09/12/2019

Algumas coisas não devem ser pensadas e nem escritas!




Algumas coisas não devem ser pensadas e nem escritas!
Se eu fosse escrever nesse momento tudo que está em minha mente, seria considerado um doente.
Hoje acordei morto!
Tive uma noite pesada. Daquelas que ferem e desanimam.
Noite sombria permeada de pensamentos absurdos sobre parar de existir como solução de todos os problemas. Todos!
É preciso manter a aparência para o mundo ideal e oferecer aquilo que querem receber como mercadoria. 
Ignorar e fazer-se de conta que está tudo bem!
Receber ingratidão e fazer de conta que tudo vai bem.
O mundo é um grande mercado.
Cada um com o seu problema, preço e dor.
A dor do outro custa muito pouco. As nossas dores são mais caras.
Quem nunca teve uma forte decepção que atire a primeira pedra!
O silêncio é o melhor remédio? Pode ser. 
O silêncio serve como armadura contra especialistas remunerados que recebem para tratar o mesmo problema que eles mesmos sentem e não conseguiram resolver.
Receitar solução para os outros é fácil.
Difícil é tratar a sua própria dor.
Existem diversas fugas e todas com efeito rápido.
A maior fuga é deixar de existir.
Essa cura tudo e definitivamente.
Mas para isso é necessário coragem.
Resolver algo tão radical requer alta dose de racionalidade ou irracionalidade?
Não sei!
A natureza foi programada para resistir até o fim.
Mesmo que a vida esteja sem cores e insuportável.
Por enquanto só nos resta seguir em frente.
Ainda existe curiosidade em continuar.
O tempo às vezes cura. Será?
Cura nada!
Temos que seguir em frente, mesmo sabendo disso.
Inventamos distrações para suportar a realidade e máscaras para não aumentar o sofrimento dos outros com os nossos.
Força velho leão, tudo passa!
A vida é tudo isso.

OBS: Escrito num dia qualquer de 2019 e arquivado. Publicando agora fora do contexto. Já passou.

09/11/2019

Viúva corporativa





Hoje vou contar a história de Richard.
Richard era um sujeito com pedigree e vivia no planeta Corpo Ration.
Ele era tão perfeccionista e organizado, mas tão organizado, que anotava todos os seus compromissos e objetivos numa planilha de Excel. Nada escapava de Richard. Tudo descrito, conferido, avaliado, com data, prazo de execução, kpi, responsável e uma última coluna com check-list. Sua planilha continha tabela dinâmica, Procv, VBA, Dashboard, macro, gráficos coloridos e muitos hiperlinks!
O sujeito era tão organizado, mas tão organizado, que anotava até os centavos com sua alimentação, combustível e esmola.
Richard era muito bom na arte do Power Point, mas sua perfeição acabava por aí, pois seu maior talento era ser baba-ovo das castas superiores. Desgraçado de quem reclamasse qualquer coisa do planeta Corpo Ration perto dele. Reclamou perto de Richard que a beterraba servida estava ruim? Richard já soltava a sua pérola de que na África existe criança passando fome! A repreenda era automática e o sujeito logo ameaçado. Richard não tinha vida pessoal. Sua vida era limitada, mas escrito dessa forma: Ltda. O tempo passou e certo dia, o planeta Corpo Ration resolveu abolir as planilhas em Excel e foi implantado o revolucionário Project ZohoSheet. Richard além de não dominar o novo sistema, não aceitava a extinção da planilha Excel. De tanto resistir às mudanças, Richard levou um belo pé na bunda e descobriu da pior forma que o seu controle não era mais necessário.
Richard saiu da Corpo Ration pela porta dos fundos e não se conforma. Além disso se sente traído e se torna um sujeito com problemas de fígado. Aquele fidalgo traído que não se conforma com a galhada e pragueja sem piedade para o padeiro, lixeiro e até para o açougueiro! Richard se tornou um inimigo da Corpo Ration e amaldiçoava aquele planeta todos os dias. Richard destilava suas dores no Instagram e Facebook, mas ninguém ligava. O tempo passou e as pessoas que habitavam Corpo Ration foram embora para outra Corpo Ration que pagasse mais, mas Richard não conseguia esquecer aquele ambiente. Os novos habitantes do planeta nem sabiam da existência de Richard, mas ele falava de Corpo Ration como se ainda tivessem aquelas pessoas que o magoaram, não se dando conta que o planeta não era o mesmo e haviam outros habitantes que nem sabiam que Richard um dia pisou ali.
Richard se transformou numa viúva corporativa e não sabia!
Abre seu olho Richard! A fila anda!

