26/02/2015

Dica de Livro e Filme - O Iluminado




Enquanto o circo pega fogo continuo aqui nesse espaço escrevendo coisas banais. Mas se for preciso, pego o meu machado e quebro a porta também!

Pessoal, eu tenho certeza absoluta que a imagem acima está gravada em sua mente. Talvez os mais jovens não conhecem a origem, mas já devem ter visto em algum lugar.

Essa é uma cena clássica do filme "O Iluminado" dirigido por Kubrick em 1980. Eu sei que esse filme é antigo nas locadoras e semana passada resolvi assistir de novo e estava na prateleira dos catálogos por R$ 2,50.

Sou da opinião que de que se um filme não foi assistido ou um livro ainda não foi lido, podemos considerá-lo um lançamento.

O ator atrás da porta é Jack Nicholson nesta cena memorável que após quebrar a porta com o machado, ele enfia a cara e fala: "Here´s Johnny!"


Publico uma parte da resenha da Carla Leonardi que achei tão boa que não vou conseguir fazer melhor. 


Primeiro uma abordagem sobre o livro que é sempre superior ao filme:


O livro de Stephen King conta a história da família Torrance que, graças ao novo emprego do pai, Jack, muda-se temporariamente para o hotel Overlook, onde ele vai trabalhar como zelador durante a temporada de inverno (período em que o hotel é fechado).

Logo de início, sabemos que Jack Torrance perdeu o emprego de professor universitário após uma briga com um de seus alunos. Além disso, o seu problema com álcool e seus acessos de fúria nos dão um pouco da dimensão psicológica desse pai de família. Já Wendy, a esposa, nos é apresentada como uma pessoa frágil e sem saída: mesmo com os problemas que estava vivendo com o marido, não podia deixá-lo, pois não tinha para onde ir.

Por fim, somos apresentados ao filho deles, Danny, um menino de seis anos que tem uma capacidade incrível de ver além da maioria – ele é o “iluminado” da obra. Ouvindo pensamentos e vendo coisas que não entende bem, o garoto recebe constantes visitas de Tony, que seus pais acreditam ser um amigo imaginário. Era Tony que o alertava sobre as boas coisas que aconteceriam no futuro até chegar o momento de ir para o Overlook: as visões começam a ficar cada vez mais assustadoras.

Depois de vários capítulos, a família, finalmente, chega ao hotel que foi palco de terríveis assassinatos. É nesse ambiente hostil que a família Torrance vai viver durante os meses seguintes – e é lá que Danny vai ver e ouvir (e até reviver) certas cenas de terror do passado. Ao longo do livro, o autor vai explorando as dimensões psicológicas de cada personagem até chegar ao ponto de maior tensão da história. Os fantasmas do passado começam a afetar não apenas Danny, mas também seus pais - Jack, em especial, que assume um papel não muito agradável ao longo do livro. Mais que isso é spoiler...

Sobre o Filme

Eu assisti ao filme muito antes de ler o livro, mas acabei assistindo novamente há algum tempo e pude notar diversas diferenças entre os dois. Dirigido por Stanley Kubrick, o longa ficou conhecido pela incrível atuação de Jack Nicholson no papel do Mr. Torrance. Quem nunca viu essa imagem da famosa cena em que ele quebra a porta do banheiro?
Dizem que Stephan King não gostou da abordagem de Kubrick: enquanto o autor do livro procurava explicar os acontecimentos tenebrosos no hotel pela dimensão psicológica das personagens, o diretor dava maior importância ao Overlook, que se torna a grande personagem da obra.

As salas imensas e os corredores intermináveis habitados por apenas três pessoas vão ganhando cada vez mais relevância com o passar do tempo. Além disso, um elemento novo é adicionado ao filme: Danny dá voltas e voltas em um velotrol pelos corredores do Overlook, e a câmera o acompanha nesses passeios bem rente ao chão. Além de termos uma noção mais próxima do que é a imensidão do hotel para aquele garotinho, vivemos a expectativa do que ele vai encontrar a cada curva.


Danny passeando de velotrol pelos corredores do Overlook 

Embora existam essas diferenças de abordagem, em geral a história é a mesma. A partir de um determinado momento (REDRUM, para quem assistiu), a coisa muda um pouco. Os finais são bem diferentes e sou obrigada a dizer que prefiro o fim do livro. Ah, vale destacar que a solução de Kubrick para a representação de Tony foi bem criativa: no filme, o garoto conversa com o dedo indicador.

Danny conversando com Tony
Tony, representado pelo dedo indicador de Danny no filme de Kubrick
Uma informação que não é, necessariamente, um spoiler (mas se você não quer saber de nada antes de assistir ao filme ou ler o livro, melhor parar de ler aqui): logo no início, Jack fica sabendo que o zelador que foi contratado numa temporada passada enlouqueceu dentro do hotel, matando as filhas a machadadas, a esposa, e que depois se suicidou.

Curiosidades banais:

No livro, o quarto "amaldiçoado" era o de número 217. No filme, 237. O motivo? O dono do hotel onde o filme foi gravado pediu que o número fosse alterado para algum apartamento inexistente. Ele temia que ninguém quisesse se hospedar mais no 217 por conta do filme.

Outra informação interessante: Stanley Kubrick rodou aquela famosa cena do banheiro 127 vezes para que Shelley Duvall atingisse o grau de horror que ele queria. Deu certo. Quem quiser relembrar, assista lá em cima.

Não preciso dizer que tanto o livro quanto o filme são bons e apesar de preferir o livro, recomendo os dois! 

Outro detalhe, este filme é uma versão do livro. O livro é muito mais completo!



Publicado por Alex Gil Rodrigues em 26/02/2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário