28/02/2015

Curta Metragem suspense: Opus 66


Pessoal, para fechar o mês de Fevereiro, ainda no clima de cinema, republico esse curta-metragem de 1998 que assisti em 2013 através da coluna de Augusto Nunes.

Apesar de pequeno, consegue prender a atenção do expectador. Mérito para o autor Lionel Delplanque que conseguiu realizar esse belo suspense.

Depois que você terminar de assistir nunca mais vai esquecer da última cena. 
Garanto que ficará grudada em sua memória! :)

Mais informações banais: 
- Não recomendado para pessoas sensíveis e grávidas:)
- Trilha sonora: Chopin







Publicado por Alex Gil Rodrigues em 28/02/2015.

26/02/2015

Dica de Livro e Filme - O Iluminado




Enquanto o circo pega fogo continuo aqui nesse espaço escrevendo coisas banais. Mas se for preciso, pego o meu machado e quebro a porta também!

Pessoal, eu tenho certeza absoluta que a imagem acima está gravada em sua mente. Talvez os mais jovens não conhecem a origem, mas já devem ter visto em algum lugar.

Essa é uma cena clássica do filme "O Iluminado" dirigido por Kubrick em 1980. Eu sei que esse filme é antigo nas locadoras e semana passada resolvi assistir de novo e estava na prateleira dos catálogos por R$ 2,50.

Sou da opinião que de que se um filme não foi assistido ou um livro ainda não foi lido, podemos considerá-lo um lançamento.

O ator atrás da porta é Jack Nicholson nesta cena memorável que após quebrar a porta com o machado, ele enfia a cara e fala: "Here´s Johnny!"


Publico uma parte da resenha da Carla Leonardi que achei tão boa que não vou conseguir fazer melhor. 


Primeiro uma abordagem sobre o livro que é sempre superior ao filme:


O livro de Stephen King conta a história da família Torrance que, graças ao novo emprego do pai, Jack, muda-se temporariamente para o hotel Overlook, onde ele vai trabalhar como zelador durante a temporada de inverno (período em que o hotel é fechado).

Logo de início, sabemos que Jack Torrance perdeu o emprego de professor universitário após uma briga com um de seus alunos. Além disso, o seu problema com álcool e seus acessos de fúria nos dão um pouco da dimensão psicológica desse pai de família. Já Wendy, a esposa, nos é apresentada como uma pessoa frágil e sem saída: mesmo com os problemas que estava vivendo com o marido, não podia deixá-lo, pois não tinha para onde ir.

Por fim, somos apresentados ao filho deles, Danny, um menino de seis anos que tem uma capacidade incrível de ver além da maioria – ele é o “iluminado” da obra. Ouvindo pensamentos e vendo coisas que não entende bem, o garoto recebe constantes visitas de Tony, que seus pais acreditam ser um amigo imaginário. Era Tony que o alertava sobre as boas coisas que aconteceriam no futuro até chegar o momento de ir para o Overlook: as visões começam a ficar cada vez mais assustadoras.

Depois de vários capítulos, a família, finalmente, chega ao hotel que foi palco de terríveis assassinatos. É nesse ambiente hostil que a família Torrance vai viver durante os meses seguintes – e é lá que Danny vai ver e ouvir (e até reviver) certas cenas de terror do passado. Ao longo do livro, o autor vai explorando as dimensões psicológicas de cada personagem até chegar ao ponto de maior tensão da história. Os fantasmas do passado começam a afetar não apenas Danny, mas também seus pais - Jack, em especial, que assume um papel não muito agradável ao longo do livro. Mais que isso é spoiler...

Sobre o Filme

Eu assisti ao filme muito antes de ler o livro, mas acabei assistindo novamente há algum tempo e pude notar diversas diferenças entre os dois. Dirigido por Stanley Kubrick, o longa ficou conhecido pela incrível atuação de Jack Nicholson no papel do Mr. Torrance. Quem nunca viu essa imagem da famosa cena em que ele quebra a porta do banheiro?
Dizem que Stephan King não gostou da abordagem de Kubrick: enquanto o autor do livro procurava explicar os acontecimentos tenebrosos no hotel pela dimensão psicológica das personagens, o diretor dava maior importância ao Overlook, que se torna a grande personagem da obra.

