liberdade.

Voltando à imagem da simpática vovó com carinha contente, contemplando algo que não conseguimos imaginar, agora gostaria que você fizesse outro exercício.

Porque ela não está utilizando o celular como as outras pessoas? Pense em várias hipóteses possíveis.

Você pode até achar que é um exercício bobo. Pode até ser, dependendo do ponto de vista. 

Eu não acho, pois sempre gostei de provocar minha imaginação levantando diversas hipóteses para uma determinada situação. É uma mania que tenho, confesso. Talvez seja influência das leituras de livros que possuo, sobre o tema método científico. Gosto disso também!

Pode parecer perda de tempo fazer esse exercício, mas tenho essa mania. Acho que com isso, exercito o cérebro, amplio as interpretações e abro a mente sobre o mundo. Tenho medo de me tornar aquele sujeito dogmático, fechado, com poucas opções, monossilábico, reducionista... Opa! Estou fugindo do tema! 

No final do texto revelo a frase que estava junto da mensagem quando a capturei na rede social. Reconheço que essa frase (no final, bem entendidos!) representa o que a maioria pensa ao interpretar a imagem, mas por enquanto vamos às outras hipóteses que consegui imaginar:

1 – A vovozinha não possui um celular e por isso acompanha o evento diferente dos outros.

2 – Ela não tem vontade de ter um celular porque em sua época não existia e portanto, não foi estimulada ou influenciada pelo meio de sua geração.

3 – Ela não tem condições financeiras de comprar um celular no momento.

4 – Ela já tentou aprender manusear mas não adianta que sabe mexer no celular e nem quer aprender.

5 – Seu celular acabou a bateria.

6 – Ela esqueceu o celular em casa.

7 – Ela preferiu deixa o celular na bolsa e contemplar a imagem a olho nu.

8 - Roubaram o seu celular e ainda não comprou outro.

9 – Ela perdeu o seu celular em algum lugar.

10 – Ela guardou o celular em algum lugar e não se lembra onde.

11 – Ela encomendou um celular pelo site das Americanas mas ainda não chegou.

12 – Seu celular quebrou e precisa enviar para conserto.

13 -Seu celular encontra-se em manutenção.

14 – Ela é de uma geração que não teve celular e nem dava valor para isso.

15 - Ela tem condições financeiras de ter um celular mas julga inútil tê-lo.

16 - O celular dela é do modelo antigo que não possui câmera e por isso não está usando.

17 - Ela está aproveitando cada momento e pensando que esse possa ser a última vez que está naquele lugar, pois sente que o seu fim está próximo.

E agora, para finalizar, a frase que melhor sintetiza a imagem:

"Nessa imagem emblemática é possível identificar facilmente quem é de uma geração que se preocupava mais em viver o momento - algo que esquecemos mais e mais a cada dia".


Escrito por Alex Gil Rodrigues em 29/09/2015 (Texto publicado sem revisão. Já é tarde!)



25/09/2015

Dica de livro: 1984 de George Orwell


Pessoal, chegou a sexta-feira e hoje vou colocar no Blog Banal uma dica de livro. Mas por que eu daria essa dica se ninguém pediu? Ou melhor, por que eu vou publicar uma dica de livro, sendo que a maioria não possui interesse por isso? Acho que sei a resposta: vaidade.

Todo mundo possui a sua vaidade, mesmo que não admita. É claro que existem diversos tipos e graus. Se a pessoa acha que não tem vaidade é porque não se conhece direito. Vaidade é uma coisa que incomoda só nos outros, não é mesmo? A nossa, a gente aceita com naturalidade e bom grado. É igual filho mal educado. Dos outros é insuportável, mas o nosso...

Voltando ao assunto, até que esse caso é uma vaidade, digamos, inofensiva, pelo menos eu penso assim! 

Outro dia escreverei apenas sobre o tema vaidade. Aliás, o melhor texto que que já li até hoje sobre vaidade encontra-se em Eclesiastes. Leia qualquer dia. É uma literatura interessante. Hoje quero apenas registrar uma dica, ou melhor, revelar a minha vaidade. Acho que é isso o que estou fazendo, além de ser sincero.

Confesso sem constrangimento nenhum que tenho vaidade e orgulho pelos livros. São meus amigos mais educados que eu conheço: Silenciosos, disponíveis, me acompanha quando eu desejar, não enche o saco, me ensina, me liberta e me consola.

Esse exemplar eu comprei em Volta Redonda-RJ há muito tempo, quando ainda morava em Barra Mansa-RJ, cidade vizinha distante 11,8 km. Trata-se de uma edição especial comemorativa.

