01/06/2014

Lavagem Cerebral

Desde o tempo em que o Homo Sapiens era peludo até a geração atual, onde o homem faz depilação, unha e sobrancelhas (uia!), sempre existiu a necessidade de se comunicar, de se expressar, gritar para avisar algum perigo iminente ou intimidar. 



Naquela época, o grito era fundamental para o sucesso da espécie e ainda hoje encontramos alguns seguidores dessa técnica de intimidação para conseguir as coisas na base do medo. Homens rudes sobreviveram até os nossos tempos. 
Porém, a roda gigante da vida dá reviravoltas surpreendentes e ensinam da forma mais dura possível que essa tática não perdura. (Poucos vão entender o que se passa na minha mente nessa frase).




Ao longo do tempo, o homem, a mulher, as crianças e os velhos (escrevendo assim, parece que velho é um gênero à parte!) encontraram diversas formas de se expressarem e cada época de forma mais eficiente.

Antes que eu fuja do raciocínio, preciso esclarecer um ponto. Quando escrevo o termo Homem (com H maiúsculo no início), isso se refere ao ser humano de maneira geral. Não se refere aos “machos” que se depilam, bem entendido. Então vamos em frente. Legenda para quem não entendeu: Homem = humano (homem, mulher, gay, sapata e o resto); homem = homens que se depilam ou não.




Na época das cavernas, a melhor forma de expressão era através de gestos e boca. Não existia outro meio. Era o que tinha para o almoço e jantar. Quanto mais alto o grito, maior o temor. Quanto melhor a capacidade de contar estórias ou talento para matar um animal, maior o sucesso e respeito perante aos outros.

Nesse contexto, apareceram bons contadores de estórias, caçadores e logicamente excelentes propagadores de mentira, que persistem até os dias de hoje. Os gurus religiosos e os políticos certamente descenderam dessa turma, mas hoje não quero falar deles não. Por quê? Hoje é domingo, dia de tolerância, amor, comunhão, fazer carinha de santo na missa, no culto e dar bom dia para os vizinhos, se não estiver chovendo.

Por falar em guru, leia a história desse indivíduo da foto logo abaixo no Google. Seu nome é Jim Jones. Muito interessante!






Voltando ao tema (já percebeu que escapo constantemente?), imagine esses contadores de estórias ancestrais, reunindo-se com pessoas posicionadas em torno da fogueira (romântico isso!), com vários dispostos a ouvir (isso é mito!), suas estórias, dificuldades, aventuras, explicações sobre o surgimento do mundo e outras lendas.

Nessa época não existia muitas opções para as noites estreladas e muito menos às chuvosas. Na falta de um notebook, livro, música, faculdade, TV, pipoca na praça, pastel no Gengo, Rei da Picanha, Morro do Ronque e cachaça, sobrava apenas as seguintes opções: dormir, fazer amor (tenho que escrever assim porque pode ter crianças) ou ouvir o velho em volta da fogueira. Era uma espécie de diversão ou passatempo forçado.

Foi naquela inocente reunião em volta da fogueira, com os peludos e as cabeludas, que provavelmente surgiu uma grande ideia na mente do velho contador de estórias. Ele deve ter percebido através dos olhos, o temor das pessoas em volta. Percebeu que quanto mais ele acrescentava dramaticidade e terror um suas estórias, maior o medo das pessoas envolvidas. 
Através da observação ele descobriu casualmente conceito da palavra persuasão. 

É claro que essa palavra e todas as outras que você conhece hoje não existia. Aliás, muita gente ainda não conhece essa palavra. Então para ajudar, afinal hoje é domingo, dia de ser bonzinho, segue uma definição: “O conceito de persuasão está intimamente ligado com crença e convicção, porque persuadir alguém significa fazem com que essa pessoa acredite ou aceite uma determinada ideia ou que demonstra convicção ou capacidade de convencer”.




Nascia assim o modus operandi da persuasão (Que palavra bonita e perigosa!).

Agora eu te pergunto, raro leitor do meu  Blog: Por que eu estou escrevendo tudo isso?  

Bem, contei essa estória com a sua licença ou não, para preparar o terreno e dar um salto de milhares de anos, assim como aquele osso lançado pelo homem (macaco) pré-histórico no filme “2001 Uma odisseia no espaço” para chegar até o tema, cuja origem está lá atrás de nossa história.
Passando pela necessidade de se expressar, depois por manipular as pessoas e finalmente chegar ao tema: "LAVAGEM CEREBRAL. Ufa! que parágrafo longo! Quase perdi o fôlego!




Essa ferramenta foi ardilosamente utilizada para convencimento, controle e poder sobre as pessoas. O homem descobriu que não tinha mais necessidade de ameaçá-las com paus ou pedras. Isso tornavam as pessoas emocionalmente dependentes e manipuladas, conferindo-lhe mais poder ao líder e controle sobre o bando.

Seus efeitos eu conheço bem porque estou fora dessa “bolha”. Quem está inserido não consegue perceber, pois está intrínseco. 

Numa próxima ocasião exploro melhor esse tema LAVAGEM CEREBRAL - Parte 2 aqui no Blog, pois percebi que a maioria não consegue ler textos maiores do que uma charge e o texto está ficando extenso. Diante disso, inicio com o compartilhamento de algumas informações obtidas na rede, através do psiquiatra americano Robert P. Lifton, professor de universidades como Harvard e Yale, onde descreveu os 8 passos para a Lavagem Cerebral:

1 - Controle de pensamento
Não é permitido ler material ou falar com pessoas que tenham ideias contrárias às do grupo. Em alguns casos, a vítima é geograficamente isolada da família e dos amigos.

2 - Hierarquia rígida

São criados modos uniformizados de agir e pensar, desenvolvidos para parecer espontâneos. A vítima é convencida da autoridade absoluta e do caráter especial - às vezes, sobrenatural - do líder.

3 - Mundo dividido
O mundo é divido entre "bons" (o grupo) e "maus" (todo o resto). Não existe meio-termo. É preciso se policiar para agir de acordo com o padrão de comportamento "ideal".

4 - Delação premiada
Qualquer atitude errada, ainda que cometida em pensamento, deve ser reportada ao líder. Também se deve delatar os erros alheios. Isso acaba com o senso de privacidade e fortalece o líder.

5 - Verdade verdadeira
O grupo explica o mundo com regras próprias, vistas como cientificamente verdadeiras e inquestionáveis. A vítima acredita que sua doutrina é a única que oferece respostas válidas.

6 - Código secreto
O grupo cria termos próprios para se referir à realidade, muitas vezes incompreensíveis para as pessoas de fora. Uma linguagem muito específica ajuda a controlar os pensamentos e as ideias.

7 - Meu mundo e nada mais
O grupo passa a ser a coisa mais importante - se bobear, a única. Nenhum compromisso, plano ou sonho fora daquele ambiente é justificável.

8 - Ninguém Sai
A vítima se sente presa, pois não pode imaginar uma vida completa e feliz fora do grupo. Isso pode ser usado por políticos e militares para justificar execuções.



Elaborado por Alex Gil no Domingo frio de 01/06/2014.

2 comentários:

  1. Muito bom Alex!!!!! Eu sempre leio seu comentário até o fim.
    JP

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  2. Oi João Paulo! Muito obrigado pelas palavras. Estou muito feliz por dois motivos. Primeiro por finalmente receber o primeiro comentário no Blog e segundo pela atenção! Através da estatística que o Blog oferece, esse novo Blog com um mês de existência, você foi o número 1262 a visitá-lo. Abraços!

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