As salas imensas e os corredores intermináveis habitados por apenas três pessoas vão ganhando cada vez mais relevância com o passar do tempo. Além disso, um elemento novo é adicionado ao filme: Danny dá voltas e voltas em um velotrol pelos corredores do Overlook, e a câmera o acompanha nesses passeios bem rente ao chão. Além de termos uma noção mais próxima do que é a imensidão do hotel para aquele garotinho, vivemos a expectativa do que ele vai encontrar a cada curva.


Danny passeando de velotrol pelos corredores do Overlook 

Embora existam essas diferenças de abordagem, em geral a história é a mesma. A partir de um determinado momento (REDRUM, para quem assistiu), a coisa muda um pouco. Os finais são bem diferentes e sou obrigada a dizer que prefiro o fim do livro. Ah, vale destacar que a solução de Kubrick para a representação de Tony foi bem criativa: no filme, o garoto conversa com o dedo indicador.

Danny conversando com Tony
Tony, representado pelo dedo indicador de Danny no filme de Kubrick
Uma informação que não é, necessariamente, um spoiler (mas se você não quer saber de nada antes de assistir ao filme ou ler o livro, melhor parar de ler aqui): logo no início, Jack fica sabendo que o zelador que foi contratado numa temporada passada enlouqueceu dentro do hotel, matando as filhas a machadadas, a esposa, e que depois se suicidou.

Curiosidades banais:

No livro, o quarto "amaldiçoado" era o de número 217. No filme, 237. O motivo? O dono do hotel onde o filme foi gravado pediu que o número fosse alterado para algum apartamento inexistente. Ele temia que ninguém quisesse se hospedar mais no 217 por conta do filme.

Outra informação interessante: Stanley Kubrick rodou aquela famosa cena do banheiro 127 vezes para que Shelley Duvall atingisse o grau de horror que ele queria. Deu certo. Quem quiser relembrar, assista lá em cima.

Não preciso dizer que tanto o livro quanto o filme são bons e apesar de preferir o livro, recomendo os dois! 

Outro detalhe, este filme é uma versão do livro. O livro é muito mais completo!



Publicado por Alex Gil Rodrigues em 26/02/2015

25/02/2015

Nossa linda juventude, páginas de um livro bom.


Capturei essa foto em preto e branco no Facebook do meu irmão para recordar uma história de nosso tempo de criança.

Na mesma moldura a representação da juventude, beleza, inocência e cabelo, muito cabelo!:)

Na foto acima estão presentes eu Alex com o Lobinho no colo e de cima para baixo o Gil (irmão), Celimar (prima), Cely (mamãe), Celieni (maninha) e Sueli (prima).

A rua retratada fica no bairro Roberto Silveira em Barra Mansa-RJ. Neste bairro vivi até 26 anos de idade e mudei-me apenas quando casei. Em frente à nossa casa existia (ainda existe) um campo de futebol chamado Minas Esporte Clube. Assistíamos aos jogos do terraço de nossa casa. Quando o confronto do time da casa era contra o Cotiara, Ano Bom ou Vila Coringa a arquibancada ficava cheia e a briga era certa.  

Eu devia ter uns 13 anos nesse tempo, minha irmã 12 anos e meu irmão 11 anos. Tenho a impressão que essa foto foi retirada um ano antes de nosso pai partir para sempre. Éramos felizes e isso se confirma pelo brilho no olhar. Em frente à nossa casa, o muro do campo todo esburacado permitia pularmos com extrema facilidade para jogarmos bola. Dentro da área do clube, havia uma pequena casa onde morava o caseiro do clube e sua mulher. Era um senhor negro chamado Sr. João e ninguém gostava dele. Ele possuía vários cachorros que soltava à noite para evitar invasões ao campo. 

O desafio dos moleques de nossa rua era ver quem tinha coragem de pular o muro à noite e atravessar correndo transversalmente a lateral do campo, tocar a outra lateral e voltar antes de ser pego pelos cachorros!

Havia um cachorrão branco e preto que era o mais temido. Uma espécie de Mike Tyson canino. Seu nome era Leão e quando era solto no campo, poucos tinham coragem de atravessar o campo à noite.

Quando aparecia um mais valente dizendo que ia enfrentar o Leão, o muro ficava cheio de platéia esperando o corajoso seguir em direção ao alambrado do outro lado e todos prontos para gritarem em uníssono: Leão, Leão, Leão!!! 