Lembro até da livraria situada na Vila Santa Cecília, ao lado do Teatro Gacemss, no andar subterrâneo e me lembro também de um detalhe bem banal. Quando eu estava folheando o livro, havia um senhor bem velho, encostado próximo ao balcão, que após esticar os olhos sobre a capa, fez o seguinte comentário:

- Você não acha que está muito novo para ler esse tipo de leitura?

Apenas o olhei e não sabia o que responder! Até porque não entendi porque ele me perguntou aquilo. Talvez quisesse conversar sobre o livro e eu não percebi essa intenção... Acho que deveria ter falado alguma coisa, mas apenas sorri. Detalhe, eu nem era tão novo quanto ele supôs!

Bem, nunca saberei, mas isso não é importante agora. Relatei apenas porque jamais esqueci essa passagem.

Este livro é o romance mais famoso de George Orwel. Na realidade o nome verdadeiro dele era Eric Arthur Blair. Foi escrito em 1948, 2 anos antes de sua morte. 

Resumindo, este romance visionário apresenta uma metáfora do mundo em que estamos vivendo, com invasão de privacidade, avanços tecnológicos que propiciam o controle total dos indivíduos, destruição ou manipulação da história dos povos e guerras para assegurar a paz já fazem parte da realidade. 
Guerra é Paz, Liberdade é Escravidão, Ignorância é Força. O termo Big Brother foi criado neste livro. Tudo é controlado. Tudo é vigiado. Alguma relação com nossa geração?

Olha só que frase extraordinária encontrei em suas páginas, aliás existem muitas frases que deixam a gente pensando, mesmo depois que o fecha.

"Se você quer uma imagem do futuro, imagine uma bota prensando um rosto humano para sempre".

Fico por aqui nessa noite com chuva, fresca e agradável, depois de uma semana com calor de 36º C!


Publicado por Alex Gil Rodrigues em 25/09/2015




23/09/2015

O lado ruim de escrever asneira.





De vez em quando releio alguma publicação do Blog Banal e bate um sentimento de vergonha e arrependimento por ter publicado algo de péssima qualidade, que não merecia ter sido escrito nem no azulejo do bar do Senegal no bairro Vila Nova, perto da linha do trem, em Barra Mansa-RJ.

Confesso que quando percebo alguma publicação patética, sinto vergonha de mim mesmo e corro para apagar o mais rápido possível para ninguém ter o mesmo desprazer.

Vou revelar um segredo sobre o funcionamento dos Blogs.  Nada demais, apenas uma curiosidade banal.

Este Blog, como muitos que existem por aí, além de oferecer um contador de visitas de publicações, apresenta algumas estatísticas para o moderador de várias formas, tipo visitas diárias, semanais, mensais, origem da cidade, mais lidas, visualização por Google ou Facebook, etc.

É uma ferramenta muito boa para gerenciar o Blog e apurar as visitas. Trata-se de um sistema bem interessante e dessa forma vou acompanhando o que desperta interesse e onde estão os leitores casuais. Escrevo isso com humildade, pois tenho certeza que não escrevo ao ponto de despertar interesse. Meu Blog é sobre banalidades e memórias para algum filho, neto ou amigo. 

Por falar em falta de interesse, hoje quase ninguém possui interesse em aprender coisas novas por conta própria, através dos livros, internet, etc. A faculdade ensina (quando ensina), para o cidadão ganhar dinheiro (estou sendo otimista) e principalmente sobreviver, na melhor das hipóteses e mesmo assim através de um conhecimento pronto, rígido e formatado, onde somos obrigados a assimilar o conteúdo mesmo sem gostar. Depois disso, ainda temos a opção de aprender o que nos agrada, na hora que desejarmos, sem pressão, sem cobranças e apesar disso, muita gente não aproveita a oportunidade. É muito bom escolher o que aprender, sem obrigação e pressão da vida "comercial".
Voltando ao assunto do Blog, este canal tem me servido de distração, companhia e até autoconhecimento. Funciona como um caderno de memórias virtual, sem pretensão.

Esse é o lado bom desse brinquedo. A parte desagradável ocorre quando me arrependo de ter escrito algo muito ruim e perceber que a publicação obteve várias leituras. Aí nesse caso já era!

Quando isso ocorre há pouca coisa a fazer, pois uma vez publicado e lido, não tem mais volta e só me resta o arrependimento,  fechar o notebook e tomar um café para esquecer.

Como último recurso, para evitar que mais pessoas leem e a vergonha aumente, eu tenho a alternativa de mudar o status da publicação que não gostei para rascunho, na tentativa de minimizar o impacto.