O jovem e o velho







Na juventude todos os projetos são possíveis.
O céu é o limite e o chão para os fracos!
Na juventude somos arrogantes, prepotentes e idealizadores.
Imaginamos que para se conseguir qualquer coisa, basta querer!
É a fase do "querer é poder"!
Haha!
Acredita-se convictamente nessa frase.
Jovens são convictos!
Nietzsche disse que as convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras!
Eu também já fui um desses! Acreditava que o pensamento movia o mundo e que quanto mais forte o meu "querer", mais rápido alcançaria o que eu desejasse.
Para o jovem tudo é possível: O sucesso, a beleza, o futuro e a riqueza.
Até que um dia... Cronos nos lembra que tudo será reavaliado!
Acontece com todo mundo!
Tudo tem um prazo de validade, até os sonhos!
O jovem pensa que entende de velhice sem ter ficado velho
É como querer falar de filhos sem ter filhos!
Ou como aconselhar casal sem ser casado!
Para o jovem, o mundo se divide em bonito ou feio...uma espécie de maniqueísmo!
A culpa é dos hormônios.
O jovem olha para o velho como um derrotado e sem objetivos.
Não é nada disso, querido jovem!
Um dia você também vai ser velho.
Conforme o tempo avança, aceitamos que nem tudo é possível, aliás quase tudo é impossível.
É a consciência de que somos limitados e finitos.
A luta no futuro será pautada por outras necessidades.
Manter o que se conquistou também consome energia.
O tempo é curto para grandes projetos
Nessa época, é melhor reunir todas as forças, garantir o chão e parar de sonhar com as nuvens.
Eu também já tive projetos não realizados e pior, interrompidos.
Não terminei de escrever o meu livro, não aprendi a nadar e não virei astronauta!
Sobre o livro, na verdade, eu quase terminei, mas inesperadamente parei faltando pouco para acabar!
As vezes me pergunto porque não terminei!
Acho que perdi o interesse.
Ninguém conheceu meu personagem e sua pacata vida.
Ele existe apenas em meu caderno e em minha mente.
Seu nome é Zara Crotone!
Por que Zara?
Ah! Não tem um motivo especial!
Zara foi uma homenagem ao Zaratustra do filósofo do martelo.
Quanto ao sobrenome Crotone, foi uma homenagem à uma cidade da Itália.
Nunca fui à Itália, mas o imaginei vivendo naquela terra de Leonardo da Vinci.
E porque estou falando de Zara?
Não sei! Estava falando sobre projetos interrompidos...
As vezes penso em terminar a sua história que está apenas em minha cabeça!
Mas para quê?
Quase ninguém mais gosta de leitura!
O mundo se tornou rápido demais para se perder tempo com histórias inventadas.
Além disso, histórias devem ser contadas para quem gosta de ouvir.
Hoje existe muita boca para pouco ouvido.
E haja boca suja! Ademais, não quero ser lido depois de morto!
Bem, preciso concluir esse tema... já que está ficando longo demais e também não desejo aborrecer ninguém!
Iniciei escrevendo sobre jovens e acabei falando do velho Zara?
Mas por que o rumo de nossa prosa mudou?
Ah! lembrei-me!
Zara também foi um jovem cheio de sonhos!
Ele queria contar a sua história, mas pensando bem, quem quer saber de Zara?
Bem, fico por aqui, chega de escrever histórias inventadas para ninguém.