O cachorro vinha em toda a velocidade e o corajoso com os olhos arregalados, mais veloz ainda, correndo para alcançar o muro e escapar dos dentes do Leão. 

A gente se divertia muito! Coisas de moleque! :) 


Bem, o tempo passou e todos nós sobrevivemos.
O muro era o obstáculo que tínhamos que enfrentar. 
O escuro da noite era a incerteza sobre o futuro.
A travessia pelo campo representava o tempo passando...
Chegar do outro lado e voltar significava a nossa jornada pela vida.
Em cima do muro estão misturados aqueles que torcem pela gente e pelo Leão.
Hoje enfrentamos um 'Leão' por dia, mas estamos conseguindo atravessar o campo.
Lutaremos até o final com coragem e persistência!



Mais uma história banal elaborada por Alex Gil Rodrigues em 25/02/2015.


20/02/2015

O Vidiota


Acabei de ler o romance chamado: "O Vidiota".
Comprei há algum tempo mas o deixei na fila de espera da minha estante. O título em inglês é "Being There". É um livrinho muito rápido de ler pois possui apenas 101 páginas e a estória é bem interessante. O protagonista faz a gente lembrar de algumas pessoas de carne e osso que encontramos pela vida.:)
Trata-se de um jardineiro apático, sem objetivos e analfabeto, que conhece o mundo apenas pela TV.
Ele simplesmente adora programas de TV e todo o seu "conhecimento" sobre a realidade é obtido apenas pela tela brilhante.
Foi criado numa mansão de muros altos e nunca saiu além do portão desta casa. Comia, trabalhava e cuidava do jardim desde sempre.
Com a morte de seu patrão, os herdeiros tomam a casa e este homem é obrigado a enfrentar o mundo real, já que ele fica sem casa, dinheiro, parentes e precisa ir embora com apenas a sua mala. Até que em seu primeiro contato com a rua ocorre um acidente que transforma toda a sua vida...

Bem, não vou contar o resto para não perder a graça caso alguém resolva lê-lo.


Título: O Vidiota
Autor: Jerzy Kosinski
Editora: Ediouro
Ano: 1970
Páginas: 101


Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 20/02/2015 

17/02/2015

Carnaval 2015 - Parte 2


Ainda dentro do tema Carnaval, neste sábado 14/02 eu estava num supermercado e ouvia as atendentes do caixa conversarem animadamente. O tema era carnaval, lógico. Logo percebi a empolgação pelo tom de voz mais alto do que o normal.
Enquanto uma dizia que estava ansiosa para chegar a noite para pular o carnaval em outra cidade a outra menina, toda feliz, dizia que faltava pouco para também se "acabar" nesse carnaval. Elas estavam tão extasiadas que devem ter falado a palavra carnaval umas dezoito vezes em poucos minutos! A menina que empacotava as compras também estava empolgadíssima com o evento e disse que ia beber e beijar muito na boca!

Não quero ser hipócrita pois já gostei de carnaval e nem quero bancar aquele neófito que já aprontou boa parte da vida e que depois de "convertido" virou "santo" e vive condenando justamente aquilo que praticava, como se ele fosse a "medida de todas as coisas", estamos entendidos?

Mas hoje enxergo a vida de outra forma. Acho que estou bancando o chato desmancha prazeres. Tudo bem se você curte mas não é disso que estou falando. É que estas festas populares tipo micareta, carnaval e afins às vezes funcionam como uma bebida que faz o povo "esquecer" de sua miséria por pouco tempo e viver em função dessa "alegria passageira". A maioria da população é manipulada e nem percebe. Você tem todo o direito de ser feliz do jeito que achar melhor. A vida é sua, mas não reclame da vida depois.

Se a pessoa não direcionar seus recursos e energias para algo mais importante, consistente e duradouro, o seu destino para os próximos anos ou o resto da vida será a "caixa registradora" ou algo similar. Ou a eterna espera do próximo feriado. É até chato dar esse exemplo e estou até pouco a vontade de citar isso, mas eu tinha que exemplificar um caso. Poderia ser qualquer outro. Nada contra essa profissão. Muita gente não tem outra opção e trabalha honestamente para levar o seu sustento nessa função. Não estou querendo ser elitista e minha origem não me deixa esquecer o que sou. Tenho certeza também que muita gente está nessa porque não tem outra opção... Mas quem está nessa luta sabe disso. A coisa não é fácil e todos tem vontade de sair desse corredor popular que não leva a lugar nenhum.