Recentemente fiz isso na publicação chamada "A culpa é da gravidade", pois quando reli percebi a grande besteira que escrevi. Simplesmente horrível! Deu até pena de mim, acontece. Se você não leu, ainda bem! Já apaguei. 

O problema é que depois de lido é tarde. As palavras já foram processadas na mente do leitor e o conceito sobre o texto e a pessoa já foi estabelecido. Quanto ao julgamento à minha pessoa, estou pouco me importando, desculpem se estou sendo grosseiro com as palavras, mas já estou bem crescidinho para aprender a viver sozinho e importar bem pouco com opiniões divergentes.

Eu me sinto muito mal, mas é por mim mesmo. Sou muito crítico e esse sentimento por escrever algo muito ruim e com baixa qualidade, causa-me arrependimento.

Aprecio bons textos e por não ter uma formação em Letras ou Jornalismo, erro nas concordâncias e até no raciocínio. Muitas vezes erro também por ansiedade de publicar algo sem fazer revisão do texto. Erro primário para quem quer escrever.

Bem, raro leitor, fico por aqui e vida que segue. Acho que existem besteiras bem maiores na vida que devemos realmente nos preocupar.
    
Este texto, por exemplo, vou revisar só amanhã, espero que não me arrependa também!

Publicado por Alex Gil Rodrigues em 23/09/2015.        

22/09/2015

Lisboa - O Terremoto de Novembro de 1755




Pesquisando sobre Voltaire, acabei encontrando esse vídeo relacionado ao terremoto ocorrido em Lisboa em 1755. Após encontrá-lo, fiquei pensando como nossa geração é privilegiada, pela facilidade de obter informações rápida sobre o mundo. 
Estou aqui nessa terça-feira, dentro de minha casa, como se estivesse percorrendo os corredores de uma grande biblioteca em busca de informações. 
Só devemos ficar atentos que "disponibilidade de informação" não significa "aquisição de conhecimento". 

Sigo minha caminhada nesse Blog Banal publicando coisas "chatas" e enquanto isso esqueço do mundo, aprendo algo e quem sabe até ajudo a disseminar o conhecimento.

Por ora chega de Voltaire e terremotos! 


Publicado por Alex Gil Rodrigues em 22/09/2015



21/09/2015

Mais sobre Voltaire e o terremoto.




Na manhã de 1ª de novembro de 1755, Dia de Todos os Santos, Lisboa foi cenário de uma das maiores tragédias da história. Um terremoto seguido por tsunami e incêndios deixou milhares de mortos e igrejas destruídas no extremamente devoto Reino de Portugal, ironia que impactou o pensamento da época. A devastação da cidade, antes de traçado medieval, também possibilitou o nascimento do desenho atual das ruas da capital portuguesa.


Poucas catástrofes geológicas geraram tantas indagações e lançaram tantas dúvidas no homem moderno como ocorreu com o trágico terremoto de Lisboa de 1755. O mundo católico estarreceu-se porque a capital do Reino de Portugal era uma das cidades mais beatas que se conhecia. Não havia lisboeta que não deixasse encomendado junto à sua paróquia, para depois da sua morte, uma infinidade de missas e solicitações de velas acesas para a sua alma, para que descansasse em paz. Todas, missas e velas, quase sempre pagas antecipadamente. Porém nada disso adiantou.

Com a catástrofe portuguesa, Voltaire viu ruir todas as suas concepções do Mundo vigentes à época. Esse fenômeno jamais poderia ter ocorrido se a Terra fosse, como até esse momento se acreditava cegamente, uma mera criação divina, regulada pelos princípios de ordem e harmonia.

Voltaire manifestou sua desilusão através de um texto bem ácido, veja:



Ó infelizes mortais, ó terra deplorável. 
Ó ajuntamento assustador de seres humanos! Eterna diversão de inúteis dores! 
Filósofos alienados que proclamam: — tudo vai bem. Venham contemplar essas ruínas horrendas, esses destroços, esses farrapos, essas cinzas malditas, essas mulheres e essas crianças amontoadas sob mármores partidos, seus membros espalhados. 
Cem mil desafortunados que a terra devora, que sangrando, dilacerados, e ainda palpitando, enterrados sob seus tetos, sucumbem sem socorro, no horror de tormentas findando seus dias! 
Diante dos gritos de suas vozes moribundas, do horror de suas cinzas ainda crepitantes, vocês dirão: é a consequência de leis eternas que um Deus livre e bom resolveu aplicar?! 
Vocês dirão, vendo esse amontoado de vítimas: Deus vingou-se, e a morte deles é o preço de seus crimes?! 
Que crime, que falta cometeram essas crianças esmagadas e sangrentas sobre o seio materno? Lisboa, que não mais existe, teria mais vícios que Londres, que Paris, submersas em delícias? 
Lisboa está destruída e dança-se em Paris. 
Espectadores tranquilos, intrépidos espíritos, contemplando a desgraça desses moribundos, vocês procuram — em paz — as causas do desastre: Tudo vai bem — dizem vocês — e tudo é necessário. 
Por acaso o universo, sem esse abismo infernal, sem submergir Lisboa, estava sendo pior? 