Elaborado por Alex Gil Rodrigues em 09/11/2019


05/09/2019

Plaquinha com número



Quanto tempo estive aqui nessa tela branca!
No início, eu sentia a obrigação de escrever e julgava que estava fazendo uma coisa importante.
Com o tempo, percebi que tudo isso era perda de tempo. Ninguém queria saber!
Existe um texto registrado aqui no Blog Banal afirmando que eu escrevia por prazer!
Meia verdade!
Ou melhor dizendo, até sentia prazer em organizar palavras soltas, com meus tradicionais erros de português, isso é fato, mas lá no íntimo, descobri que minha vaidade queria, de certa forma, receber reconhecimento ou algum comentário sobre minhas banalidades.
Como fui besta esperando esse tipo de atenção! 
Tudo bem! Hoje essas coisas não possuem mais importância em minha vida.
Fui imaturo esperando por um breve e superficial afago em meu ego!
Hoje, mais vivido e com menos necessidades, não quero mais perder meu tempo com a minha tosca vaidade.
Não quero mais reconhecimento e também não escrevo por autocomiseração. 
Agora tenho outros interesses e para evidenciar, reparei que já estamos em setembro e esta é a terceira publicação no ano! 
É melhor mesmo me acostumar com as eventuais dores da coluna e as inevitáveis despedidas, pois brevemente, serei apenas uma plaquinha com um número e nada mais!
E isso será tudo, ou nada!


10/03/2019

Eu não quero mais saber quem foi o criador, desculpe!



Ah! o tempo! Esse conceito criado pelo humanos para tentar organizar o caos!

E por falar em tempo...

Houve um tempo de minha vida em que eu mergulhei intensamente nos livros para tentar entender as grandes questões da vida e conhecer um pouco como funciona o mundo. Foram muitas horas de leituras em busca de respostas. Aprendi o básico, porém muitas questões ficaram abertas. O tempo passou rápido demais e já me acostumei que alguns problemas são insolúveis, além disso, hoje estou com outros interesses mais urgentes...

Logo, deixarei de existir e já me acostumei com a ideia de que serei extinto sem o esclarecimento das grandes questões do universo.

Toda cultura tentou entender de onde veio e a origem do mundo. Sou apenas mais um, pequeno, finito, limitado e programado pelos meus genes para reproduzir e desaparecer.

Sou herdeiro de ancestrais insatisfeitos com as respostas estabelecidas e os livros foram a minha fonte de conhecimento e vacina de proteção contra as ideologias escravizadoras e lavagens cerebrais.

Os livros me fizeram grande companhia contra a solidão. Sou grato por eles, mas sei também que brevemente estarão esquecidos e empoeirados em alguma prateleira, até que surja mais um interessado pelo conhecimento.

Hoje, mais velho e restando menos tempo para viver do que já vivi, não me preocupo mais com as questões existenciais. O mundo é o que é e pronto.

Fiquei livre de teorias mirabolantes e jardins encantados criados por mentes sonhadoras, idealistas ou bem intencionadas, incapazes de aceitar a realidade.

Para não prolongar o tema, registro solitariamente aqui em meu Blog Banal que daqui para frente o meu lema será este:
Eu não quero mais saber quem foi o criador do mar, eu quero é comer peixe!



Alex Gil - Setembro de 2019

05/03/2019

Ajuda de arquibancada



Fulano anuncia para a arquibancada em alto e bom som:

- Estamos à disposição e se precisar de qualquer ajuda, conte com o "time".

Beltrano se alegra e na primeira dificuldade, solicita colaboração e recebe, longe da arquibancada, a resposta insidiosa:

- Isso não é comigo, pede ajuda com outro!

Fulano! Esse assunto é seu, de seu conhecimento e você pode ajudar...se quiser... e aproveitando que está longe da arquibancada, responda com sinceridade:

- Você é incompetente, possui má vontade ou sofre dos dois males?

Não precisa dizer nada. Já sei a resposta!!!


Ah! Se eu pudesse falar o que penso ao invés de escrever de forma cifrada!


# Para um bom entendedor, uma linguagem cifrada diz mais do que uma dissertação empolada. #prontofalei. Aqui corre sangue!