Eu sei que é duro isso que acabei de escrever, tem assunto que é chato mesmo e a vida não é feita somente de temas "fofinhos" e coloridos... Se a pessoa não acordar e se preparar para um futuro melhor, vai ficar contando os dias para o próximo feriado de Carnaval, Páscoa, Tiradentes, Natal... até o túmulo. 

É isso o que você quer para a sua vida? Claro que não, você merece algo melhor.

Ah! Antes que eu me esqueça, já existem ovos de páscoa pendurados no Walmart daqui da cidade em pleno carnaval! 


Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 17/02/2015

Carnaval 2015 - Parte 1





Aqui na cidade de Araras, interior de São Paulo não tivemos carnaval. O prefeito da cidade cancelou o tradicional desfile de blocos carnavalescos patrocinados nos últimos anos devido a crise da água e porque os gastos com segurança, iluminação e subsídios para os blocos não proporcionam o retorno esperado. Sábia decisão. Parabéns ao prefeito.

Entretanto, para que a data não passasse em branco, a prefeitura instalou um palco de estrutura metálica perto do ginásio de esportes e Lago Municipal. Melhor nem tivesse feito nem esse gasto. Fracasso total. A população que não viajou ignorou totalmente o evento e tocou a vida normalmente nos supermercados, comércio, pizzarias e lanches. A vida transcorreu como um dia qualquer, porém com mais silêncio. Além do silêncio maior do que o habitual, tivemos chuvas! Melhor impossível!

Meu programa de "carnaval" foi bem simples: Passeio breve com a família nas proximidades, leitura e manutenção da casa (pintura de calhas e paredes externas). Confesso que não era o que eu tinha programado para esses 4 dias de folga, mas como meus parentes cancelaram a visita e o IPTU, IPVA, cursinho, inglês e seguro do carro já bateram à porta, aproveitei o tempo disponível para resolver pendências e fazer manutenção na casa que é mais "barato" e sensato. É o que temos para o momento, para usar uma frase corrente.

O sujeito mais jovem que ler isso deve achar horroroso alguém descrever o seu "carnaval" dessa forma tão "banal". O que posso dizer é que com o tempo (+40 anos) a gente não liga mais para isso ou acaba se conformando. A manutenção de uma vida organizada e equilibrada requer abrir mão de certas datas e eventos que a tradição impõe e você nem curte mais.

Percebo pelas imagens carnavalescas na internet e TV uma alegria estampada nas mulheres exuberantes e foliões que até parecem que vivem no primeiro mundo, sem contas para pagar, dinheiro na poupança e a vida toda organizada!




Elaborado por Alex Gil Rodrigues, o desmancha pequenos prazeres populares em 17/02/2015

14/02/2015

Eu profeta?

Foto ilustrativa
No ano de 2007 imitei Nostradamus, aquele profeta fraudador cujas profecias não se cumpriram e registrei as minhas também. Limpando meus e-mails encontrei as 9 anotações abaixo e resolvi ter a cara de pau de compartilhar.


Algumas previsões já se confirmaram e as outras ainda em curso. Já estou me sentindo melhor que Nostradamus.


1 - Num futuro próximo seremos como robôs.

2 - Todas as ações serão padronizadas, formatadas e programadas.

3 - Idem para a roupa, o comprimento do cabelo, tom da voz, gargalhada, volume e o toque do celular.

4 - O isolamento do indivíduo será quase total.

5 - Todas as reuniões e comunicações serão realizadas à distância, cada um no seu mundo.

6 - O contato humano será indesejado e caso inevitável, o mínimo possível.

7 - A alegria e a espontaneidade serão perfis indesejados.

8 - O cumprimento entre as pessoas serão feitos de forma automática e sem emoção.

9 - A individualidade receberá prêmios.

10 - Uma grande empresa do ramo do petróleo será saqueada por um partido político e o povo revoltado vai encher as ruas de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife no carnaval de 2015 para protestar e beber muito. Mulheres gostosas também vão tirar suas roupas nesse evento para demonstrar sua indignação com essa política perversa, machista e dominadora.


Para terminar essa grande bobagem, a imagem acima é de um livro clássico de Isaac Asimov sobre a evolução dos robôs através do tempo, mas hoje não vou escrever sobre isso pois esse assunto merece uma publicação exclusiva.