Esse Voltaire possuía a língua afiadíssima. Mal comparando, pois a distância é imensa, era uma espécie de Jair Bolsonaro das letras, escrevia o que pensava. Ai que inveja!  




Publicado por Alex Gil Rodrigues em 22/09/2015



20/09/2015

Regra de Ouro



O tema de hoje é regra de ouro. Percebam pelas frases abaixo que quando um conceito é perfeito ele pode até ser modificado, mas a essência continua sendo a mesma. Leia e conclua se não dizem a mesma coisa com palavras diferentes.

Cristianismo:

- "O que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles."
Lucas 6:31

- "Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles façam a vocês."
Mateus 7:12

Budismo:

- "Não firas os outros de um modo que não gostarias de ser ferido."
Udanda-Varqa 5:18

- "De cinco maneiras um verdadeiro líder deve tratar seus amigos e dependentes: com generosidade, cortesia, benevolência, dando o que deles espera receber e sendo tão fiel quanto à sua própria palavra."
Digha Nikaya iii.185-91, Sigalovada Sutta

Zoroastrismo:

- "Aquela natureza só é boa quando não faz ao outro aquilo que não é bom para ela própria."
Dadistan-i Dinik 94:5

Judaísmo:

- "O que te é odioso, não faças ao teu semelhante. Esta é toda a Lei, o resto é comentário."
Talmude, Shabbat 31a

Hinduísmo:

- "Esta é a soma de toda a verdadeira virtude: trate os outros tal como gostarias que eles te tratassem. Não faças ao teu próximo o que não gostarias que ele depois fizesse a ti."
Mahabharata

Islamismo:
- "Nenhum de vós é um crente até que deseje a seu irmão aquilo que deseja para si mesmo."
Sunnah

Taoísmo:

- O homem superior "deve apiedar-se das tendências malignas dos outros; olhar os ganhos deles como se fossem seus próprios, e suas perdas do mesmo modo."
Thai-Shang

Confucionismo:

- "Eis por certo a máxima da bondade: Não faças aos outros o que não queres que façam a ti."
Analectos XV,23


Fé Bahá'í:
- "Não desejar para os outros o que não deseja para si próprio, nem prometer aquilo que não pode cumprir."
Gleenings

Sikhismo:
- "Julga aos outros como a ti mesmo julgas. Então participarás do Céu."

Jainismo:
- "Na felicidade e na infelicidade, na alegria e na dor, precisamos olhar todas as criaturas assim como
olhamos a nós mesmos."


Publicado por Alex Gil Rodrigues em 20/09/2015. Espero não ser processado por direitos autorais. 



É muito fácil dizer "deixa isso prá lá"


Raro leitor, hoje acordei pensando numas coisas. Sei que não sou perfeito, erro algumas vezes, mas me esforço para fazer com os outros o que gostaria que fizessem comigo. Essa frase é um clichê, mas ainda funciona em qualquer tempo e lugar, sendo portanto uma regra de ouro.

Sei também que existe muita diferença entre a teoria, o ideal e a vida prática.

Quando estamos com um problema que incomoda muito a gente ou quando somos ofendidos de tal forma que levamos os pensamentos para o travesseiro, o que menos queremos ouvir nessa hora é o famoso:

- Deixa isso prá lá!

É muito fácil dizer essa frase para o outro e certamente eu também já falei isso para algumas pessoas. 
Claro, estando fora do problema e não sentindo na pele e na mente o que o outro está sentindo é muito fácil e confortável falar para o outro deixar pra lá!

Reconheço que em determinadas situações "deixar prá lá" e esperar o tempo passar, às vezes, é a melhor solução, mas acredito que isso deva ser tratado como exceção. 

Se a gente se silencia para todas as injustiças da vida no embalo do "deixa pra lá", nós nunca vamos fazer justiça e estaremos até sendo coniventes e omissos com a injustiça, para não dizer covardes. E os injustos prosperam quando nos silenciamos. 

Existem muitas formas de combater as injustiças e as canalhices. Isso aqui não é receita de vitamina, mas invente a sua. As palavras também funcionam como arma. Se bem colocada e direcionada, acerta o alvo. Pense nisso!

O nosso silêncio pode ser tão pernicioso quanto aquele que pratica a injustiça.