Bobagens e mentiras elaboradas por Alex Gil Rodrigues em 14/02/2014 após uma Itaipava e com pouco juízo. :):):)

13/02/2015

As etapas da vida


Raro visitante do Blog Banal, seja bem-vindo! Aqui você não precisa limpar os pés, lavar as mãos, ter autorização, assinaturas, pedigree, integração, bons antecedentes criminais, prova de vida, licença, saúde perfeita e nem crachá para visitar esse espaço. Simplesmente entre do jeito que você quiser e se sinta a vontade para perder o seu precioso tempo e conhecer alguns pensamentos banais.:)

Se você entrou pela primeira vez por aqui vou logo explicando que escrevo sem compromisso e desordenadamente. A vida organizada fica no campo profissional. Aqui vale tudo... até mudar de assunto a qualquer momento...
Estou aqui na véspera do carnaval pensando sobre as fases da vida. Nada a ver né? 

Via de regra, na primeira parte da vida, nossa preocupação é voltada para formação acadêmica, conseguir um emprego, encontrar um relacionamento, constituir uma família, adquirir bens como carro, casa e etc.

Na segunda metade, numa certa idade, após lutar para conseguir esses objetivos, buscamos qualidade de vida, equilíbrio para enfrentar a vida e tentar ser uma pessoa melhor do que fomos (Nem todo mundo! Conheço uma jararaca de um local que não posso falar, que o tempo passa e ela continua cada vez mais jararaca). :)

Voltando ao assunto, esse processo não acontece na mesma idade, mas normalmente depois dos quarenta anos. 

Acredito que nessa fase temos a tendência de nos tornar mais "humanos" (nem todos!, lembra da jararaca? kkk) e começamos olhar, apesar da miopia, a vida e as pessoas de uma forma diferente... ficamos até mais tolerantes (Será? Conheço gente que já passou dos cinquenta é está do mesmo jeito). :)

Essa segunda etapa também coincide com nossa consciência da mortalidade. Quando somos jovens naturalmente não pensamos muito nisso e talvez aí esteja a chave dessa etapa.

Num determinado momento, algo em nossa mente se "acende" e lembramos que não teremos muito tempo... e até perdemos a pressa tão comum em nossa juventude. 

É uma fase muito interessante, principalmente quando atingimos a maturidade psicológica seguida da experiência de vida. Sentimos-nos mais soltos e não preocupamos com certas miudezas desnecessárias. É claro que nem todos os adultos alcançam essa condição e permanecem "eternas" crianças, dependentes e "prisioneiros"... 

Depois dos quarenta anos perdemos um pouco da beleza, mas ainda bem que ganhamos algumas compensações como mais experiência, diminuição da vaidade, mais serenidade, despreocupação com o que os outros pensam e muitas outras bobagens que apagamos com o tempo...
Uma pena não termos a juventude do corpo com a experiência do tempo, mas tudo bem, é impossível ter o café quente durante toda a noite.

Mudando o assunto apenas para registro do dia, hoje é uma sexta-feira, início do Carnaval 2015 e não sinto mais prazer com o carnaval. Do "feriado" não tenho do que reclamar. :)
Até dou uma olhada para matar a curiosidade, mas nada além disso. Com o tempo nossos interesses vão se modificando e algumas coisas perdem a graça. Quando eu era mais jovem, confesso que gostava. Inacreditavelmente eu frequentava todos os bailes de carnaval no Ilha Clube. A banda tocava a noite inteira e no último dia, já amanhecendo, os músicos desciam o palco e todo mundo pulava até a praça do Ano Bom. Era um tempo diferente e mais ingênuo. Hoje não sinto mais vontade e até prefiro a distância de tudo isso e fazer outras coisas ou melhor prefiro o silêncio.
Prefiro também ficar em família, andar de bicicleta, ler, uma boa comida, churrasco, banho de cachoeira (não sei onde! rsrsrs), etc. ao invés de enfrentar praias lotadas, trânsitos infernais, estresses, música alta, barulho, pedágios, engarrafamentos, Graal, Anhanguera, D. Pedro e Via Dutra.:) 



Boa noite e fico por aqui me preparando para pular... na cama!

Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 13/02/2015.

12/02/2015

Memórias da Figueira em Barra Mansa




Todos nós temos histórias para contar, poucos tem vontade de divulgar e a maioria nem quer ouvir. Além disso, muitos interesses não são universais e existem coisas que são interessantes apenas para a gente mesmo e mais ninguém.

Mesmo ciente disso, gosto de escrever as minhas histórias nesse espaço. O único risco que corro ao divulgar publicamente minhas memórias é ser julgado, mas quanto a isso não me preocupo. Afinal são memórias bobas e não temo ser avaliado por tão pouco. 

A propósito, se até o pão que compramos na padaria recebe julgamento, porque esse ser limitado, temporário e finito precisa se preocupar com isso! :)

Ah! Aproveitando o gancho, já ouvi gente falar assim com a boca cheia:

- Eu não julgo ninguém!

Assim  que a pessoa termina a frase que ela "julga" importante, dá uma pausa silenciosa esperando um elogio ou aprovação por sua suposta "superioridade". 

Eu fico apenas olhando e pensando sobre a intenção oculta dessa declaração e que imagem ela quer passar para os outros.


O ser humano é mesmo um bicho manhoso!

Nada está imune de julgamentos, desde o pão, a pedra, o pau e claro as pessoas. 

Somos julgados o tempo todo, do berço até ao último que ouviu falar de você,  até os que nem te conheceram neste "mundus perversus"!

Hoje contarei algumas memórias bem banais de minha infância e do bairro onde nasci. Não espere nada excepcional. Já cansei de dizer que as minhas histórias são comuns e sem importância. 

Nasci em Barra Mansa, interior do Rio de Janeiro, na Santa Casa em 1966. Estou com 48 anos. Não vou escrever "bem vivido" porque essa frase já virou clichê. Caso você não saiba o que é clichê, segue uma definição bem banal:

"É uma expressão idiomática que de tão utilizada, se torna previsível. Desgastou-se e perdeu o sentido ou se tornou algo que gera uma reação ruim, algo cansativo em vez de dar o efeito esperado ou simplesmente repetitivo."

Fugindo rapidinho, quer exemplos de frases clichês? Então vai:

"A união faz a força",

"Ninguém me ama",

"Tem que sair de cabeça erguida"

"A maldade está nos olhos de quem vê ".

Voltando ao assunto, a minha casa ficava numa pequena vila e para chegar até a nossa porta tínhamos que subir uma pequena escadaria. 

Era uma casa simples, de telha e na sala existia um televisor preto e branco, uma radiola e uma boneca artesanal em cima da TV. Radiola? Será que os jovens conhecem isso? Provavelmente não.

O bairro se chamava Figueira e ficava entre a fábrica Nestlé e o Cemitério Municipal de Barra Mansa - RJ.

Dois locais de extrema importância na minha vida.:)

Nessa fábrica eu entrei com 19 anos e dediquei boa parte de minha vida... e no cemitério "descansarei" para sempre do trabalho que tive a vida inteira, mas espero que não seja muito cedo. :)


Antiga fábrica Nestlé

Quando eu era criança, o leite era vendido à granel in natura aos moradores através de numa carroça, que entrava nos bairros e vendia de porta em porta, sem preocupação nenhuma com a vigilância sanitária. Detalhe importante: NINGUÉM MORREU tomando aquele leite. Nessa época ninguém falava "compliance" prá lá, "compliance" prá cá. A geração "compliance" ainda não tinha nascido. Ainda bem!:)
Mas existe um detalhe importante nessa história. Ninguém morria disso mas também o número de safados era bem menor. Hoje, existindo o controle pela vigilância sanitária misturam até soda cáustica para lucrarem mais! O bicho homem em cada geração fica mais ordinário.

Eu tinha 4 ou 5 anos de idade. Minha mãe levava a leiteira e comprava apenas 1 litro de leite. Eu e meus irmãos acompanhávamos o enchimento e no final levantávamos nossa canequinha de ferro para ganhar o "chorinho". Entrávamos para dentro de casa cuidadosos transportando a canequinha bem devagar para não perder nenhuma gotinha. 

O dinheiro nessa época era muito escasso (hoje nem se compara com aquele tempo, mas não é mérito do PT não. É esforço e dedicação nossa!). Nesse tempo eu não sentia falta de dinheiro. Não tinha noção disso. Com o tempo descobrimos o óbvio: Sem dinheiro a vida se torna muito difícil. Essa necessidade move e resolve muita coisa na vida. O vendedor anotava a dívida do leite num caderno com o nome, data, quantidade e valor da venda, presumo. Essa era a alternativa dos comerciantes. Ou se vendia fiado ou o leite estragava. 