Pensando nisso, prometo que eu só vou "deixar pra lá" em último caso, ou seja se naquele momento crítico não for possível resolver em hipótese alguma.




Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 20/09/2015


18/09/2015

Como perdi a fé - Parte 2


... Fiquei na igreja até a última pessoa ir embora, com objetivo de falar com o padre sobre algumas dúvidas sobre Deus. Eu realmente estava decidido saber dele porque Deus não conversava comigo! O padre parecia ser um sujeito legal e muito íntimo de Deus devido as coisas que ele dizia durante a missa. Acho que ele pode me ajudar.

Logo que o padre apareceu, sem a sua tradicional batina de 33 botões, eu gritei:

 - Sr. padre, posso falar com o senhor?

A minha voz saiu tão alta que ecoou por toda a igreja e me deixou envergonhado.

O padre levantou a cabeça, virou em minha direção com o olhar atencioso que lembrava meu avô e disse com a voz suave:

- Claro meu jovem, o que você precisa?

- Sr. Padre, eu  preciso conversar com o senhor algumas coisas sobre Deus, o senhor tem um tempo?

- Com todo prazer, porém gostaria de conversar outro dia, porque hoje viajarei à cidade de Aparecida para participar de um seminário e preciso arrumar a minha mala urgente. Vamos combinar o seguinte, durante a minha ausência, escreva num papel todas as suas inquietações e volte daqui a três semanas para conversarmos.

- Vou te esperar hein e Deus te abençoe! - respondeu o padre atencioso estendendo suas mãos finas em minha direção.


- Claro Sr. Padre! Voltarei sim! Boa viagem! - respondi concordando e apertando-lhe sua mão.

Desci as escadas, atravessei a praça em direção ao Café Capital, virei à esquerda e segui caminhando pela calçada da avenida Joaquim Leite, alcancei a Domingos Mariano segui em frente, virei à direita à altura do Chico´s Lanches, atravessei a linha do trem e finalmente cheguei ao bairro Roberto Silveira. Ufa!

Entrei em minha casa e senti o cheiro gostoso de frango. Nem precisava olhar para a panela para descobrir o que tinha lá dentro, afinal, era domingo.

Nem comentei com a minha mãe sobre a visita à igreja nessa manhã. A mesa ficou pronta e o prato principal era o tradicional frango que a minha avó havia matado pela manhã, macarrão com molho de massa de tomate e um litro de Coca-cola!

Terminei o almoço e fui para o meu quarto pensar mais sobre o assunto, antes de colocar as palavras no papel. E pensando bastante, cheguei a conclusão que possuía muito mais perguntas do que imaginava inicialmente. Por um momento hesitei se devia mesmo envolver o padre nessa história, porque, na realidade, ele só entrou nessa história porque Deus não falava comigo e achei que ele pudesse intermediar a nossa conversa.

Encostei o lápis na folha branca do meu caderno, enquanto minha mente inundava de pensamentos e dúvidas. Percebi que as questões que me incomodavam eram bem maiores do que aquela que me motivou procurar o padre na igreja. Isso tudo me fez concluir também, que o silêncio de Deus era apenas a ponta do iceberg do mar de incertezas desta mente curiosa e inquieta.

Após alguns minutos paralisado e totalmente absorto, finalmente comecei a escrever freneticamente a primeira, segunda, terceira, quarta pergunta... e não conseguia mais parar nem para ir ao banheiro.

Não podia perder aquela rara oportunidade de finalmente ouvir as respostas de Deus, mesmo que através de um padre! 

Imagine você, caro leitor, se pudesse perguntar qualquer coisa, mas qualquer coisa mesmo, sem censura, com o criador! Isso seria fantástico!

Que perguntas você faria a Deus? Você já parou para pensar nisso? 

Pois bem, antes das perguntas propriamente ditas, achei ser de bom tom, também, escrever uma introdução nessas anotações de minha epifania (aprendi essa palavra no livro de James Joyce - Ulysses - um livro que desisti de ler. Motivo: Acima de minha capacidade e paciência).

Sr. Padre, muito obrigado por intermediar minhas dúvidas sobre Deus.
Se faço por esse meio, não é por preguiça ou má vontade. 
É que Deus não fala comigo!
Apenas gostaria de saber algumas coisas e como o senhor sempre conversa com ele, solicito, respeitosamente, verificar a possibilidade de fazer-lhe algumas perguntas.
Solicito também, agradecê-lo por ter um cérebro que pensa, raciocina, questiona e possui um senso moral, mesmo não seguindo nenhuma religião.
Diga também que durante a minha vida, tentei fazer aos outros o que gostaria que eles me fizessem e que as minhas escolhas não foram feitas por medo de punição ou ameaças, porque entendia que procurar ser justo e honesto são valores que independem de religião. 
Seja qual for a sua natureza de Deus, queria falar também que, como ser mortal, finito, limitado e banal, não fui capaz de compreender a sua existência, apesar de minha busca e esforço racional.

E assim sendo, caso se confirme sua existência, mesmo eu não tendo conseguido estabelecer contato, que apesar do meu ceticismo, seja feita a sua vontade e desculpe-me por não compreendê-lo através de minha razão. 

Caso o senhor não consiga as respostas diretamente com Deus e se o senhor puder responder também, agradeço desde já a atenção dispensada.

1 - O que é exatamente Deus? (Uma energia, uma força da natureza, uma ideia maravilhosa, um espírito, uma inteligência? ...)

2 - O que fazia Deus antes de criar o universo, os mares, o homem, o tardígrado, o ornitorrinco, a bactéria e o vírus?

3 - Quem foi criado primeiro: os homens, os anjos ou os tardígrados?

4 - Por que Deus simplesmente não destruiu Lúcifer e ao invés disso criou um local (inferno) para abrigar o mal?

5 - Deus pode criar o mal? Em Isaías 45:7 diz que sim!

6 - Por que Deus criou o mal?

7 - Se Deus sabe tudo e para ele não tem passado nem futuro, por que ele precisou submeter Adão e Eva a uma prova, se já sabia que eles iriam desobedecer?

8 - Se Deus sabia que ia ser desobedecido, por que não evitou isso?

9 - Por que Deus não criou o ser humano dotado da possibilidade de crescer um novo membro amputado?

10 - Por que deus permite que animais como o camaleão e a lagartixa possam criar um novo membro amputado? 

11 - Quem será salvo: um assassino que matou e estuprou 5 pessoas, mas que depois se arrependeu e aceitou a "salvação" ou um médico indiano que passou a vida fazendo o bem, mas não é cristão? 

12 - Não seria mais fácil para Deus (basta ele querer) acabar com todo o mal no mundo e deixar a humanidade vivendo no paraíso eternamente?

13- Não seria mais fácil Deus acabar com o inferno e com o pecado? 

14 - Não seria mais fácil Deus acabar com a morte e as doenças? 

15 - Os sentimentos humanos afetam a Deus? (prazer, alegria, ira, ódio, tristeza, etc.) 

16 - Se existem anjos e protegem as pessoas, porque crianças morrem eletrocutadas, caem de prédios ou são estupradas?

17 - Se a oração funciona para "quem possui fé", porque muitas pessoas morrem de câncer, em viagem de carro ou ônibus, mesmo louvando a Deus?

18 - Por que Deus sendo onisciente (sabe tudo) e não se arrepende, porque ele se arrependeu de sua criação através do dilúvio?


       


Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 18/09/2015. Se der vontade publico a parte 3 ou então "Como perdi a vontade de publicar: como perdi a fé". 
 

10/09/2015

Como perdi a fé - Parte 1



Nasci num lar sem nenhuma influência religiosa, graças a Deus!

Na minha casa, como na maioria das outras, havia uma Bíblia aberta no Salmo 91, em cima de algum móvel, com suas páginas amareladas pelo tempo, cuja finalidade eu não entendia bem, mas minha mãe dizia que isso era "bom".

Quando eu era menino, me falaram também que eu devia participar das aulas de catecismo porque isso também era "bom". Até frequentei algumas, mas não tive prazer em continuar e chegar até a "primeira comunhão". As aulas eram aos sábados e num certo dia, deixei de assisti-las por perder o interesse. Acho que nem notaram a minha falta porque ninguém foi lá em casa pedir para eu voltar ou perguntar porque desapareci. Só lamento não ter aquela famosa foto com roupa branca e as mãozinhas juntas, olhando para cima com carinha de anjo.

Um tempo depois, tive aulas de religião no Colégio Barão de Aiuruoca em Barra Mansa-RJ. Sim, caro leitor, naquela época existia essa matéria na grade curricular, mesmo o colégio sendo estadual e o nosso país ser considerado laico. Para ser mais exato, a aula era de religião católica, ministrada pela simpática professora Terezinha, aliás uma senhorinha muito educada, magrinha, com seus cabelos curtos e tingidos. Acredito que essa matéria devia ser opcional, mas ninguém falava isso para a gente, para a sala não ficar vazia. 

Alguns domingos, eu até sentia vontade de ir à igreja para "conversar com Deus". A minha preferida e mais próxima era a Matriz de São Sebastião que ficava distante uns 3 Km de minha antiga casa até o centro da cidade. 