Nessa época não existia leite em saco plástico e muito menos embalagem Tetrapak. O leite tinha que ser fervido e até hoje me lembro das leiteiras transbordando no fogão após um leve descuido de minha mãe. Tomar leite antigamente dava trabalho e consumia o tempo, E onde foi parar esse tempo que economizamos com todo conforto que temos nos dias atuais?

Quando a prefeitura instalou novas lâmpadas nos postes da Avenida Domingos Mariano, papai nos levou para ver essa "novidade". Papai não tinha carro, mas o trajeto não precisava de veículo. Descemos de mãos dadas pela Rua Cecíllia Monteiro de Barros (Figueira) e chegamos até a Avenida Domingos Mariano só para contemplar a novidade. Hoje isso é considerado tão banal, mas para os olhos de uma criança era uma diversão. Criança se contenta com a simplicidade que costumamos perder quando adultos.

Quando passo por aquela rua sempre me lembro dessa história...

Pessoal, tenho que parar por aqui porque o texto está ficando muito grande e não quero roubar mais o seu precioso tempo lendo coisas banais que nada te acrescenta.

Obrigado pela atenção.

Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 08/11/2014

Treinamento para senhorzinho




Eu estava sentado na última cadeira de uma sala, participando do treinamento mensal da brigada de emergência no local onde ganho o frango nosso de cada domingo.

O instrutor que normalmente ministra esse treinamento é um sargento do corpo de bombeiros da cidade, porém por motivos particulares, ele precisou se ausentar e enviou um soldado para dar o curso em seu lugar.

O treinamento dessa semana consiste em utilizar aquela roupa de proteção Nível A e respirar com cilindro autônomo de oxigênio. Essa roupa é utilizada para proteção em operações que ofereçam riscos de contato com agentes químicos danosos como por exemplo vazamento de amônia.

Esse aprendizado é necessário porque na  hora do pânico, o fator nervosismo e falta de treinamento podem fazer toda a diferença no atendimento de emergência.


Num certo momento do curso, o falante soldado precisava de dois voluntários para vestir aquela roupa de "astronauta" lá fora da sala.

Ele esperou um pouco e como ninguém se apresentou, rastreou a sala, apontou o dedo em minha direção e falou:

 - Bem pessoal, vou escolher duas pessoas para o nosso exercício. Pode ser esse rapaz de camisa azul e aquele senhorzinho.

Nesse momento eu conferi a cor da minha camisa e tive a certeza de que ela não era azul. Ao meu lado estava o Nestor, meu colega de trabalho já grisalho, que inicialmente pensei ser o senhorzinho, mas ledo engano. Não era para ele que ele estava apontando!

Ele estava falando comigo! Inacreditável, penso incrédulo.

Olho para o nestor e percebo sua indisfarçável alegria e uma pontinha de vingança silenciosa e logo explico o porquê.

Confesso que levei alguns segundos para assimilar o primeiro "senhorzinho" da minha vida.

Na minha mente, pensei que aquelas palavras não eram comigo, pois nunca na minha vida alguém tinha me chamado desse nome. Se ainda fosse de "tio"...

Eu sei que um dia serei chamado por esse nome "carinhoso" ou outros menos elogiosos, mas não imaginava que pudesse ser tão cedo assim.

Reitero que não me senti ofendido pois envelhecer faz parte do processo e quem não aceita isso, não entendeu as etapas implacáveis da vida.

Estou com 48 anos e evidentemente que alguns fios de cabelos brancos começaram silenciosamente e tardiamente dar o ar da graça. Ainda possuo mais cabelos pretos do que brancos e acredito que seja genético. Escrevi tardiamente porque esse meu amigo chamado Nestor, citado anteriormente, possui a minha idade e a "neve" já avançou toda a sua calota polar. 