Chegava na igreja sério, cabisbaixo, meio sem jeito e escolhia um banco onde não tivesse ninguém para me incomodar. Era mais tímido do que atualmente. Acho que melhorei um pouco, mas continuo discreto em determinados lugares. Ficava em silêncio observando os detalhes da arquitetura. Aliás, uma bela construção, ampla, arejada, vitrais em mosaicos coloridos, grandes bancos de madeiras envernizadas, ventiladores de parede e uma linda pintura na parede atrás do altar. 

Na entrada, pelo lado esquerdo, existia uma espécie de túmulo na altura do joelho, no sentido horizontal, onde havia um boneco do tamanho de um homem, deitado atrás de uma parede de vidro, com peruca e os olhos fechados. Diziam que era a representação de Cristo. Aquele manequim envolvido com seda e tecido branco com borda lilás me aterrorizava. 

A missa começava com os ritos iniciais e eu ficava meio perdido por não saber como me comportar. A acústica do ambiente era de boa qualidade e as paredes grossas da igreja afastavam os ruídos externos.
Eu não entendia muito bem as palavras do padre e essa parte também me entediava. 
Durante os hinos eu preferia ficar quieto porque eu não gostava de cantar e também não sentia vontade. 
Para ser sincero, eu gostava mais do silêncio da igreja do que das palavras, sermões e leitura da bíblia. Aquele negócio de levantar, sentar, levantar de novo, sentar e repetir as palavras do padre não me deixavam a vontade. Desde aquela época percebia uma inclinação à liberdade de pensamento, mas ainda não sabia disso.

Enquanto a missa transcorria, eu ajoelhava no genuflexório (aquela madeira que fica no chão entre os bancos) e fechava meus olhos para conversar com Deus... 
Como descobri o nome genuflexório? Fácil, põe no Google!  

Desculpem aos mais entendidos nessa área e solicito educadamente que respeitem o meu direito de expressão. Com o tempo, fui percebendo que somente eu quem conversava com Deus! Eu nunca ouvia a sua voz! Eu falava alguma coisa e só ouvia o silêncio como resposta. No início eu não ligava dele ficar tão quieto comigo. Depois, comecei a desconfiar que Deus não queria conversa ou...
O seu silêncio era manifesto e confesso que sentia-me incomodado.
- Será que Deus não queria falar comigo?
- Será que Deus fala mesmo com a gente ou conversamos com os próprios pensamentos pensando que estamos falando com Deus? 

Eu até me considerava um bom filho, boa pessoa e não entendia o silêncio de Deus. 
Achava incoerente, pois muitas pessoas comentam que conversam com Deus o tempo todo! Não entendo porque somente eu não conseguia estabelecer uma simples conversa de quinze minutos com o criador! 
Será porque pratiquei alguns deslizes na infância? 
Não acredito que seja por isso. Será que eu não tinha fé suficiente?
Mas qual a quantidade de fé que precisamos ter para ouvir a voz de Deus?

Bem, já que falei sobre deslizes, tenho certeza que você, caro leitor, ficou curioso para saber. É natural. Eu também sou curioso e me disponho contar apenas os mais graves (isso é uma ironia)Vamos aos pecados, sem ordem de gravidade: Tive passarinho preso na gaiola, joguei pedra numa rolinha distraída no campo do Minas (Barra Mansa-RJ). Comi carne na época da quaresma. Ah! Eu também gostava de ver minha avó matar galinhas aos domingos, passando a faca bem afiada no pescoço, enquanto o sangue escorria para o prato para fazer molho pardo... Pronto falei! Podem me punir!

Será que foi por isso que Deus ficou em silêncio comigo? Acho que não. Isso são coisas banais e sem importância. Desastres, inundações, catástrofes naturais, crimes e roubos são muito mais destrutivos não é mesmo?

Bem, voltando ao assunto, certo dia, fiquei na igreja até a última pessoa ir embora, com objetivo de falar com o padre sobre algumas dúvidas sobre Deus. Eu realmente estava decidido saber dele, porque Deus não conversava comigo! O padre parecia ser um sujeito legal e muito íntimo de Deus pelas coisas que ele dizia durante a missa. Acho que ele podia me responder.
Logo que o padre apareceu sem a sua batina de 33 botões eu gritei:
 - Sr. padre, posso falar como senhor?

A minha voz saiu tão alta que ecoou por toda a igreja e me deixou envergonhado.
O padre levantou a cabeça, olhou em minha direção e...



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Caro leitor, interrompo aqui a Parte 1 para a leitura não tornar-se cansativa. Assim que tiver tempo continuo escrevendo a segunda parte de minhas banalidades.



Obrigado pela visita e só não repare os erros de português!