Vários amigos gostam de perturbá-lo chamando-o de "velhinho" mas eu não gosto disso. Ele é boa praça e diz que não liga para essas brincadeiras, mas eu percebo que ele fica muito triste. Para consolá-lo eu falo que gosto dele porque ele me faz lembrar muito meu avô.  :)

As vezes eu fico com pena dele e sempre que posso dou uma palavra de consolo porque tenho o coração "mole" e não gosto de brincadeiras de mau gosto. Ontem mesmo eu o chamei para tomar um café e falei:

 - Nestor, não deixa o pessoal te chamar de velhinho que isso é falta de respeito! Deixa de ser bobo! Joga a bengala em cima deles quando te chamarem por esse nome!  :)

Bem, voltando ao treinamento eu queria dizer ao soldado marrento que não liguei de ser chamado de senhorzinho e aproveitar o Blog Banal para mandar um recadinho para provar que não restou nenhum ressentimento a esse bombeiro míope:

- Senhorzinho é o BARALHO! :) 




Elaborado por Alex Gil Rodrigues depois de ter sido chamado de senhorzinho. Mas sinceramente, nem ligo para isso. temos problemas na vida muito mais importantes do que efêmeras vaidades. Escrevi isso apenas para me divertir com as palavras, cujo contato me dá muito prazer.

08/02/2015

Máquina de escrever

Ontem comprei uma máquina de escrever!
 - Como assim Alex, ficou maluco?
 - Claro que não! Eu sempre tive o sonho de ter uma desde a infância.
 - Mas isso está ultrapassado. O que você vai fazer com uma máquina de escrever se temos hoje o notebook silencioso, rápido, moderno, leve entre outras coisas.
 - Eu sei disso, mas é um sonho de infância e além disso me traz boas lembranças de meu pai!

A história foi assim. Ontem, sábado de manhã, recebi o jornalzinho que assino aqui em Araras e minha mulher, como praxe, rastreou a seção de classificados e localizou o anúncio da imagem abaixo e me avisou da máquina, pois eu já havia comentado que tinha interesse em comprar uma um dia.



Liguei para o vendedor na mesma hora, conversei com o simpático senhor Francisco e fui até a sua residência avaliar meu objeto de desejo. Chegando lá, encontrei uma bela máquina, em perfeito estado, revisada e funcionando como nova! Comprei na hora e ele quase desistiu de vender, pois apesar de precisar liberar espaço em sua casa, possuía apego pela máquina.

Trata-se de uma Olivetti Linea 98. Uma relíquia por apenas R$ 50,00, equivalente ao preço de 2 Kg de carne de segunda! 

Uma curiosidade. Quando a peguei para carregar até o meu carro, não imaginava o quanto é pesada. Não tinha noção de seu peso, principalmente agora que estou acostumado em repousar o notebook em meu corpo. A minha filha queria que eu colocasse a máquina em seu colo como um notebook para ela escrever na sala, também sem a noção do peso. :)

Nesta foto abaixo, minha filha Júlia já se interessando pela máquina e escrevendo suas coisas. Adorei!


Nasci numa época em que ainda não existiam computadores. O principal instrumento de trabalho nos escritórios eram as pesadas máquinas de escrever de onde se ouvia o barulho da tecla com seu tec-tec-tec ecoando por todo o ambiente. A gente nem sonhava com a informatização.
Esse era o acessório indispensável para o trabalho de muita gente.

Naquela época era muito comum os jovens se matricularem em escolas de datilografia. 
Obter um certificado de conclusão era motivo de orgulho e requisito básico para conseguir um "bom emprego". Eu infelizmente não fiz esse curso e apesar de digitar rápido não possuo a técnica dos dez dedos. :)

Meu pai trabalhava numa máquina de escrever e um dia ele me levou, num sábado de manhã, para ficar no escritório, já que neste dia ele trabalhava apenas meio período.
Para mim era um programa. Para ele, o último dia de trabalho da semana.
Ele colocava o papel na máquina e deixava eu escrever o que desejasse.
Este foi o meu primeiro contato prazeroso com uma máquina de escrever e que ficou gravado em minha mente até hoje. Eu ficava admirado por aquela engenhoca onde a gente apertava a tecla e cada letra era impressa no papel, formando as palavras...depois as frases... a ideia... a imagem... o pensamento.

Foi a partir dessa época que nasceu a vontade de ter uma máquina de escrever.

A minha filha, apesar de ter crescido com a informatização, adorou escrever nessa máquina. Sinal de que este instrumento possui alguma coisa que ainda atrai, apesar do tempo. Tenho certeza que este contato também ficará em sua memória.

É um sonho simples, mas estou feliz em tê-lo realizado.



Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 08/02/2015