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Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 11/09/2015 enquanto recuperava da extração e implante dentário realizado na clínica do Dr. Persio Vasconcelos Miranda em Araras. Recomendo!


Essa foto foi retirada hoje 11/09 antes de cirurgia, claro! rsrsrs


Um dia a casa cai


Hoje eu vou contar a história real. O nome fictício do sujeito é Natanael, um camarada arrogante, soberbo, narcisista e que possui o péssimo hábito de falar num tom acima do considerado educado.

Além disso, não conhece a arte de ser simpático e cultivar uma boa relação com os subordinados.

Típico filhinho-de-papai que cresceu mimado tendo todas as suas vontades realizadas. Ele achava que na vida profissional as pessoas abaixo de sua "grandeza" foram feitas para lhe servir, sorrir e admirá-lo.

Natanael, abre seu olho! A vida real é uma selva meu irmão! Ou você se adapta ou cedo ou tarde sua cara de mau não assustará nem uma criança.

Para alcançar o sucesso você precisa de uma equipe forte e alinhada com você. Os aliados entre outras coisas, atuam como combatentes que te defendem e garantem a sua sobrevivência. Ah! Ser educado com as pessoas também ajuda bastante!

Natanael se sentia autossuficiente e ignorava as pessoas ao seu redor. 

Mas essa imponência de Natanael teve vida curta. Minha avó dizia que, quem nunca comeu mel, quando come se lambuza.

Natanael era casado e sua mulher morava em outra cidade. Isso fez ele se sentir ainda mais poderoso em outro campo fora da profissional: o da conquista amorosa!

E foi exatamente nesse campo que Natanael quebrou a cara!

Ele era um galanteador típico e gostava de ir alinhado e perfumado para impressionar as mulheres. Cumprimentava-as com sorrisinhos, piscadinhas de olhos e beijinhos em cada face. Aos olhos dos homens, um autêntico canalha. 

Como já disse, sua mulher morava em outra cidade, e com essa distância, Natanael ficava sozinho e achava que esse álibi era suficiente para ficar imune e se lambuzar sem a vigília da patroa.

Certo dia, ele conheceu uma mulher na cidade e logo se tornaram amantes.

Natanael se sentiu o máximo com essa aventura e ficou cada vez mais gaboso.

O pavão perto dele era um pinto.

Porém, um belo dia, todo aquele céu azul se transformou num manto negro e ocorreu algo inesperado que o deixou desesperado.

A mulher que Natanael estava se encontrando era casada e além disso possuía um marido extremamente ciumento e violento!

O marido, já desconfiado com as escapadas da esposa, acabou descobrindo o caso e não se conformando com a galhada, resolveu caçar o galanteador em sua cidade para tirar satisfações!

A mulher de Natanael ligou para ele e disse que havia um homem muito nervoso em seu portão, dizendo-se traído e querendo falar com ele a qualquer custo!

E agora Natanael? O que fazer? Você não possui aliados para te ajudar. Possui um cargo de respeito e um marido raivoso querendo te matar!

Natanael não contava com a possibilidade de ser descoberto e essa é uma falha muito comum. A pessoa muito "confiante e otimista" pensa que nada vai dar errado. 

Natanael se desespera e num ato inimaginável chama um subordinado que ele julga ser o mais bobo, fecha a porta e fala:

 - Você tem que me ajudar Hermes! - quase gritando como habitual como se fosse mais uma ordem profissional.

Hermes é um mineiro desconfiado e introspectivo. Está na empresa há muito tempo e ouve aquela "ordem" com atenção.

 - O que você precisa? - perguntou Hermes.

- Quero que você ligue para o marido de uma mulher que conheci nessa cidade e diga que você é meu namorado e que eu sou gay!

Hermes arregala os olhos sem entender direito aquele pedido aloprado.

Uma semana antes, Hermes havia pedido ao seu chefe arrogante uma folga não remunerada para visitar seus parentes em Minas e naquela ocasião, Natanael negou o seu pedido e ainda riu dele, por pedir algo tão "absurdo" e contra as normas da empresa!

 - O quê você está me pedindo? - pergunta Hermes.

- Isso mesmo que você ouviu Hermes, você tem que me ajudar! - repete Natanael com a arrogância de sempre, como se tivesse o direito de pedir aquilo.

Hermes nem respondeu, levantou-se constrangido e foi direto ao setor de Recursos Humanos revelar toda aquela história insólita ao gerente.

Natanael foi desligado no dia seguinte por infringir as normas de conduta ética e até hoje ninguém na empresa, além de Hermes, ficou sabendo porque ele foi desligado. 


Alguns segredos nunca são revelados!



Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 24/01/2015.